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Latilactobacillus sakei

espécie de bactéria
Latilactobacillus sakei
Classificação científica
Domínio:
Bacteria
Filo:
Bacillota
Classe:
Bacilli
Ordem:
Lactobacillales
Família:
Lactobacillaceae
Gênero:
Latilactobacillus
Espécies:
L. sakei
Nome binomial
Latilactobacillus sakei
(Katagiri et al. 1934) Zheng et al. 2020
Subspecies
  • subsp. carnosus (Torriani et al. 1996) Zheng et al. 2020
  • subsp. sakei (Katagiri et al. 1934) Zheng et al. 2020
Sinónimos
  • Lactobacillus sakei corrig. Katagiri et al. 1934 (Approved Lists 1980)
  • Lactobacillus sake Katagiri et al. 1934 (Approved Lists 1980)
  • Lactobacillus bavaricus Stetter and Stetter 1980

Latilactobacillus sakei é a espécie tipo do gênero Latilactobacillus que foi anteriormente classificada no gênero Lactobacillus.[1] É homofermentativo; as hexoses são metabolizadas via glicólise em ácido lático como metabólito principal; As pentoses são fermentadas pela via da Fosfocetolase em ácidos lático e acético.[2]

Usos editar

As cepas antilisteriais de L. sakei são usadas na Europa para a produção de saucisson e podem ser usadas para a conservação de carne fresca.[3]

As cepas de L. sakei isoladas de linguiça seca tradicional têm potencial de uso como culturas iniciadoras.[4]

A inibição de Listeria monocytogenes em frios de frango pode ser obtida pela adição de sakacina P e Lactobacillus sakei produtores de sakacina P.[5]

A cepa 2a da subespécie L. sakei subsp. sakei também pode ser isolado de produtos cárneos.[6]

A pesquisa sugere que L. sakei pode desempenhar um papel na manutenção das cavidades sinusais saudáveis e na prevenção da sinusite.[7]

Bioquímica editar

Produção de bacteriocinas editar

As sacacinas são bacteriocinas de classe II produzidas por L. sakei.

Na cepa CCUG 42687, sua produção é dependente de nutrientes, temperatura e pH.[8] Usando a mesma cepa, a sakacina P pode ser produzida em um meio completamente definido.[9]

Na cepa CTC 494, a presença de sal e de um agente de cura (cloreto de sódio e nitrito de sódio) reduz a produção da bacteriocina antilisterial sakacina K.[10] O crescimento do CTC 494 também depende da disponibilidade de nutrientes.[11]

A Lactocina S é uma bacteriocina produzida pela cepa L45 de Lactobacillus sakei.[12]

Biossíntese de exopolissacarídeos editar

A cepa 0-1 de L. sakei produz exopolissacarídeos.[13]

Prevenção editar

O eugenol é um composto químico que pode ser usado para reduzir a presença de L. sakei,[14] pois rompe suas membranas celulares.[15]

Genética editar

A diversidade genética dentro de L. sakei foi avaliada através do uso de primers de PCR especificamente projetados para detecção usando DNA polimórfico amplificado aleatoriamente,[16] ou por tipagem de sequência multilocus.[17]

Genes de bacteriocina editar

Os genes da bacteriocina estão localizados nos cromossomos ou nos plasmídeos. A cepa 5 produz uma bacteriocina codificada por plasmídeo que é idêntica à sakacina P, bem como duas bacteriocinas codificadas cromossomicamente, que foram designadas sakacina T e sakacina X.[18]

LasX é um regulador transcricional dos genes biossintéticos da lactocina S na cepa L45 de Lactobacillus sakei.[19]

Outros genes editar

Na cepa LTH677, um organismo iniciador utilizado na fermentação da carne, há uma regulação dependente de oxigênio da expressão do gene catalase katA.[20]

Na estirpe LTH681, o operão de stress dnaK foi caracterizado em 1999 como um gene de proteína de choque térmico.[21]

Existe apenas um gene (IdhL) responsável pela fermentação láctica.[22]

Plasmídeos editar

Um plasmídeo do tipo Theta foi caracterizado em Lactobacillus sakei em 2003. É uma base potencial para vetores de baixo número de cópias em lactobacilos.[23]

Os vetores para a expressão do gene induzível em L. sakei podem ser construídos. Os elementos-chave desses vetores são um promotor regulável envolvido na produção das bacteriocinas sakacina A e sakacina P e os genes que codificam a proteína quinase histidina cognata e regulador de resposta que são necessários para ativar esse promotor na indução por um feromônio peptídico.[24][25]

Genoma editar

O genoma da bactéria de ácido lático de origem cárnea Lactobacillus sakei 23K foi publicado em 2005.[26]

É composto por 1884661 nucleotídeos formando 1879 genes de proteínas e 84 genes de RNA.[27]

