Madalyn Murray O'Hair

Madalyn Murray O'Hair (13 de abril de 1919 - 29 de setembro de 1995)[1] foi uma advogada e ativista ateísta americana; uma das fundadoras da American Atheists e sua presidente de 1963-1986. Ela criou os primeiros números de American Atheist Magazine. Um de seus filhos, Jon Garth Murray, foi o presidente da entidade de 1986 a 1995, enquanto ela permanecia de facto presidente durante esses nove anos. Ela é mais conhecida pela ação judicial Murray v Curlett, o que levou a um marco decisivo da Suprema Corte terminando a leitura oficial da Bíblia em escolas públicas americanas em 1963. Isto veio apenas um ano depois da Suprema Corte proibindo oficialmente a oração patrocinada nas escolas no caso Engel v Vitale. Depois que ela fundou a American Atheists e venceu Murray v Curlett, ela conseguiu a atenção na medida em que, em 1964, a revista Life se referiu a ela como "a mulher mais odiada da América".[2][3]

Madalyn Murray O'Hair
Madalyn Murray O'Hair
Madalyn Murray O'Hair, 1983
Nascimento 13 de abril de 1919
Pittsburgh, Pennsylvania, United States
Morte 29 de setembro de 1995 (76 anos)
San Antonio, Texas, United States
Residência Baltimore, Honolulu, Austin
Nacionalidade  Estados Unidos
Cidadania Estados Unidos
Parentesco William J. Murray e Jon Garth Murray (filhos)
Filho(a)(s) Jon Garth Murray, William Joseph Murray
Alma mater
  • Ashland University
  • South Texas College of Law
  • Rossford High School
Ocupação Advogada
Principais interesses Ateísmo/Antiteísmo
Humanismo/Secularismo
Feminismo
Socialismo
Movimento estético ateísmo
Religião ateísmo
Causa da morte asfixia
Página oficial
[1]

Em 1995, ela foi sequestrada, assassinada e mutilada, juntamente com seu filho Jon Murray e neta Robin Murray O'Hair, pelo ex-gerente do escritório da American Atheists David Roland Waters.

Início de vida

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Madalyn Mays nasceu no bairro Beechview de Pittsburgh, Pensilvânia,[4] em 13 de abril de 1919, filha de Lena Christina (Scholle) e John Irwin "Irv" Mays.[5] Quando criança, ela foi batizada na igreja como uma presbiteriana. Em 1936, graduou-se na Rossford High School, em Rossford, Ohio.[6]

Ela casou-se com John Henry Roths em 1941. Contudo separaram-se quando ambos se alistaram – ele nos Fuzileiros e ela no Corpo de Mulheres Auxiliar do Exército. Em 1945, colocada em Itália, ela iniciou uma aventura com William J. Murray Jr. e teve um filho dele, dando-lhe o nome de William Joseph Murray. Murray, casado, e Católico Romano, recusou divorciar-se da sua mulher para se casar com Madalyn. Apesar disso ela divorciou-se de Roths e começou a chamar-se Madalyn Murray. Em 1949 ela graduou-se em Direito no South Texas College of Law, mas nunca exerceu. No dia 16 de novembro de 1954, ela deu à luz um outro filho, Jon Garth Murray, de um pai diferente.

Em 1965 Madalyn Murray casou-se com Richard O'Hair. Foi assim que obteve os sobrenomes Murray O'Hair.

Ativismo ateu

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Madalyn O'Hair atraiu pela primeira vez a atenção nacional em 1960 quando processou a direção da escola de Baltimore por esta requerer que o seu filho mais velho, William, na altura com quatorze anos, dissesse orações na escola. O caso subiu ao Supremo Tribunal, e em 1963 as orações foram banidas nas escolas públicas em todo o país (EUA). Esta decisão relançou o movimento ateísta nos EUA.

No processo, Madalyn O'Hair tornou-se tema de interesse popular e ganhou enorme publicidade. Convidada como primeiro convidado no The Phil Donahue Show, a famosa ateia rasgou uma página da Bíblia, chocando a audiência e a equipa do espetáculo. Ela também começou a receber cartas não solicitadas e contribuições de admiradores, incluindo de um cultivador de trigo do Kansas e de um nudista que lhe enviou um cheque de $5.000.

Nos anos 70 ela combateu publicamente os líderes religiosos em muitas questões e também criou um programa radiofónico ateu onde criticava a religião e o teísmo.

