José Carlos de Figueiredo Ferraz

José Carlos de Figueiredo Ferraz (Campinas, 16 de setembro de 1918São Paulo, 25 de junho de 1994) foi um engenheiro formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e político brasileiro. [1]

José Carlos de Figueiredo Ferraz
José Carlos de Figueiredo Ferraz
Nascimento 16 de setembro de 1918
Campinas
Morte 25 de junho de 1994 (75 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação engenheiro, político, professor

Biografia editar

Foi professor titular de duas cátedras da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo: Resistência de materiais e Estabilidade de construções, onde também foi consultor técnico do Laboratório de Hidráulica; professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da mesma universidade; professor do Instituto Militar e Engenharia da Guanabara. Foi professor de Cálculo Vetorial e Análise Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também foi professor da Faculdade de Engenharia Industrial; professor de Concreto Protendido da Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie. Ministrou inúmeros cursos nos principais estabelecimentos de ensino de Engenharia do Brasil, principalmente sobre sua grande especialidade, o Concreto Protendido, em que foi nome mundialmente respeitado. Fez parte das bancas examinadoras de pós-graduação da maioria das escolas de Engenharia do país, tendo composto a banca examinadora para o concurso de professor-pesquisador no Laboratório Nacional de Engenharia de Lisboa. Doutorou-se em Ciências Físicas e Matemática.[2]

Diplomou-se pela Escola de Artilharia da Costa, do Ministério do Exército. Foi membro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado de São Paulo (CREA), diretor de planejamento da Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA); diretor de serviços de engenharia da Companhia de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CAGESP), consultor técnico do Departamento de Águas e Esgotos (DAE) de São Paulo e do de Campinas.

Fez parte da comissão executiva das obras da cobertura pênsil da Exposição Internacional do Rio de Janeiro, a maior área coberta e sem colunas do mundo (32.000 metros quadrados). Foi assessor das maiores firmas de Engenharia do Brasil.

Proferiu inúmeras conferências no Brasil e no exterior, tais como na Escola de Engenharia do Peru, no Laboratório de Engenharia Civil de Lisboa, na Faculdade de Engenharia Civil do Porto, na Technische Hochschule de Stuttgart, na Svenska Industribyggen de Estocolmo, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), no Congresso Norte-Americano de Concreto Armado de Pittsburgh, na Alpina de Milão, etc. Foi membro de várias sociedades técnicas, tais como: Sociedade Matemática de São Paulo, Comitê Brasileiro de Grandes Barragens, Associação Brasileira de Mecânica dos Solos, Associação Brasileira de Normas Técnicas, Associação Brasileira de Concreto Protendido, Instituto de Engenharia de São Paulo, Instituto de Engenharia do Rio de Janeiro, Association Internationale des Ponts et Carpentes, Prestessed Concret Development Group of London, American Concret Institute, etc. Foi o fundador da Empresa de Consultoria e Engenharia de Projetos Figueiredo Ferraz, tendo mais de 3500 projetos assinados, incluindo o edifício do Museu de Arte de São Paulo, o planetário do Parque do Ibirapuera, a cúpula e as torres da Catedral da Sé, o Paço Municipal e o edifício Cásper Líbero.

Na vida pública exerceu, primeiramente, a função de Secretário de Obras de São Paulo e, depois, de Secretário de Transportes do Estado de São Paulo. [2]

Foi Prefeito de São Paulo de 1971 a 1973. Foi responsável pela continuidade da construção da linha Norte-Sul do Metrô de São Paulo e pela lei do zoneamento da cidade.[2][3]

Foi dispensado abruptamente pelo governador Laudo Natel logo depois de ter sugerido que "São Paulo precisa parar de crescer", frase que é às vezes citada como "São Paulo precisa parar", e que rompia com expressões ufanistas como "São Paulo não pode parar" (anos 1940), "A cidade que mais cresce no mundo" e outras. A época era marcada pelos projetos de desenvolvimento dos militares, e a frase soou como dissidente em face a eles. Outros fatores que contribuíram para a demissão foram a priorização das obras do Metrô (enquanto Natel preferira priorizar o Anel Rodoviário Metropolitano) e sua recusa em ingressar na Aliança Renovadora Nacional (Arena). Acabou substituído pelo então secretário de planejamento do estado, Miguel Colasuonno.[2]

Genealogia editar

Referências

  1. «Figueiredo Ferraz é enterrado em São Paulo». Folha de S. Paulo. 27 de junho de 1994. Consultado em 17 de março de 2019 
  2. a b c d «FERRAZ, Figueiredo». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil- Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 17 de março de 2019 
  3. Rose Saconi e Carlos Eduardo Entini (20 de setembro de 2013). «Como era São Paulo sem Plano Diretor». Acervo Estadão. Consultado em 17 de março de 2019 

Ver também editar

Fontes editar

Precedido por
Paulo Maluf
36° Prefeito de São Paulo
1971 até 1973
Sucedido por
Brasil Vita