José Avelino Gurgel do Amaral
José Avelino Gurgel do Amaral (Aracati, 10 de novembro de 1843 — Rio de Janeiro, 19 de julho de 1901) foi magistrado, jornalista e político brasileiro.
Biografia
editarEra filho do capitão Antônio Gurgel do Amaral e de Maria Joana de Lima Gurgel do Amaral. Eram seus irmãos o igualmente magistrado Augusto Gurgel do Amaral e Quitéria Dulcineia Gurgel do Amaral, esposa do médico Rufino Antunes de Alencar.
Começou os estudos preparatórios em Icó sob a direção do professor Simplício Delfino Montezuma; frequentou a Faculdade de Direito do Recife, onde recebeu o grau de bacharel, em 1864, e doutorou-se, em 1872, juntamente com José Austragésilo Rodrigues Lima e Pedro Beltrão. Sua tese defendida foi: "A acessão será um modo natural de aquisição”. Os primeiros cargos que ocupou foram os de promotor público de Aquiraz e secretário da presidência de São Paulo. Mais tarde salientou-se no jornalismo e na política, tanto no regime monárquico quanto na república, representando o Ceará na Câmara dos Deputados por mais de uma vez[1].
Jornalista de pulso, redigiu em Fortaleza O Progressista, Jornal do Ceará e O Futuro, e no Rio de Janeiro, O Globo, O Cruzeiro, Vanguarda, Folha Nova, Brasil, Diário do Brasil, Correio Fluminense, Rio de Janeiro, O Constitucional, Diário do Comércio e O País. Ensaiou também o teatro, tendo escrito a peça As Aparências Iludem, encenada em março de 1875, em Fortaleza, espetáculo que destinava-se a beneficiar o Asilo de Alienados (hoje Hospital Psiquiátrico São Vicente de Paulo), que o Visconde de Cauípe tratava de fundar[2].
Em 2 de fevereiro de 1866, casou-se com Augusta de Castro Meneses, filha do capitão de fragata Augusto César de Castro Meneses e de Maria Isabel Florim de Castro Meneses, portanto neta do Senador liberal Manuel do Nascimento Castro e Silva. Sua esposa, porém, faleceu dois anos depois, em 31 de julho de 1868. Casou-se pela segunda vez com Eulália Ramos de Barros, filha do Barão de Nazaré, com quem teve três filhos, cujo primogênito foi Silvino de Barros Gurgel do Amaral, diplomata[1].
José Avelino faleceu com apenas 57 anos, depois de sofrer um ataque de apoplexia[3]. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.[2]
Carreira política
editarComo representante do Partido Liberal, nas eleições de 1881, foi candidato a deputado geral no 8º distrito da Província do Ceará, que abrangia as regiões de Aracati, Limoeiro, Russas, Morada Nova e outras cidades. No entanto, foi derrotado pelo candidato conservador Álvaro Caminha[4][5].
Com o advento da República, foi eleito deputado constituinte em setembro de 1890. Tomou posse em novembro seguinte, e após a promulgação da Constituição em 24 de fevereiro de 1891 passou a exercer o mandato ordinário. Esteve ao lado do marechal Deodoro da Fonseca quando este fechou o Congresso em 3 de novembro de 1891. Por ter sido um dos signatários do “Manifesto” em favor da medida adotada pelo marechal, com a queda de Deodoro em 23 de novembro, teve que morar por algum tempo na Europa. Voltou a ser eleito em 1898 e exerceu o mandato de maio desse ano a até sua morte[1].
Obras escritas
editarÉ autor de uma célebre comédia, reconhecida por Clóvis Beviláqua: "As aparências iludem" (peça, 1875). Além desta, também escreveu, dentre outras: "Questões do rio da Prata" (1869); "Perfil político e parlamentar do conselheiro Junqueira" (1896) e "História contemporânea" (1899). Também teria redigido uma obra em homenagem às bodas de prata da Princesa Isabel e do Conde D'Eu, mas teria queimado sua própria obra quando ocorreu a Proclamação da República[1].
Homenagens
editarFoi cavaleiro da Legião de Honra da França e da Ordem de Santo André da Rússia.
Referências
editar- ↑ a b c d «José Avelino (biografia)» (PDF). FGV - CPDOC
- ↑ a b «Dr. José Avelino». memoria.bn.br. Jornal do Brasil. 21 de julho de 1901. Consultado em 11 de maio de 2018
- ↑ Portal da História do Ceará
- ↑ «Representantes do Ceará no Parlamento do Império» (PDF). Instituto do Ceará. Revista do Instituto do Ceará. 1908
- ↑ «Pedro II (CE) - 1840 a 1889 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 1 de fevereiro de 2024