Igreja de Nossa Senhora da Penha (Rio de Janeiro)

igreja em Rio de Janeiro, Brasil

A Basílica Santuário de Nossa Senhora da Penha de França, popularmente conhecida como Igreja da Penha é um tradicional santuário católico localizado no bairro da Penha, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.

Basílica Santuário de Nossa Senhora da Penha de França
Igreja de Nossa Senhora da Penha (Rio de Janeiro)
Vista aérea da igreja
Informações gerais
Tipo igreja
Construção 1635-1900
Diocese Arquidiocese do Rio de Janeiro
Geografia
País Brasil
Localização Rio de Janeiro,  Brasil
Coordenadas 22° 50′ 39″ S, 43° 16′ 16″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
 Nota: Para a igreja no bairro da Freguesia, veja Igreja de Nossa Senhora da Penna.

Erguida no alto de uma pedra, é famosa pelos 382 degraus da escadaria principal, onde muitos fiéis pagam promessas, subindo a pé ou de joelhos. A Basílica (ou Santuário) possui também 3 funiculares para facilitar o acesso das pessoas que não podem subir sua ladeira e escadaria. Todos estão disponíveis gratuitamente.

Anualmente o santuário realiza os festejos da padroeira, no mês de outubro, promovendo a celebração de missas de hora em hora aos domingos, shows religiosos, procissões luminosas, missas campais, apresentação de grupos folclóricos, apresentação de corais e a festa na ladeira de subida ao santuário com as tradicionais barracas de comidas típicas, doces diversos e música ambiente.

História

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Vista aérea da Igreja da Penha - Rio de Janeiro - RJ - Brasil.

A Igreja Nossa Senhora da Penha, de arquitetura eclética brasileira está localizada na zona norte carioca, no bairro da Penha. Pertencente ao Santuário da Penha, a igreja é alvo de grande devoção dos católicos, atraindo grande fluxo de pessoas durante o ano, principalmente em Outubro, mês que acontecem as festas. O Santuário existe há mais de 380 anos e seu acesso pode ser feito pelas escadarias, que deram fama a Igreja: são 111 metros de altura e 382 degraus que muitas vezes são utilizados pelos fiéis para se pagar promessas.[1][2]

A história da capela teve início com o dono do quinto da Sesmaria, capitão Baltazar, em 1635 em agradecimento a Nossa Senhora pelo salvamento de um acidente que poderia ter sido fatal. O capitão, querendo ver suas terras do alto da pedra, foi atacado por uma serpente e ao pedir a proteção da Santa, esta mandou um lagarto, inimigo das serpentes, livrando-o do acidente, e em agradecimento mandou construir uma pequena capela no alto da pedra, que foi crescendo e se desenvolvendo até a Igreja atual.[3]

A escadaria viria mais tarde, mais precisamente no ano de 1819. Em 1817, um casal muito piedoso pediu a santa que os dessem um filho, já que eram casados por muito tempo e ainda não tinham filhos. A esposa, Sra. Maria Barbosa, confiou, pediu e prometeu esculpir uma escada no duro granito do Penhasco para tornar mais fácil o acesso a Igreja. No ano seguinte, 1818, o filho veio e finalmente a escadaria estava pronta no ano de 1819.[4] São 382 degraus talhados na pedra, mais do que o número de dias do ano.

A vista da Igreja é exuberante e privilegiada podendo se ver o Cristo Redentor, o Corcovado, a Baía de Guanabara, um pedaço de Teresópolis e também o Aeroporto Internacional do Galeão. Como de costume das igrejas localizadas na costa, a frente está voltada para o mar e as escadarias, que dão fama ao Santuário, levam o visitante para o fundo (costas) da Igreja.[carece de fontes?]

No dia 16 de junho de 2016, o Papa Francisco, atendendo aos pedidos do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, elevou o Santuário Arquidiocesano Mariano de Nossa Senhora da Penha à categoria de Basílica Menor.[5]

Arquitetura

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Igreja da Penha vista da saída do Plano Inclinado.
 
Local do coro da igreja.

