Mercado Municipal (Feira de Santana)

mercado municipal e bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia na cidade de Feira de Santana

O Mercado Municipal de Feira de Santana é uma edificação inaugurada no ano de 1915, localizada na região central do município de Feira de Santana, município no interior do estado da Bahia.[1][2][3]

Mercado Municipal de Feira de Santana
Mercado Municipal (Feira de Santana)
Tipo
Estilo dominante neoclássico, gótica
Engenheiro Acciolly Ferreira da Silva
Início da construção 1906
Inauguração 27 de março de 1915
Proprietário inicial Prefeitura Municipal de Feira de Santana
Função inicial Mercado Público
Proprietário atual Prefeitura Municipal de Feira de Santana
Função atual Mercado Público
Área
  • 2 562 metro quadrado
Património nacional
Classificação Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
Geografia
País  Brasil
Cidade Feira de Santana, BA
Praça João Pedreira, s/nº, Centro
Coordenadas 12° 15' 18" S 38° 57' 58" O

História editar

Feira de Santana sempre foi uma cidade mercantil em grande parte de sua história, sendo o "principal empório do sertão baiano", na encruzilhada do comércio de gado entre o árido interior da Bahia e a cidade de Salvador.[4] A necessidade de uma feira municipal remonta ao século XIX, visto que a Praça João Pedreira funcionava como grande feira ao ar livre.[4] O objetivo principal do edifício era organizar e higienizar o comércio de carne para a segurança dos trabalhadores e cidadãos.[5] O município não tinha fundos para um prédio, mas decidiu por sua construção em 1901. Os empréstimos em 1906 e 1913 facilitaram o início e o fim da construção do mercado. Foi projetado pelo engenheiro Acciolly Ferreira da Silva.[6]

O prédio foi inaugurado formalmente em 27 de março de 1915, e foi construído quase na mesma época que feiras similares da região em São Félix, Lençóis, Barra e Rio de Contas.[4] Apesar de seu tamanho, o mercado logo ficou lotado para seu propósito original em meados do século 20, recebendo diversos comerciantes de "secos e molhados".[7][8]

O Mercado Municipal foi transformado em feira de arte popular pelo município de Feira de Santana, com reabertura em 1980. Foi reformado novamente em 1989 para melhorar os pisos, telhados, banheiros, sistemas elétricos e de saneamento. Agora é cercado por densos mercados ao ar livre em três lados.[1][9][10]

Arquitetura editar

O Mercado Municipal foi construído em estilo eclético, combinando elementos neoclássicos e góticos.[2] O mercado fica em frente a uma estreita praça pública na área central de Feira de Santana.[2] O mercado tem uma planta baixa retangular, consiste em um único andar e cobre 2.562 metros quadrados (27.580 pés quadrados).[1] Ele está alinhado com as ruas em todos os quatro lados, apenas estreitamente recuado da rua, e agora cercado por uma cerca de metal. Consiste em uma grande área central com acesso às quatro ruas ao redor do mercado. As quatro fachadas do edifício são divididas por pilastras que sustentam uma cornija. A cornija é equipada com uma grade de metal ornamentada ao longo do comprimento do edifício. Assim como o Mercado Municipal de São Félix, cada pilastra é encimada por uma jarra de cerâmica ornamental.[1]

O mercado é rodeado por um conjunto de janelões de arcos altos e pontiagudos, que lembram as da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, construída em meados do século XIX.[11] Existem doze janelas voltadas para a praça e os fundos do prédio, e dez nas laterais estreitas do prédio. O interior do mercado tem os seus pilares originais e dois painéis de azulejos do artista Juraci Dórea.[12]

Tombamento editar

Dada a sua importância econômica, histórica e arquitetônica para o município de Feira de Santana, no ano de 1994, o prédio passou pelo processo de tombamento histórico junto ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), órgão de preservação histórica vinculado ao Governo do estado da Bahia.[1][13]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e «Prédio Mercado Municipal (Feira de Santana)». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  2. a b c «IBGE | Biblioteca | Detalhes | [Rua Sales Barbosa : Mercado Municipal] : Feira de Santana, BA». Biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  3. «Feira de Santana (BA)». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  4. a b c E., Poppino, Rollie. Princess of the Sertão : a history of Feira de Santana. [S.l.: s.n.] OCLC 23459314 
  5. Silva, Mayara (28 de agosto de 2012). «Experiências de trabalhadores/as pobres em Feira de Santana (1890-1930)» (PDF). Universidade Estadual de Feira de Santana. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  6. Campos, Juliano (2014). «O Coronel Intelectual e o Progresso da "Princesa": a trajetória Intelectual e Política de Arnold Ferreira da Silva (1912-1952)» (PDF). IV CONGRESSO SERGIPANO DE HISTÓRIA & IV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DAANPUH/SE. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  7. Santos, Leandro (27 de dezembro de 2020). «Mercado de arte popular Feira de Santana - Bahia - Brasil». Jornal da Chapada. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  8. «Cidade: Mercado de arte popular - Feira de Santana - Bahia». Cidade. 24 de março de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  9. Pacheco, Larissa (21 de agosto de 2009). «Trabalho e costume de feirantes de alimentos: pequenos comerciantes e regulamentações do mercado em Feira de Santana (1960/1990)». Universidade Estadual de Feira de Santana. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  10. «Mercado de Arte Popular de Feira de Santana acolhe associações culturais, de arte e educação». Jornal Grande Bahia (JGB). 24 de maio de 2019. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  11. «Prédio do MAP de Feira de Santana completa 100 anos dia 27». Blog da Feira. 10 de março de 2015. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  12. Mário, Gil. «Retrospectiva das obras de Juraci Dórea». IRDEB - Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  13. «Institucional». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Consultado em 21 de agosto de 2021