Kojiki

Livro japonês do século 8 com mitos, lendas, canções, genealogias, tradições orais e relatos semi-históricos desde 641 AC.

Kojiki ou Furukotofumi (古事記) é o livro mais antigo sobre a história do Japão antigo.[1] As canções incluídas no texto são em japonês arcaico escritas foneticamente com manyogana. O nome "Kojiki", em sua origem, significa "registro das coisas antigas", ou velhas.

História editar

O Kojiki foi apresentado por Ō no Yasumaro à Imperatriz Gemmei em 712.[2] Este livro foi baseado em eventos que tinham sido memorizados de um livro anterior, o Kujiki, e também baseados nas histórias que passaram de geração em geração, assim como histórias memorizadas por Hieda no Are.

História do Kojiki editar

No seu início, o Kojiki lida especificamente com os kami precursores, que foram criados no começo. Também contem várias canções e poemas.

O Kojiki é dividido em três volumes: Kamitsumaki (lit. "rolo superior"), Nakatsumaki (lit. "rolo do meio"), e Shimotsumaki (lit. "rolo inferior")

O Kamitsumaki inclui o prefácio e é focado nos deuses da criação e no nascimento de várias divindades.

O Nakatsumaki inicia com a história do Imperador Jimmu, o primeiro Imperador, e sua conquista do Japão e finaliza com o 15.º imperador, o Imperador Ōjin. Muitas histórias são mitológicas e o conteúdo considerado histórico é considerado suspeito. Por questões desconhecidas, o 2.º ao 9.º imperadores são listados, mas suas conquistas estão faltando na maior parte.

O Shimotsumaki cobre do 16.º ao 33.º Imperadores, e diferentemente dos volumes anteriores tem limitadas referências as relações com os deuses. Informações do 24.º ao 33.º Imperadores são incompletas também.

Estudo do Kojiki editar

No Período Edo, Motoori Norinaga estudou o Kojiki intensamente. Ele produziu um estudo da obra em 44 volumes chamado Kojiki-den (古事記伝, "Comentários do Kojiki").[3]

A primeira e mais conhecida tradução do Kojiki para o inglês foi feita pelo renomado japanólogo Basil Hall Chamberlain. Mais recentemente, uma tradução feita por Donald L. Philippi foi publicada pela Editora da Universidade de Tóquio em 1968 (ISBN 0-86008-320-9).

Manuscritos editar

Existem dois grandes fragmentos dos manuscritos do Kojiki: um em Ise, outro em Urabe. O fragmento existente em Urabe consiste em 36 manuscritos, todos baseados nas 1522 cópias de Urabe Kanenaga. O fragmento de Ise pode ser subdividido no manuscrito Shinpukuji-bon (真福寺本), de 1371-1372, e nos manuscritos Dōka-bon (道果本). Os fragmentos Dōka consistem em:

  • Dōka-bon (道果本), manuscrito de 1381; resta apenas a primeira metade do primeiro volume
  • Dōshō-bon (道祥本), manuscrito de 1424; resta apenas o primeiro volume, e possui muitas falhas
  • Shun'yu-bon (春瑜本), manuscrito de 1426; um volume

O Shinpukuji-bon (1371–1372) é o manuscrito mais antigo existente. Enquanto dividido no fragmento de Ise, é na verdade uma mistura dos dois fragmentos. O monge Ken'yu baseou sua cópia na de Ōnakatomi Sadayo. Em 1266, Sadayo copiou o primeiro e terceiro volumes, mas não teve acesso ao segundo. Finalmente, em 1282, ele obteve acesso ao segundo volume, através de um fragmento do manuscrito de Urabe, o qual ele transcreveu.

Ver também editar

Referências

Bibliografia editar

Ligações externas editar

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