Isabelino Gradín
Isabelino Gradín (Montevidéu, 8 de julho de 1897 — 21 de dezembro de 1944) foi um futebolista e velocista uruguaio. Negro, nasceu no famoso bairro Palermo, da capital uruguaia que, juntamente com o Barrio Sur, abriga grande parte da população afro-uruguaia.
Informações pessoais | ||
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Data de nascimento | 8 de julho de 1897 | |
Local de nascimento | Montevidéu, Uruguai | |
Data da morte | 21 de dezembro de 1944 (47 anos) | |
Local da morte | Montevidéu, Uruguai | |
Informações profissionais | ||
Posição | atacante | |
Seleção nacional | ||
1915-1927 | Uruguai | 23 (10) |
Começou a carreira em 1913, aos 15 anos, no Club Agraciada, que disputava a 3ª divisão uruguaia. Mas seu bom futebol rapidamente foi reconhecido e, em 1914, passou rapidamente pelo Peñarol.[1]
Ainda muito jovem, foi cedido ao Olímpia, também de Montevidéu, clube do qual lhe deu projeção e impulsionou seu futebol. Em 1915, aos 18 anos, retornou ao Peñarol, onde se consagrou como um dos primeiros ídolos negros, para muitos o primeiro na história do futebol juntamente com seu companheiro de equipe Juan Delgado. Pelo aurinegro ou manya venceu os campeonatos uruguaios de 1918 e de 1921, na função de extremo direito.[1]
Em 1916, já afamado nas canchas uruguaias, foi chamado para integrar as cores de seu país na primeira edição do Campeonato Sul-Americano de Futebol (atual Copa América), que fazia parte dos festejos do centenário da declaração da independência da Argentina. Nesse torneio ocorreu um fato inusitado: depois da vitória de 4x0 sobre os chilenos, os dirigentes da delegação andina tentaram anular o jogo, alegando que os uruguaios haviam contratado dois atletas africanos (Isabelino Gradín e Juan Delgado) chamados pejorativamente pelos chilenos de atletas do carnaval. A confirmação da nacionalidade uruguaia dos dois valeu um ponto a mais na luta contra o racismo.
Jogou 24 partidas pela Celeste Olímpica entre 1915 e 1927, marcando 10 tentos com a camiseta celeste.
Em 1919, na edição carioca do Campeonato Sul-Americano de Atletismo, Isabelino (que era corredor do Club Olímpia) além de ser destaque em sua equipe que acabou vice-campeã, quebrou o recorde sul-americano dos 800 metros rasos, sendo cognominado de O terror das pistas.
Segundo o jornalista Mario Filho, em seu precioso livro O Negro no futebol brasileiro, no momento em que futebol brasileiro quando começou a dar oportunidade ao ingresso de jogadores negros, a crônica especializada sempre aludia à figura de Gradín: depois do aparecimento do inolvidável ponteiro direito houve uma praga de Gradins no Brasil [carece de fontes]. Prova irrefutável de que a sua arte futebolística transcendeu o pequenino Uruguai, e fez história no gigantesco Brasil.
Apesar da sua importância no futebol, Isabelino Gradín morreu em 1944, pobre e com apenas 47 anos.
- ↑ a b Filardi, Eric (10 de setembro de 2020). «Isabelino Gradín: artilheiro na corrida contra o racismo e inspiração dos poetas». Futebol na Veia. Consultado em 5 de fevereiro de 2021