Infinito Presente

álbum de estúdio de Camané

Infinito Presente é o sétimo álbum de estúdio do fadista portuguếs Camané, lançado em 2015 pela Warner Music Portugal, 20 anos depois do primeiro álbum, e cinco anos depois de Do Amor e dos Dias. A edição foi publicada nos formatos standard, com 15 temas, edição especial de 17 temas acompanhada por um DVD com um documentário de produção do disco, e edição digital, também com 17 temas. O álbum foi gravado nos estúdios Valentim de Carvalho.[1][2]

Infinito Presente
Infinito Presente
Álbum de estúdio de Camané
Lançamento 4 de maio de 2015 (2015-05-04)
Gênero(s) Fado
Duração 1:07:00
Idioma(s) português
Formato(s) CD, descarga digital, DVD
Gravadora(s) Warner Music Portugal
Produção José Mário Branco
Cronologia de Camané
O Melhor 1995-2013
(2013)
Camané - Canta Marceneiro
(2017)

Entrou directamente para o 1° lugar do top nacional de vendas, e permaneceu no top 30 por dezasseis semanas.[3][4][5]

O fio condutor do álbum é o tempo, passagem do tempo, tempo enquanto memória. Dois dos fados incluídos no álbum tinham sido gravados pelo seu bisavô, José Júlio Paiva, num disco de 1925.[4]

Recepção da crítica editar

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Time Out      
Expresso      
ípsilon      

O álbum recebeu críticas positivas em várias publicações portuguesas, com António Pires a descrevê-lo como "provavelmente, o melhor álbum de Camané de sempre."'.[4] Alexandra Carita, na Revista E do jornal Expresso diz:

Tudo ali é sólido, coerente, puro, genuíno, brilhante, polido, cuidado. "Passaste por mim", "Quando o Fado Acontece", "Infinito Presente", só para citar alguns fados por impossibilidade de os citarmos todos, elevam-nos a outro universo de sedução, a um mundo de pele à flor de todas as peles e todos os elogios se atrapalham ao serem elencados numa lista a perder de vista.

José Bonifácio, no Público, descreve o álbum da seguinte forma:

Talvez Infinito Presente não seja, como Camané diz, o mais negro dos seus discos – há alguns temas menos introspectivos (para usar a expressão dele); talvez não seja um disco apenas sobre o tempo; mas é o álbum mais inteiro de Camané, aquele em que o fadista mostra toda a gama dos seus recursos. Se antes cada álbum era como que um plano de um homem a escalar uma montanha (pessoal), a cair e a reerguer-se, agora temos um homem batido, que não pode fingir que não aprendeu como o mundo funciona. Camané já foi James Dean; agora é Clint Eastwood.[6]

O suplemento Ipsilon do jornal Público pôs o álbum em 10° lugar n'O Melhor de 2015 - Música.[7]

Faixas editar

N.º TítuloLetrasMúsicaNotas Duração
1. "Os dois horizontes"  Machado de AssisAlberto Correia, popular (Fado solene, Fado Mouraria)  4:03
2. "Chega-se a este ponto"  David Mourão-FerreiraJosé Mário BrancoTítulo original do poema: Equinócio 5:03
3. "Conta e tempo"  Frei António das ChagasJosé Júlio Paiva (Fado complementar)  2:10
4. "Paraíso"  David Mourão-FerreiraJosé Mário Branco  4:02
5. "Medalha da senhora das dores"  Vitorino SaloméVitorino Salomé, (Fado medalhinha)  2:33
6. "Passaste por mim"  Manuela de FreitasMiguel Ramos  4:06
7. "Ao correr da pena"  Manuela de FreitasFernando Macedo de Freitas (Fado pena)exclusivo da edição especial CD + DVD e da edição digital 3:54
8. "Quando o fado acontece"  Manuela de FreitasJosé António Sabrosa (Fado pintadinho)  3:23
9. "Quatro facas"  Manuel AlegreArmando Machado (Fado Santa Luzia)  4:42
10. "Lume"  Manuela de FreitasArmando Machado (Fado Santa Luzia)  3:46
11. "Ai Miriam"  Manuela de FreitasJosé Mário Branco  4:08
12. "Desastre"  Manuela de FreitasJosé Mário Branco  5:11
13. "IV Acto"  Manuela de FreitasJoaquim Campos (Fado tango)  4:24
14. "A correr"  Manuela de FreitasAlain Oulman ("o pião")  3:12
15. "Aqui está-se sossegado"  Fernando PessoaJosé Júlio Paiva (Fado Espanhol)  4:55
16. "Infinito presente"  David Mourão-FerreiraJosé Mário Branco, (Fado belo)Título original do poema: Corpo Iluminado, XII 3:22
17. "Triste sorte"  João Ferreira RosaAlfredo Marceneiro, (Fado cravo)exclusivo da edição especial CD + DVD e da edição digital 4:26

Créditos editar

O álbum conta com poemas da autoria de Frei António das Chagas, que data do século XVII, David Mourão-Ferreira, Fernando Pessoa (criado e cantado originalmente pelo bisavó do fadista, José Júlio Paiva, no início do século XX), Vitorino Salomé, Manuela de Freitas, Manuel Alegre . Inclui ainda música de José Mário Branco, e Alain Oulman (um fado composto por Oulman e dado a Camané pelo filho do compositor).[1]

A produção, arranjos e direcção musical estiveram a cargo de José Mário Branco, que fez juntamente com Manuela de Freitas a supervisão artística.[2][4]

Instrumentistas editar

Ficha técnica editar

  • Alfredo Almeida - produção
  • António Pinheiro da Silva - design de som

Estúdios Valentim de Carvalho editar

  • Nelson Carvalho
  • João Pedreira
  • Pedro Gerardo
  • Marco Cipriano
  • Suse Ribeiro
  • António Pinheiro da Silva

Referências

  1. a b Falcão, Catarina. «O tempo de Camané é um infinito presente». Observador. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  2. a b Portugal, Rádio e Televisão de. «Camané - Infinito Presente - Documentários - RTP». www.rtp.pt. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  3. «Camané esgota datas na Culturgest». Antena 1 - RTP. 11 de março de 2022. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  4. a b c d «Camané: "Infinito Presente" ao vivo!». Antena 1 - RTP. 11 de março de 2022. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  5. «Infinito Presente by Camane - Music Charts». acharts.co. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  6. Bonifácio, João (30 de abril de 2015). «A libertação do corredor de longo curso». PÚBLICO. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  7. «Cultura Ípsilon - O Melhor de 2015 - Música». PÚBLICO. Consultado em 21 de outubro de 2023