O mutum-pinima (nome científico: Crax fasciolata pinima) é uma raríssima subespécie de mutum-de-penacho, com poucos exemplares em museus e desaparecido desde 1978. Sendo comprovado um registro do animal somente em 2017.[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMutum-pinima
Créditos: Emanuel Barreto
Créditos: Emanuel Barreto
Estado de conservação
Espécie em perigo crítico
Em perigo crítico (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Galliformes
Família: Cracidae
Género: Crax
Espécie: Crax fasciolata
Subespécie: Crax fasciolata pinima
(Pelzeln, 1870)

Áreas de Ocorrência editar

Restrito ao Centro de Endemismo Belém, com ocorrência no Leste do Pará e Oeste do Maranhão.[2]

Registros atuais e documentados na Reserva biológica do Gurupi, Terras indígenas Alto Turiaçu, Alto Alegre do Pindaré, no estado do Maranhão e Terra indígena Mãe Maria, no Pará.[3]

Taxonomia e Habitat editar

Os machos de C. f. pinima são fracamente distinguíveis da forma nominal, enquanto que as fêmeas possuem ceroma amarelo tanto na maxila quanto na mandíbula, além do par central de retrizes negras. Estes são caracteres claramente diagnósticos e que não permitem qualquer confusão com outros espécies do gênero.

É intolerante a alterações de habitat e restrito a florestas primárias, suas áreas de ocorrência são as mais degradadas de toda a Amazônia com 75% de destruição.[4]

População editar

Através de observações de campo, se constatou que sua população é certamente menor que 50 indivíduos maduros.[4][5]

Ameaças editar

Degradação de seu habitat [6] e a caça são as maiores ameaças para a espécie.[3][5] Acredita-se que à caça tenha sido maior que 80% em três gerações (35 anos), tornando essa espécie um forte candidato a ser o primeiro Cracidae a ser extinto.[4]

Referências editar

  1. Biodiversidade, Instituto Chico Mendes de Conservação da. «SALVE - Público». salve.icmbio.gov.br. Consultado em 2 de novembro de 2023 
  2. del Hoyo, J. (1994). Handbook of the Birds of the World.Vol 2: New World Vultures to Guineafowl. [S.l.]: Lynx Edicions. pp. 310–363 
  3. a b Alteff, Eduardo França; Gonsioroski, Gustavo; Barreiros, Marcelo; Torres, Leonardo Gabriel Campos de Oliveira; Camilo, André Restel; Mozerle, Hugo Borghezan; Sousa, Antônio Emanuel Barreto Alves de; Medolago, César Augusto Bronzatto; Martínez, Carlos (21 de outubro de 2019). «The rarest of the rare: rediscovery and status of the critically endangered Belem Curassow, Crax fasciolata pinima (Pelzeln, 1870)». Papéis Avulsos de Zoologia (em inglês): e20195946. ISSN 0031-1049. doi:10.11606/1807-0205/2019.59.46. Consultado em 2 de novembro de 2023 
  4. a b c Alexandre Luis Padovan Aleixo; Carlos Martínez Ruiz; Diego Mendes Lima; Edson Varga Lopes; Pablo Vieira Cerqueira; Sidnei De Melo Dantas; Túlio Dornas De Oliveira. «Ficha de Crax fasciolata pinima». 22253 páginas. doi:10.37002/salve.ficha.22253 - acesso em: 02 de nov. de 2023. Verifique |doi= (ajuda). Consultado em 2 de novembro de 2023 
  5. a b Lima, Diego Mendes; Martínez, Carlos; Raíces, Daniel Santana Lorenzo (dezembro de 2014). «An avifaunal inventory and conservation prospects for the Gurupi Biological Reserve, Maranhão, Brazil». Revista Brasileira de Ornitologia (4): 317–340. ISSN 2178-7875. doi:10.1007/bf03544270. Consultado em 2 de novembro de 2023 
  6. Barlow, Jos; Lennox, Gareth D.; Ferreira, Joice; Berenguer, Erika; Lees, Alexander C.; Nally, Ralph Mac; Thomson, James R.; Ferraz, Silvio Frosini de Barros; Louzada, Julio (29 de junho de 2016). «Anthropogenic disturbance in tropical forests can double biodiversity loss from deforestation». Nature (7610): 144–147. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/nature18326. Consultado em 2 de novembro de 2023