Referências editar

  1. ↑ Zheng, Jinshui; Wittouck, Stijn; Salvetti, Elisa; Franz, Charles M.A.P.; Harris, Hugh M.B.; Mattarelli, Paola; O’Toole, Paul W.; Pot, Bruno; Vandamme, Peter (2020). «A taxonomic note on the genus Lactobacillus: Description of 23 novel genera, emended description of the genus Lactobacillus Beijerinck 1901, and union of Lactobacillaceae and Leuconostocaceae». International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. 70 (4): 2782–2858. ISSN 1466-5026. PMID 32293557. doi:10.1099/ijsem.0.004107  
  2. ↑ Gänzle, Michael G (2015). «Lactic metabolism revisited: metabolism of lactic acid bacteria in food fermentations and food spoilage». Current Opinion in Food Science. Food Microbiology • Functional Foods and Nutrition (em inglês). 2: 106–117. ISSN 2214-7993. doi:10.1016/j.cofs.2015.03.001 
  3. ↑ Bredholt, S.; Nesbakken, T.; Holck, A. (2001). «Industrial application of an antilisterial strain of Lactobacillus sakei as a protective culture and its effect on the sensory acceptability of cooked, sliced, vacuum-packaged meats». International Journal of Food Microbiology. 66 (3): 191–196. PMID 11428578. doi:10.1016/S0168-1605(00)00519-5 
  4. ↑ Ammor, S.; Dufour, E.; Zagorec, M.; Chaillou, S. P.; Chevallier, I. (2005). «Characterization and selection of Lactobacillus sakei strains isolated from traditional dry sausage for their potential use as starter cultures». Food Microbiology. 22 (6): 529–538. doi:10.1016/j.fm.2004.11.016 
  5. ↑ Katla, T.; Moretro, T.; Sveen, I.; Aasen, I. M.; Axelsson, L.; Rorvik, L. M.; Naterstad, K. (2002). «Inhibition of Listeria monocytogenes in chicken cold cuts by addition of sakacin P and sakacin P-producing Lactobacillus sakei». Journal of Applied Microbiology. 93 (2): 191–196. PMID 12147066. doi:10.1046/j.1365-2672.2002.01675.x  
  6. ↑ Carvalho, K. T. G.; Bambirra, F. H. S.; Kruger, M. F.; Barbosa, M. S.; Oliveira, J. S.; Santos, A. M. C.; Nicoli, J. R.; Bemquerer, M. P.; Miranda, A. (2009). «Antimicrobial compounds produced by Lactobacillus sakei subsp. Sakei 2a, a bacteriocinogenic strain isolated from a Brazilian meat product». Journal of Industrial Microbiology & Biotechnology. 37 (4): 381–390. PMID 20037770. doi:10.1007/s10295-009-0684-y 
  7. ↑ «Loss of normal microbial diversity may be culprit behind chronic sinusitis». 13 de setembro de 2012 
  8. ↑ Aasen, I. M.; Møretrø, T.; Katla, T.; Axelsson, L.; Storrø, I. (2000). «Influence of complex nutrients, temperature and pH on bacteriocin production by Lactobacillus sakei CCUG 42687». Applied Microbiology and Biotechnology. 53 (2): 159–166. PMID 10709977. doi:10.1007/s002530050003 
  9. ↑ Moretro, T.; Aasen, I. M.; Storro, I.; Axelsson, L. (2000). «Production of sakacin P by Lactobacillus sakei in a completely defined medium». Journal of Applied Microbiology. 88 (3): 536–545. PMID 10747235. doi:10.1046/j.1365-2672.2000.00994.x  
  10. ↑ The Presence of Salt and a Curing Agent Reduces Bacteriocin Production by Lactobacillus sakei CTC 494, a Potential Starter Culture for Sausage Fermentation. Frédéric Leroy and Luc de Vuyst, Appl. Environ. Microbiol., December 1999, vol. 65, no. 12, pages 5350-5356 (abstract)
  11. ↑ Leroy, F.; De Vuyst, L. (2001). «Growth of the Bacteriocin-Producing Lactobacillus sakei Strain CTC 494 in MRS Broth is Strongly Reduced Due to Nutrient Exhaustion: A Nutrient Depletion Model for the Growth of Lactic Acid Bacteria». Applied and Environmental Microbiology. 67 (10): 4407–4413. PMC 93183 . PMID 11571136. doi:10.1128/AEM.67.10.4407-4413.2001 
  12. ↑ Mørtvedt, C. I.; Nissen-Meyer, J.; Sletten, K.; Nes, I. F. (1991). «Purification and amino acid sequence of lactocin S, a bacteriocin produced by Lactobacillus sake L45». Applied and Environmental Microbiology. 57 (6): 1829–1834. PMC 183476 . PMID 1872611. doi:10.1128/AEM.57.6.1829-1834.1991 
  13. ↑ Degeest, B.; Janssens, B.; De Vuyst, L. (2001). «Exopolysaccharide (EPS) biosynthesis by Lactobacillus sakei 0-1: Production kinetics, enzyme activities and EPS yields». Journal of Applied Microbiology. 91 (3): 470–477. PMID 11556912. doi:10.1046/j.1365-2672.2001.01404.x 
