Marcha das Margaridas

Marcha das Margaridas é uma manifestação de mulheres trabalhadoras rurais de todo o Brasil, em prol de direitos sociais e contra a violência contra as mulheres do campo e da floresta.[1] O evento tem-se realizado a cada quatro anos, desde 2000, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.[2][3][4]

Retrato de Margarida Maria Alves em preto e branco
Margarida Maria Alves

A ação é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)[5] e acontece sempre em agosto, em memória da trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983 por defender os direitos de trabalhadores rurais da Paraíba[6][7].

Marcha das Margaridas percorre a Esplanada dos Ministérios em 2015 (José Cruz/Agência Brasil)

Objetivos editar

Segundo o site da Marcha das Margaridas, seus principais objetivos são:

  • Fortalecer e ampliar a organização, mobilização e formação sindical e feminista das mulheres trabalhadoras rurais;
  • Reafirmar o protagonismo e dar visibilidade à contribuição econômica, política e social das mulheres do campo, da floresta e das águas, na construção de um novo processo de desenvolvimento rural voltado para a sustentabilidade da vida humana e do meio ambiente;
  • Apresentar, através das proposições, uma crítica ao modelo de desenvolvimento hegemônico a partir de uma perspectiva feminista;
  • Contribuir para a democratização das relações sociais no Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e nos demais espaços políticos, visando, assim, a superação das desigualdades de gênero e étnico-raciais;
  • Protestar contra as causas estruturantes da insegurança alimentar e nutricional que precisam ser enfrentadas para a garantia do direito humano à alimentação adequada e a soberania alimentar;
  • Denunciar e protestar contra todas as formas de violência, exploração e discriminação, e avançar na construção da igualdade para as mulheres;
  • Atualizar e qualificar a pauta de negociações, propondo e negociando políticas para as mulheres do campo, da floresta e das águas, considerando as suas especificidades;
  • Lutar pelo aperfeiçoamento e consolidação das políticas públicas voltadas às mulheres do campo, da floresta e das águas, nas esferas municipal, estadual e federal, contribuindo para que estas incidam no cotidiano das mulheres do campo, da floresta e das águas.


Histórico editar

A primeira edição, em 2000, reuniu cerca de 20 mil agricultoras, quilombolas, indígenas, pescadoras e extrativistas de todo o Brasil.[7]

O movimento é marcado pelas camisetas lilás e pelos chapéus de palha decorados com margaridas usados pelas manifestantes. A marcha se repetiu nos anos de 2003, 2007, 2011, 2015,[8][9] 2019 e 2023,[10] reunindo cerca de 100 mil manifestantes.

Lemas editar

  • 2000 - "2000 Razões para marchar contra a Fome, a Pobreza e a Violência Sexista" [11]
  • 2003 - "2003 Razões para marchar contra a Fome, a Pobreza e a Violência Sexista" [12]
  • 2007 - "2007 Razões para marchar contra a Fome, a Pobreza e a Violência Sexista" [13]
  • 2011 - "2011 Razões para marchar por Desenvolvimento Sustentável com Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade" [14]
  • 2015 - "Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade" [15]
  • 2019 - "Margaridas na luta por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência"
  • 2023 - "Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver"

Referências

Ver também editar

Ligações externas editar