José Ferreira de Pina Calado

José Ferreira de Pina Calado (n. Covilhã, Teixoso, 11 de Abril de 1852 - f. Lisboa, 16 de Julho de 1922), 1.º Barão do Teixoso, foi um magistrado, juiz e político português.

Família editar

Filho de António José Ferreira Calado e de sua mulher e prima Ana de Pina Carvalho.[1]

Casado com D. Adelaide Xavier Vieira de Magalhães do Teixoso

Biografia editar

Duma família muito rica, teve muita influência na vila.[2]

Irmão de Joaquim Ferreira de Pina Calado, Juiz Conselheiro, nascido no Teixoso em 29 de Setembro de 1853 [3]

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Foi um homem que estudou em Coimbra, concluindo o curso de Bacharel e Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1874, tornando-se Magistrado Judicial em 1875 como Delegado do Procurador Régio e, depois, Substituto do Juiz de Direito, na Covilhã, onde residiu.[1][2]

Foi Governador Civil do Distrito de Bragança por Decreto de 13 de Novembro de 1890, cargo de que tomou posse a 28 desse mês, na presença do Governador Civil Substituto António Claudino Fernandes Pereira, mantendo-se no cargo até 16 de Julho de 1891. Durante o seu mandato, a 29 de Maio de 1891, numerosos habitantes do Concelho de Macedo de Cavaleiros invadiram a Vila e as Repartições Públicas, queimando os papéis que puderam.[2]

O título de 1.º Barão do Teixoso foi-lhe concedido por Decreto de 12 de Novembro de 1891 de D. Carlos I de Portugal.[1]

Em 1899 teve Despacho de Juiz do 1.º Distrito Criminal de Lisboa, sendo posteriormente promovido à 2.ª Instância e colocado no Tribunal da Relação dos Açores em 1910 e no Tribunal da Relação de Lisboa em 1913.[2] Foi o 44.º Governador Civil do Distrito de Santarém de 1904 a 1906 e, também do Distrito de Viseu, do Distrito de Portalegre e do Distrito do Porto.[2]

Havia ainda no Teixoso outra família importante - os Bernardos. Estas duas famílias eram rivais. Não tinham os mesmos ideais políticos, nem a mesma banda. Antes e depois da Implantação da República estas disputavam as eleições de uma maneira brusca e agitada. Existiam dois partidos, isto é, o dos Bernardos e o do Barão do Teixoso. Na altura das eleições havia sempre mortos até que um dia, em 1910, foi morto um dos Bernardos, o que gerou na terra mais rivalidades. Mas, apesar destas, a filha do Barão veio a casar com o filho dos Bernardos e foi a partir daqui que as rivalidades acabaram.

Foi Presidente da Câmara Municipal da Covilhã em 1914.[3][4][5] As Escolas de Ensino Primário Geral que funcionam no edifício escolar por ele mandado construir na Freguesia do Teixoso receberam o seu nome a Sexta-Feira, 4 de Agosto de 1922.[6][7] Mandou restaurar a Capela do Santo Cristo na mesma Freguesia.[8]

Casamento e descendência editar

Casou com D. Adelaide Xavier Vieira de Magalhães, natural do Teixoso, tiveram duas filhas e um filho:

  • Maria José de Pina Calado, casada com o Dr. Américo Bernardo da Fonseca e Cunha, Bacharel formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e figura destacada no Teixoso, irmão do Dr. António Bernardo da Fonseca e Cunha, Presidente da Câmara Municipal da Covilhã de 1919/20 a 1922/3,[3][9][4][5] com geração
  • Maria Lusitana de Pina Calado, casada com Hermínio Dá Mesquita Guerra, com geração
  • António de Pina Calado, Representante do título de Barão do Teixoso, casado, sem geração; pessoa de extrema bondade e amabilidade, fiel às suas convicções fraternas, praticava a beneficência e a fraternidade maçónica; deixou os seus bens, nomeadamente a sua casa de residência no Teixoso, por testamento, à Fundação Anita de Pina Calado já criada por disposição testamentária do seu pai, embora ainda sem grande actividade

Referências

  1. a b "Nobreza de Portugal e do Brasil", Direcção de Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, Lisboa, 1989, Volume Terceiro, p. 428
  2. a b c d Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Não_nomeado-xxpP-1
  3. a b http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=2449
  4. a b http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=2453
  5. a b «Cópia arquivada». Consultado em 25 de julho de 2012. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  6. http://www.dre.pt/cgi/dr1s.exe?t=dr&cap=1-1200&doc=19221136&v02=&v01=2&v03=1900-01-01&v04=3000-12-21&v05=&v06=&v07=&v08=&v09=&v10=&v11=Portaria&v12=&v13=&v14=&v15=&sort=0&submit=Pesquisar[ligação inativa]
  7. http://www.dre.pt/cgi/dr1s.exe?t=qr&titp=100&pag=1&v02=&v01=2&v03=1900-01-01&v04=3000-12-21&v05=&v06=&v07=&v08=&v09=&v10=&v11=Portaria&v12=3287&v13=&v14=&v15=&sort=0&submit=Pesquisar[ligação inativa]
  8. «Cópia arquivada». Consultado em 25 de julho de 2012. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  9. http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=2452

Bibliografia editar

  • Arquivo Distrital de Bragança, Autos de Posse (1845-1928)
  • Arquivo da Universidade de Coimbra, Livros de Matrículas
  • Francisco Manuel Alves, "Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança", T. VII, Porto, 1931