Maria Eugénia Nunes de Matos

Maria Eugénia Nunes de Matos (1923 – 2011) foi uma empresária conhecida por ter sido uma das maiores impulsionadoras da exploração de ardósia em Valongo.

Maria Eugénia
Nome completo Maria Eugénia Lencastre Ribeiro da Silva Nunes de Matos
Nascimento 1923
Morte 2011
Nacionalidade português
Cônjuge Manuel Nunes de Matos
Filho(a)(s) 5
Ocupação Empresária

Biografia

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Maria Eugénia nasceu em 1923 numa família da elite do Porto. Educada inicialmente para ser mãe, não teve formação empresarial formal. Ainda jovem, mostrou-se autodidata, aprendendo a ler sozinha e acabando por dominar várias línguas, incluindo alemão, inglês, italiano e francês. Com o curso de piano do Conservatório de Música do Porto e o sétimo ano no Colégio de Nossa Senhora do Rosário concluídos, sonha seguir Medicina, mas o pai, David Ribeiro da Silva, não considerou apropriado que a filha continuasse a estudar. Casa aos 24 anos com o empresário Manuel Nunes de Matos, tendo o primeiro filho, Rui, em 1949, Eugénia em 1950, depois Benedita em 1953, Teresa em 1954 e Ana Isabel dois anos mais tarde.[1]

Maria Eugénia entrou no mundo dos negócios após a morte do seu marido, Manuel Nunes de Matos, em 1961, dedicando-se à distribuição de bebidas numa empresa herdada do marido. Em 1982, Maria Eugénia comprou a Empresa das Lousas de Valongo (ELV), que estava à beira da falência e enfrentava greves. Com uma estratégia de negociação inteligente, ela revitalizou a empresa e tornou-a lucrativa. Sob a sua direção, a ELV modernizou a produção, mecanizando processos e aumentando a eficiência.[1]

Maria Eugénia continuou a expandir as suas operações no setor de ardósia, adquirindo a Companhia Portuguesa de Ardósias (1991), a Sociedade Lousífera do Outeiro (1992) e Fonseca, Costa e Companhia Lda (1995). Essas aquisições consolidaram a sua posição no mercado, dominando uma área significativa de extração em Valongo.[1]

Para além da ardósia, Maria Eugénia também se aventurou na produção de vinho. Herdou a Quinta da Fírvida e comprou a Quinta dos Avidagos, expandindo suas operações vitivinícolas. Produziu vinho do Porto e, posteriormente, vinho de mesa, que é exportado para vários países.[1]

Sendo fumadora frequente, é diagnosticada com cancro aos 82 anos, mas continua a trabalhar ativamente até pouco antes de sua morte em 2011.[1]

Os seus filhos e netos continuam a gerir as empresas de ardósia e as quintas de produção de vinho, mantendo o legado de sucesso empresarial iniciado por Maria Eugénia.[1]

Referências

  1. a b c d e f Costa, Joana Ferreira da (9 de outubro de 2016). «Maria Eugénia, a mulher à frente de um império de rocha». PÚBLICO