  14. ↑ Gill, A. O.; Holley, R. A. (2004). «Mechanisms of Bactericidal Action of Cinnamaldehyde against Listeria monocytogenes and of Eugenol against L. Monocytogenes and Lactobacillus sakei». Applied and Environmental Microbiology. 70 (10): 5750–5755. PMC 522076 . PMID 15466510. doi:10.1128/AEM.70.10.5750-5755.2004 
  15. ↑ Gill, A. O.; Holley, R. A. (2006). «Disruption of Escherichia coli, Listeria monocytogenes and Lactobacillus sakei cellular membranes by plant oil aromatics». International Journal of Food Microbiology. 108 (1): 1–9. PMID 16417936. doi:10.1016/j.ijfoodmicro.2005.10.009 
  16. ↑ Berthier, F.; Ehrlich, S. D. (1999). «Genetic diversity within Lactobacillus sakei and Lactobacillus curvatus and design of PCR primers for its detection using randomly amplified polymorphic DNA». International Journal of Systematic Bacteriology. 49 (3): 997–1007. PMID 10425756. doi:10.1099/00207713-49-3-997  
  17. ↑ Chaillou, Stéphane; Lucquin, Isabelle; Najjari, Afef; Zagorec, Monique; Champomier-Vergès, Marie-Christine (2013). «Population genetics of Lactobacillus sakei reveals three lineages with distinct evolutionary histories». PLOS ONE. 8 (9): e73253. Bibcode:2013PLoSO...873253C. ISSN 1932-6203. PMC 3777942 . PMID 24069179. doi:10.1371/journal.pone.0073253  
  18. ↑ Vaughan, A.; Eijsink, V. G. H.; Van Sinderen, D. (2003). «Functional Characterization of a Composite Bacteriocin Locus from Malt Isolate Lactobacillus sakei 5». Applied and Environmental Microbiology. 69 (12): 7194–7203. PMC 309959 . PMID 14660366. doi:10.1128/AEM.69.12.7194-7203.2003 
  19. ↑ Rawlinson, E. L. A.; Nes, I. F.; Skaugen, M. (2002). «LasX, a transcriptional regulator of the lactocin S biosynthetic genes in Lactobacillus sakei L45, acts both as an activator and a repressor». Biochimie. 84 (5–6): 559–567. PMID 12423800. doi:10.1016/S0300-9084(02)01420-7 
  20. ↑ Oxygen-Dependent Regulation of the Expression of the Catalase Gene katA of Lactobacillus sakei LTH677. Christian Hertel, Gudrun Schmidt, Marc Fischer, Katja Oellers and Walter P. Hammes, Appl. Environ. Microbiol., April 1998, vol. 64, no. 4, pages 1359-1365 (abstract)
  21. ↑ Schmidt, G.; Hertel, C.; Hammes, W. P. (1999). «Molecular Characterisation of the dnaK Operon of Lactobacillus sakei LTH681». Systematic and Applied Microbiology. 22 (3): 321–328. PMID 10553284. doi:10.1016/S0723-2020(99)80039-3 
  22. ↑ Maleret, C.; Lauret, R.; Ehrlich, S. D.; Morel-Deville, F.; Zagorec, M. (1998). «Disruption of the sole IdhL gene in Lactobacillus sakei prevents the production of both L- and D-Iactate». Microbiology. 144 (12): 3327–3333. PMID 9884224. doi:10.1099/00221287-144-12-3327  
  23. ↑ Alpert, C. -A.; Crutz-Le Coq, A. -M.; Malleret, C.; Zagorec, M. (2003). «Characterization of a Theta-Type Plasmid from Lactobacillus sakei: A Potential Basis for Low-Copy-Number Vectors in Lactobacilli». Applied and Environmental Microbiology. 69 (9): 5574–5584. PMC 194969 . PMID 12957947. doi:10.1128/AEM.69.9.5574-5584.2003 
  24. ↑ Sørvig, E.; Grönqvist, S.; Naterstad, K.; Mathiesen, G.; Eijsink, V. G. H.; Axelsson, L. (2003). «Construction of vectors for inducible gene expression inLactobacillus sakeiandL. Plantarum». FEMS Microbiology Letters. 229 (1): 119–126. PMID 14659551. doi:10.1016/S0378-1097(03)00798-5  
  25. ↑ Sørvig, E.; Mathiesen, G.; Naterstad, K.; Eijsink, V. G. H.; Axelsson, L. (2005). «High-level, inducible gene expression in Lactobacillus sakei and Lactobacillus plantarum using versatile expression vectors». Microbiology. 151 (7): 2439–2449. PMID 16000734. doi:10.1099/mic.0.28084-0 
  26. ↑ Chaillou, S. P.; Champomier-Vergès, M. C.; Cornet, M.; Crutz-Le Coq, A. M.; Dudez, A. M.; Martin, V. R.; Beaufils, S.; Darbon-Rongère, E.; Bossy, R. (2005). «The complete genome sequence of the meat-borne lactic acid bacterium Lactobacillus sakei 23K». Nature Biotechnology. 23 (12): 1527–1533. PMID 16273110. doi:10.1038/nbt1160  
  27. ↑ Lactobacillus sakei genome on KEGG at www.genome.jp

Ligações externas editar

 
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