Marcelino Carlos
Marcelino Carlos ComA • GOA • OTE • MOCE (Fuzeta, Olhão, 3 de Abril de 1875 - 8 de Novembro de 1945) foi um contra-almirante português.
Marcelino Carlos | |
---|---|
Dados pessoais | |
Nascimento | 3 de abril de 1875 Fuzeta, Olhão |
Morte | 8 de novembro de 1945 (70 anos) |
Vida militar | |
País | Portugal |
Força | Marinha |
Hierarquia | Contra-almirante |
Honrarias | Ordem Militar de Avis Ordem Militar de Mérito |
Biografia editar
Nascimento editar
Marcelino Carlos nasceu em 3 de Abril de 1875, na localidade da Fuseta, parte do concelho de Olhão, no Algarve.[1]
Carreira militar editar
Aos 17 anos assentou praça na Marinha, como voluntário.[1] Em 1904 foi louvado pela sua participação nos socorros do vapor alemão Aralda perto da Arrifana, em Aljezur, possuindo nessa altura o posto de segundo tenente.[1] Foi depois promovido a capitão-tenente e colocado no comando do caça-minas República, onde se distinguiu no combate contra as forças monárquicas durante a Monarquia do Norte.[1] Também foi responsável pela Quarta Repartição da Direcção-Geral Militar das Colónias, onde foi louvado pela sua conduta.[1] após a sua promoção a capitão-de-fragata, foi um dos membros da comissão formada para rever e actualizar o regulamento-geral das capitanias e o Código da Marinha Mercante, função pela qual recebeu outro louvor.[1]
Atingiu depois o posto de contra-almirante, durante o qual exerceu as posições de director das Pescarias, presidente da Caixa de Protecção dos Pescadores Inválidos e da Comissão de Empréstimos aos navios do bacalhau, e vogal da Comisão Central de Pescarias, da Comissão de Direito Marítimo Internacional, e da Comissão de Estudos da Pesca do Bacalhau.[1] Foi representante do governo português em vários eventos sobre a pesca,[2] tendo sido delegado e secretário-geral da Comissão Luso-Espanhola da Pesca, e delegado na conferência do Direito Marítimo em Viena.[1] Em 1932 passou a ocupar a posição de juiz no Tribunal Militar da Marinha.[1] Também exerceu como capitão nos Portos de Olhão e Lagos, e foi instructor na Escola de Alunos Marinheiros de Faro.[1]
Após a sua passagem à reserva, trabalhou ainda como presidente da comissão que estudou a remodelação da estação de Biologia Marinha,[1] e fez parte do júri dos primeiros exames para almirante.[2]
Falecimento editar
Marcelino Carlos faleceu em 8 de Novembro de 1945.[1] Foi sepultado no dia seguinte, no Talhão dos Combatentes do Cemitério do Alto de São João[2]
Homenagens editar
Marcelino Carlos foi honrado com o grau de comendador na Ordem Militar de Avis em 11 de Março de 1919, onde foi promovido a grande-oficial em 5 de Outubro de 1934, e com o grau de oficial na Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito em 24 de Setembro de 1919.[3] Também foi homenageado com o grau de grande comendador na Ordem de São Carlos do Mónaco.[1]
Recebeu as medalhas de Filantropia e Caridade, das Campanhas no Mar 1916-1917-1918, de Bons Serviços, de Comportamento Exemplar, da Coragem, Abnegação e Humanidade, e da Vitória.[1]
O nome de Contra-Almirante Marcelino Carlos foi colocado numa rua na Fuseta.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o MARREIROS, 2015:308-309
- ↑ a b c «De Luto». Diário de Lisboa. Ano 25 (8247). Lisboa: Renascença Gráfica. 9 de Novembro de 1945. p. 11. 12 páginas. Consultado em 9 de Janeiro de 2019 – via Casa Comum - Fundação Mário Soares
- ↑ «Entidades nacionais agraciadas com ordens portuguesas». Presidência da República Portuguesa. 2011. Consultado em 9 de Janeiro de 2019
Bibliografia editar
- MARREIROS, Glória Maria (2015). Algarvios pelo coração, algarvios por nascimento. Lisboa: Edições Colibri. 432 páginas. ISBN 978-989-689-519-8