A Lista negra do PT, como ficou conhecida, se refere a um artigo feito pelo vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Alberto Cantalice, intitulado ""A desmoralização dos pitbulls da grande mídia",[1] contra os críticos dos governos do partido.[2]

Alberto Cantalice, então vice-presidente do partido e autor da lista.

Cantalice cita nomes importantes como os de Danilo Gentili, Marcelo Madureira, Lobão, Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Guilherme Fiuza e Demétrio Magnoli como "pit bulls da mídia", chamando-os de elitistas e dizendo serem contra os pobres e de fomentarem ódio...[3]

Contexto editar

A controvérsia ocorreu durante as eleições presidenciais do Brasil em 2014. Naquele ano, o Partido dos Trabalhadores (PT) gozava do poder e a então presidente Dilma Rousseff estava concorrendo à reeleição.[4]

Durante a campanha eleitoral, empresas estavam sendo favorecidas em contratos com o governo em troca de doações de dinheiro para a campanha do PT, ilegalidades reveladas em uma série de investigações relacionadas à Operação Lava Jato, que expôs um grande esquema de corrupção, envolvendo a Petrobras e outras empresas estatais.[5]

Em meio a essa corrupção, começou a circular uma suposta "lista negra" de empresas que haviam sido beneficiadas pelo governo do PT em troca de dinheiro para a campanha eleitoral de 2014.[4]

A divulgação da "lista negra" gerou mal-estar e debates durante a campanha eleitoral, com opositores do PT usando-a para mostrar parte da corrupção e falta de transparência no governo. O PT sempre negou qualquer irregularidade e alegou que as ações eram politicamente motivadas.

No final das eleições de 2014, Dilma Rousseff foi reeleita, mas os escândalos de corrupção só continuaram a crescer nos anos seguintes, levando a investigações e prisões de figurões políticos e empresariais no Brasil. A Operação Lava Jato teve um impacto significativo na política brasileira e na percepção da corrupção no país.[6]

Reações editar

Marcelo Madureira reagiu ao fato em vídeo publicado em seu canal no YouTube, afirmando que ele não é contra os pobres, como o partido acusou, mas que é contra o PT.[3]

Reinaldo Azevedo publicou um artigo em seu blog no site da revista Veja dizendo que processaria os responsáveis por este fato e que isso seria um caso para a Polícia Federal investigar.[7]

Danilo Gentili, por sua vez, reagiu ao ocorrido em um post publicado em sua conta no Facebook, incluindo também links para as declarações de Madureira e Azevedo sobre o assunto.[3]

A organização não governamental Repórteres sem Fronteiras condenou o Partido dos Trabalhadores por elaborar esta lista.[8]

Ver também editar

Referências editar

  1. «Alberto Cantalice: A desmoralização dos pitbulls da grande mídia». Partido dos Trabalhadores. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  2. «A lista do PT». O Globo. 19 de junho de 2014. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  3. a b c «Vice-presidente do PT elabora "lista negra" de jornalistas chamados de "pit bulls" da mídia». Portal IMPRENSA - Notícias, Jornalismo, Comunicação. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  4. a b Benites, Afonso (21 de novembro de 2014). «Construtoras investigadas despejaram 200 milhões de reais nas eleições 2014». El País Brasil. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  5. «Propinas investigadas pela Lava Jato chegam a R$ 10 bilhões, diz procurador». EBC. 9 de outubro de 2015. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  6. «Entenda o caso — Caso Lava Jato». www.mpf.mp.br. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  7. «AJUDEM A ESPALHAR: CHEFÃO DO PT PEDE ABERTAMENTE A CABEÇA DE JORNALISTAS NA PÁGINA DO PARTIDO. ESTOU NA LISTA. NÃO SEI O QUE FARÃO OS OUTROS. ESTOU ANUNCIANDO AQUI QUE VOU PROCESSAR O SR. ALBERTO CANTALICE POR CALÚNIA E DIFAMAÇÃO. CABE INDAGAR SE CHEFÃO PETISTA NÃO ESTÁ DANDO UMA ORDEM PARA QUE ESSAS PESSOAS SEJAM AGREDIDAS NAS RUAS. É PRECISO CUIDADO! ELE É DO PARTIDO A QUE PERTENCIA CELSO DANIEL! | Reinaldo Azevedo». VEJA. Consultado em 27 de outubro de 2023 
  8. «Vice-presidente do PT publica lista negra de jornalistas "pitbulls" | RSF». rsf.org. 20 de junho de 2014. Consultado em 27 de outubro de 2023 

Ligações externas editar