Juliana Loiola de Paula, mais conhecida como Ju Loyola, (São Paulo, 16 de maio de 1979) é uma quadrinista e ilustradora brasileira que vem se tornando conhecida como uma das primeiras quadrinistas mulheres surdas do Brasil a ser internacionalmente conhecida pela produção de quadrinhos silenciosos.[1][2] O reconhecimento internacional veio a partir da sua participação no Silent Manga Audition (SMA), do qual participa desde 2015.[3] SMA é um concurso de mangás promovido por uma editora japonesa feito especialmente para quadrinistas estrangeiros[4].

Ju Loyola
Nome completo Juliana Loiola de Paula
Pseudônimo(s) Ju Loyola
Nascimento 16 de maio de 1979 (44 anos)
São Paulo, São Paulo
Nacionalidade Brasileira
Ocupação

Infância e adolescência editar

Ju Loyola nasceu em São Paulo no dia 16 de maio de 1979. Sua mãe, Regina Mara Loiola de Paula, contraiu o vírus da rubéola enquanto estava grávida de Juliana. A complicação na gravidez provocou a surdez da quadrinista. O diagnóstico aconteceu quando ela estava com três anos.  

Seu interesse por ilustração aflorou quando ainda era criança, entre os 7 ou 8 anos. As primeiras ilustrações que lhe chamaram a atenção foram Garfield, de Jim Davis (1945), Fido Dido, de Joanna Ferrone e Sue Rose, e Moranguinho, de Muriel Fahrion. Suas primeiras leituras quadrinísticas foram Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa, Fantasma e Mandrake, ambos de Lee Falk. Loyola também cultivou o gosto pelos animês, entre eles Cavaleiros do Zodíaco e Sailor Moon.[5]

Essa experiência formativa estimulou sua imaginação artística e o interesse pelo mundo dos quadrinhos.[6][7][8]

Carreira editar

Juliana Loyola fez seu ensino básico numa escola tradicional. No entanto, em 1991, foi matriculada numa escola especializada em atendimento a pessoas com problemas auditivos para aprender Libras (Língua Brasileira de Sinais) e se socializar, mas não conseguiu se adaptar e logo voltou a frequentar a escola tradicional.

Aos 14 anos, começou a vislumbrar a carreira de quadrinista, mas nesta época acreditava que era preciso dominar tanto a língua portuguesa para poder escrever os textos quanto ilustração. Ainda não era familiarizada com a ideia de quadrinhos silenciosos ou com a possibilidade de parcerias. Em virtude disso, decidiu postergar o sonho.

Durante os 1998 e 1999, trabalhou como técnica em prótese dentária, mas não se sentia realizada com a profissão e por isso decidiu abandoná-la.

Em 2003, graduou-se em design gráfico pela Escola Pan-Americana de Artes e Design, onde aprendeu sobre arte editorial (revistas, hqs etc.) e, em seguida, começou a trabalhar como quadrinista freelance. Seu trabalho quadrinístico freelance de maior destaque foi uma contribuição para o Combo Rangers, de 2002, webcomic produzido ao estilo mangá que teve sua primeira trilogia publicada entre os anos de 2000-2004.[9][10]

Em 2007, Ju Loyola trabalhou como animadora/intervaladora de cenas na Light Studios. Na ocasião, fez parte da equipe que atuou na animação Amor & Fúria, de direção de Luiz Bolognesi. Após ampliar seu contato com quadrinhos silenciosos, optou por deixar a carreira de animadora.

No ano de 2013, participou do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), espaço onde pôde trocar experiências com outros quadrinistas, palestrantes e editores, o que a estimulou a voltar a pensar na possibilidade de se tornar quadrinista.[2] Desde então, não para de estudar técnicas de ilustração e arte. Um marco importante na carreira artística de Juliana Loyola é sua participação no concurso Silent Manga Audition (SMA) onde conseguiu cinco colocações: Award Candidate, Award Nominee, Honorable Mention e SMAC! Editors Award.[11]

Produções quadrinísticas editar

  • Perdida na Floresta (2015)
  • The Witch Who Loved #1 (2015)
  • The Charming (Love) Gift (2015) – vencedor do Award Nominee pelo SMA
  • The Promise of Happiness (2016) - este mangá foi questão de prova no ENEM de 2019 na prova de Línguagens, Códigos e suas Tecnologias)
  • Maria e Cia: Aventura das Estrelas (2016)
  • Everybody Can Dance (2017)
  • The Friend or Enemy?! (2017)
  • The Witch Who Loved #2 (2018)
  • The Imagination (2018)
  • I’ll Be Back (2019)
  • Heart of The True Friend (2019)

Em 2019, também teve participação em Shoujo Bomb e Gibi de Menininha #2.[12]

Referências

  1. Avila, Gabriel (15 de maio de 2019). «CCXP19 | Conheça os quadrinhos mudos de Ju Loyola». Omelete. Consultado em 20 de julho de 2020 
  2. a b «Quadrinista surda faz sucesso na CCXP com narrativas silenciosas». Catraca Livre. 3 de dezembro de 2016. Consultado em 20 de julho de 2020 
  3. «SILENT MANGA AUDITION® official website». SILENT MANGA AUDITION® (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2020 
  4. Lopes, Danielly (2019). Imaginário. Paraíba: Marca de Fantasia. pp. 57–80 
  5. «Quadrinista com deficiência auditiva traz narrativa silenciosa à Comic Con». entretenimento.uol.com.br. Consultado em 20 de julho de 2020 
  6. Vilanova, Beatriz (3 de julho de 2017). «A Volta das HQs: filmes de super-herois e séries fazem crescer interesse por quadrinhos». Folha UOL. Consultado em 1 de maio de 2019 
  7. Coan, Samanta (18 de agosto de 2017). «Entrevista: Ju Loyola». Lady's Comics. Consultado em 19 de dezembro de 2019 
  8. Cunha, Jaqueline (14 de outubro de 2019). «Mulheres nos Quadrinhos: Ju Loyola». Delirium Nerd. Consultado em 20 de dezembro de 2019 
  9. Moritz, Raquel (26 de outubro de 2016). «Juliana Loyola: The witch who loved e narrativas visuais». Pipoca Musical. Consultado em 30 de abril de 2020 
  10. «Mulheres nos Quadrinhos: Ju Loyola». DELIRIUM NERD. 14 de outubro de 2019. Consultado em 20 de julho de 2020 
  11. «Quadrinista surda faz sucesso na CCXP com narrativas silenciosas». 3 de dezembro de 2016 
  12. Marino, Dani (12 de março de 2019). «Coletivo feminino lança shoujo mangá nacional». MinasNerds. Consultado em 20 de julho de 2020 
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