Como a Igreja surgiu de uma pequena capela e foi sendo desenvolvida e reformada ao longo do tempo, muitos a caracterizam como pertencente ao estilo Eclético. Sua atual aparência deve-se a última reforma, que teve o estilo da arquitetura neogótica como referência. Em 1900, o engenheiro arquiteto Luiz de Moraes Júnior nascido em Portugal, migrou para o Brasil e aqui, a convite do padre Ricardo, que era vigário geral da Igreja instalou-se no Rio de Janeiro onde dedicou-se a atividades de restauração de fachada da Igreja, que foram concluídas em 1902.[6]

Em 1860, o estilo Neoclássico que estava em alta no Rio, perde força. A ele foram acrescentados outros estilos como o Neogótico Romântico que esteve presente em muitos prédio públicos. O auge do ecletismo carioca, porém, se deu na passagem do século XIX para o XX, exatamente na época da última restauração/reforma da Igreja da Penha.

Sua forma atual possui diversas influências arquitetônicas, dá-se seu estilo Eclético, e que podem ser percebidas em características formais como:

1) Simetria: sua fachada principal possui duas torres ladeando o corpo central;

2) Guarda corpo em balaustrada em sua fachada posterior, que tem acesso pelas escadarias;

3) Base, corpo e coroamento, característica remanescente do neoclássico;

4) Torres elevadas e pontiagudas, característica do estilo neogótico;

5) Frontão com função apenas decorativa, típico da arquitetura religiosa do século XVII e das regiões de mineração;

6) Laterais avarandadas;

7) Ornamentação interior em azul claro e dourado.

As cores das portas, assim como as galerias, o mezanino e a estrutura da Igreja é toda original; já o altar, ornamentado em dourado foi colocado no século XX e o altar original, em madeira e ornamentado foi colocado na sacristia.

Ver também

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Referências

  1. «Para visitar a Igreja da Penha». VEJA RIO. Consultado em 12 de julho de 2022 
  2. «Igreja da Penha: para os fortes e para os fracos». Catraca Livre. Consultado em 12 de julho de 2022 
  3. «IBGE | Biblioteca | Detalhes | Igreja de Nossa Senhora da Penha de França : Rio de Janeiro (RJ)». biblioteca.ibge.gov.br. Consultado em 12 de julho de 2022 
  4. Lucena, Felipe (7 de janeiro de 2016). «História da Igreja de Nossa Senhora da Penha». Diário do Rio de Janeiro. Consultado em 12 de julho de 2022 
  5. «Santuário da Penha no RJ recebe título de basílica menor - A12.com». www.a12.com. Consultado em 12 de julho de 2022 
  6. Casa de Oswaldo Cruz (2013). «Luiz de Moraes Júnior (Registro de Autoridade)». Base Arch. Consultado em 17 de agosto de 2023 

Bibliografia

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  • MONTEZUMA, Roberto. “Arquitetura Brasil 500 anos”. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2002.
  • REIS FILHO, Nestor Goulart. “Quadro da Arquitetura no Brasil”. São Paulo: Perspectiva, 1987.
  • DEL BRENNA, G. Rosso. “Ecletismo no Rio de Janeiro (séc.XIX-XX)” In: FABRIS,1987 Annateresa (org.) Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo, FABRIS, A.
  • BRUAND, Y. “Arquitetura contemporânea no Brasil. De um Ecletismo sem originalidade à afirmação internacional da nova Arquitetura Brasileira”. São Paulo, Perspectiva, 1981.
  • BARROCO Brasileiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo63/barroco-brasileiro>.
  • LIMA, Tatiana Souza Maia de. “Santuário de Nossa Senhora da Penha-RJ: Análise do potencial turístico atual”. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2008
  • HISTÓRIA. In: BASÍLICA da Penha. Rio de Janeiro. Disponível em: <https://web.archive.org/web/20170426062321/https://www.basilicasantuariopenhario.org.br/historia>.
  • G. DIAS, Pollyana D’Avila. “O século XIX e o neogótico na arquitetura brasileira: um estudo de caracterização”. Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais, 2007.
  • CASA DE OSWALDO CRUZ. Base Arch: Fundo Luiz de Moraes. Rio de Janeiro. Disponível em: <https://basearch.coc.fiocruz.br/index.php/luiz-de-moraes> Acessado em agosto de 2023.

Ligações externas

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