O tratado intitulado Hypsiphrone ou Hipsifrone é o quarto tratado do Códice XI da Biblioteca de Nag Hammadi. Este códice é o mais curto de todos os encontrados em Nag Hammadi e está muito fragmentado. O texto pode ser considerado como literatura apocalíptica (ou de revelações), embora não se tenha uma ideia exata de qual revelação trata o texto por causa de sua condição fragmentária.

Conteúdo editar

Hypsiphrone lembra a Sophia de sua queda do lugar de sua virgindade e seu regresso. O texto está estruturado em três partes:

  1. Prelúdio breve (69,22 - 31).
  2. Queda de Hypsiphrone no mundo a partir do lugar de sua virgindade - queda de Sophia (69,32 - 70,24).
  3. Conversa entre Hypsiphrone e Fainopes que termina com o regresso de Hypsiphrone: o regresso de Sophia (70,25 al final).

Fainopes não aparece em nenhum outro texto de Nag Hammadi. Do prelúdio, infere-se que o tal Fainopes é irmão de Hypsiphrone (69,26)[1].

Gênero literário e ambiente editar

De acordo com a sua forma, Hypsiphrone é um típico livro de revelações, semelhante aos diálogos de revelação dos Gnósticos. Ainda que a terminologia não seja explicitamente igual à dos Setianos, ainda assim Hypsiphrone está inserida no meio Setiano da Gnosis: o nome Hypsiphrone lembra o nome Fronesis com o qual é chamado Eleleth no texto Setiano Hipóstase dos Arcontes[2]. A função de Eleleth é comparada em alguns poucos escritos Setianos com a de Sophia.

Hypsiphrone aparece novamente em Exposições Valentianas, também da Biblioteca de Nag Hammadi.

Referências

  1. Robinson, James M. (1990). The Nag Hammadi Library, revised edition. Hypsiphrone (Trad. John D. Turner) (em inglês). São Francisco: Harper Collins 
  2. Robinson, James M. (1990). The Nag Hammadi Library, revised edition. The Hypostasis of the Archons (The Reality of the Rulers) (Trad. Bentley Layton) (em inglês). São Francisco: Harper Collins  (93,8)