Naufrágio (do latim naufragiu) ou soçobro é a perda de uma embarcação que sofreu um acidente, afundando ou ficando presa em recifes ou baixios.[1]

Um navio naufragando, em 2012.

Causas habituais de naufrágios editar

As causas podem ser muito variadas, mas as mais comuns são:

  • Má administração por parte de armadores, responsáveis maiores das embarcações, que não levam em conta os efeitos de más condições atmosféricas (tempestades, aquecimento dos mares e seus efeitos) nas embarcações;
  • Perfuração do casco, o que permite a entrada de água na parte submersa;
  • Instabilidade: inclinação do navio até um extremo que impede que este volte a estabilizar;
  • Fatores meteorológicos: a precipitação e fenómenos meteorológicos podem provocar a instabilidade do navio, assim como causar o seu impacto contra sólidos que provocarão danos no casco, e que podem favorecer as condições para as causas de via aquática;
  • Falha de navegação: erro de origem humana ou tecnológica que possibilita a colisão do navio contra rochas submersas (agulhas de mar), icebergs ou contra outros navios;
  • Danos sofridos: destruição intencional do navio, que, normalmente, está motivada pela existência de uma guerra ou conflito. Neste caso, os danos podem ser causados por uma variedade de motivos, desde a sabotagem até ao impacto de projéteis, mísseis e torpedos.

Preservação da navegação editar

A conservação do veículo depende de vários elementos:

  • Os materiais de construção do navio;
  • O nível de destruição envolvido na perda do navio;
  • O naufrágio ficando coberto de areia ou lodo;
  • Se os componentes ou carga dos destroços foram recuperados;
  • Se o naufrágio foi demolido para limpar um canal navegável;
  • A profundidade da água no local dos destroços;
  • A força das correntes da maré ou ação das ondas no local das ruínas;
  • O pH e outras características químicas da água no local;
  • A exposição às condições climáticas da superfície no local dos destroços;
  • Temperatura;
  • A presença de animais marinhos que consomem o tecido do navio.

Materiais de construção editar

O aço e ferro, dependendo da espessura, podem reter a estrutura do navio por décadas. À medida que a corrosão ocorre, às vezes ajudada pelas marés e pelo clima, a estrutura entra em colapso. Objetos ferrosos grossos, como canhões, caldeiras a vapor ou o vaso de pressão de um submarino, muitas vezes sobrevivem bem debaixo d'água, apesar da corrosão.

Hélices, condensadores, dobradiças e orifícios das portas eram geralmente feitos de metais não ferrosos, como latão e bronze fosforoso, que não se corroem facilmente.

Já componentes de madeira expostos deterioram-se rapidamente. Muitas vezes, as únicas partes de madeira dos navios que restam depois de um século são as que foram enterradas em lodo ou areia logo após o naufrágio. Um exemplo disso é Mary Rose.

Naufrágio segundo os armadores e o seguro editar

Um barco que encalhe na costa não é considerado como vítima de naufrágio enquanto permanece no local até ser dado como perda total pelos Armadores e/ou pelas Companhias Seguradoras, quando o preço do reparo do chamado "Sinistro" for superior ao preço da embarcação nova.

 
Barco pesqueiro naufragado por falha de navegação em Pontal do Sul.

Atração turística editar

Os lugares de naufrágios são, muitas vezes, motivos de atração turística, como é o caso do SS American Star frente a Fuerteventura, nas Ilhas Canárias; o naufrágio do Napo na costa do Chile; ou o do SMS Dresden no arquipélago Juan Fernández (Chile). No entanto, o naufrágio trágico do RMS Titanic (por colisão, em 1912) é o mais célebre da história recente.

Ver também editar

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 183.

Bibliografia editar

  • Silva, Libório Manuel (2010), A Nau Catrineta e a História Trágico-Marítima: Lições de Liderança, ISBN 978-989-615-090-7, Centro Atlântico, Portugal.

Ligações externas editar

 
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