Navália
Navália (em latim: Navalia) era um estaleiro, porto e base militar da frota romana em Roma localizado na margem do Tibre perto do Campo de Marte.
Navália | |
---|---|
Gravura da Roma republicana, com a Navália em primeiro plano. | |
Tipo | Porto |
Construção | século VI a.C. |
Geografia | |
País | Itália |
Cidade | Roma |
Localização | IX Região - Circo Flamínio |
Coordenadas | 41° 53′ 31″ N, 12° 28′ 22″ L |
Navália | |
Localização em mapa dinâmico |
História
editarO porto foi criado na margem do Tibre bem no começo do período republicano. Sobretudo entre os séculos IV e II a.C., o período das Guerras Púnicas, era ali que ficava baseada a frota Roma. Depois disto, apenas os navios designados para proteger a capital eram baseados em Navália e o resto da frota se espalhou por todos os domínios romanos[1].
Lívio cita Navália quando relata que, em 338 a.C., os navios capturados dos âncios durante a Batalha do rio Astura foram levados para Roma[2]. No século III a.C., quando o traçado da Muralha Serviana foi alterado na direção do Tibre, o Porto Tiberino ficou no interior da fortificação, mas a Navália permaneceu fora. Para permitir o acesso direto à cidade, foi aberta a Porta Naval na muralha, citada por Sexto Pompeu Festo no século II d.C. e provavelmente ainda visível no final do século XV nas imediações do Teatro de Marcelo[1].
No século VI, Procópio de Cesareia visitou o que ainda restava da Navália e notou que havia ali um navio muito antigo, tradicionalmente chamado de "Navio de Eneias"[1].
Localização
editarOriginalmente, a Navália ficava diante da Ilha Tiberina, em uma área que ficou livre de edifícios até a era de Augusto[3]. Depois disto, o porto foi ampliado para o norte e provavelmente chegou até o local da Ponte Élio[1].
Descrição
editarA descoberta de blocos de cantaria com abóbadas de berço (as mais antigas já encontradas em Roma), aparentemente datadas do século II a.C., na margem esquerda do Tibre tem sido associada com a Navália[4]. De maneira geral, Navália estava repleta de áreas cobertas, com tetos altos o suficiente para abrigar os navios que estavam ali sendo construídos ou reparados[5].
Localização
editarPlanimetria do Campo de Marte meridional |
---|
Referências
- ↑ a b c d «Navalia» (em inglês). Roma Eterna.org
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita, VIII.14, 12
- ↑ Carlo Pavia, Nel ventre di Roma: Dall'abisso Charlie ai sotterranei della Capitale, Gangemi Editore, ISBN 9788849278781, p. 77.
- ↑ Jane DeRose Evans, A Companion to the Archaeology of the Roman Republic, John Wiley & Sons, 2013, ISBN 9781118557167, cap. 17, seção 4.
- ↑ Paul W. Jacobs II, Diane Atnally Conlin, Campus Martius, Cambridge University Press, 2015, ISBN 9781107023208, pp. 26-27.
Bibliografia
editar- Filippo Coarelli, Navalia, Tarentum e Campo Marzio, 1968, p. 31.
- Christina Wawrzinek, In portum navigare: Römische Häfen an Flüssen und Seen, Walter de Gruyter GmbH & Co KG, 2014, ISBN 9783050094670, pp. 676 (in particolare pp. 102–104).