William Joseph Murray tornou-se cristão em 1980. Sobre a conversão de seu filho, declarou na ocasião: "Pode-se chamar isso de aborto pós-natal por parte de uma mãe, eu acho; repudio-o inteira e completamente agora e por todos os tempos. Ele está além do perdão humano."[7]

O seu bizarro desaparecimento em 1995, juntamente com o seu filho mais novo e neta, foi um mistério que só se esclareceu no início de 2001, quando uma força tarefa de investigadores federais descobriu uma cova rasa num rancho remoto no Texas. O local da sepultura continha três conjuntos de restos esqueléticos com as pernas serradas, e o crânio e mãos de uma quarta pessoa.

Ativismo Ateísta e Assassinato

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Madalyn Murray O'Hair não combateu apenas os que crêem, mas também muitos ateus. Ela expulsou membros do grupo, American Atheists, que não se conformavam com as suas ideias de como os ateus se deviam comportar.

Madalyn O'Hair foi uma das partes litigantes no caso Murray versus Curlett, que conduziu o Supremo Tribunal dos EUA, em 1963, a decidir banir das escolas públicas dos EUA a oração organizada. Esta decisão tornou Madalyn O’Hair a ateia mais famosa do país e uma figura tão controversa que em 1964 a revista Life denominou-a "a mulher mais odiada da América". Madalyn O’Hair fundou o grupo American Atheists em 1963, e permaneceu seu principal porta-voz até 1995, quando ela e o seu filho e neta, adultos, desapareceram depois de deixarem uma nota dizendo que se ausentariam temporariamente. O trio pareceu ter levado consigo pelo menos $500.000 dos cofres do grupo; um investigador privado concluiu que eles fugiram para a Nova Zelândia. As suspeitas recaíram sobre David Roland Waters, um ex-condenado que trabalhara nos escritórios do referido grupo. A polícia concluiu que ele e cúmplices sequestraram os O’Hair, forçaram-nos a sacar o dinheiro em falta, e depois assassinaram-nos. Waters confessou a culpa para diminuir as acusações que pendiam sobre si, e em janeiro de 2001 conduziu a polícia a um remoto rancho no Texas onde estavam sepultados os três corpos, que provaram ser de Madalyn, de seu filho e de sua neta.

Uma vez descoberta a verdade e recuperados os seus restos mortais, os três foram sepultados de novo, desta vez por William, o filho mais velho, numa sepultura não identificada de um cemitério não revelado, perto de Austin, Texas. William recusou revelar o local das suas sepulturas aos American Atheists ou a qualquer grupo ateu, apesar dos esforços concentrados destes em sentido contrário.

Os familiares que desapareceram com Madalyn O’Hair foram o seu filho Jon Garth Murray, e Robin Murray O’Hair, sua neta, filha de William, o filho mais velho.

Robin tinha 30 anos de idade quando foi assassinada. Ela também viveu à sombra da poderosa avó. Fora-lhe entregue por William (a mãe dela nunca é mencionada) quando ele era tóxico-dependente. Robin era legalmente filha adotiva de Madalyn.

A produção da Netflix, de 2017, The Most Hated Woman in America (A Mulher Mais Odiada dos Estados Unidos) dramatiza a história de sua vida.[8]

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Referências

  1. «United States Social Security Death Index: Madalyn M Ohair» (em inglês). FamilySearch. Consultado em 7 de janeiro de 2014 
  2. Goeringer, Conrad F. (2006). «About American Atheists». American Atheists (em inglês). atheists.org. Consultado em 7 de janeiro de 2014 
  3. Van Biema, David (10 de fevereiro de 1997). «Where's Madalyn?» (em inglês). Time. Consultado em 7 de janeiro de 2014 
  4. Bryce, Robert. «Madalyn Murray O'Hair timeline» (em inglês). Austin Chronicle. Consultado em 7 de janeiro de 2014 
  5. Reitwiesner, William Addams. «Ancestry of Madalyn Murray O'Hair» (em inglês). Consultado em 7 de janeiro de 2014 
  6. «Woman, Atheist, Anarchist» (em inglês). Freedom Writer. 1989. Consultado em 7 de janeiro de 2014. Arquivado do original (reimpressão) em 12 de outubro de 2007 
  7. Ungodly: The Passions, Torments, and Murder of Atheist Madalyn Murray O'Hair. Autor: Ted Dracos. Free Press, 2003, pág. 138, (em inglês) ISBN 9780743228336 Adicionado em 26/09/2017.
  8. Internet Movie Data Base - A Mulher Mais Odiada dos Estados Unidos (2017). (em inglês) e (em português) Acessado em 26/09/2017.