Feldhofer Grotte

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A Kleine Feldhofer Grotte (em português: Pequena Gruta de Feldhof) ou Neandershöhle (em português: Caverna Neander) é uma pequena gruta no sítio arqueológico no Vale de Neander a 20 km ao sul da cidade de Essen, na Alemanha. Nesta caverna foram descobertos 60 fragmentos ósseos de Neandertal, formando no mínimo três indivíduos distintos.

à direita, a caverna Feldhofskirche (Bongard, 1835
entrada da gruta Neander
provavelmente a cachoeira Laubach (em Bongard, 1835)
localização na Alemanha

A gruta de calcário de 3 metros de largura, 3 metros de altura e 5 metros de comprimento, sua abertura está na parede sul a 20 metros do nível do rio em um vale íngreme (desfiladeiro) de 53 metros de profundidade. A gruta recebe o nome da fazenda Feldhof, que fica nas proximidades.

A caverna foi destruída pela exploração de pedreiras, que alargou o desfiladeiro. A localização da caverna foi esquecida por volta de 1900. Uma pesquisa bem sucedida em 1997 no sítio arqueológico da caverna e seus depósitos, resultam em 13 ossos que se encaixam exatamente sobre o côndilo lateral do fêmur esquerdo de um Neanderthal. A pesquisa 2000 recuperou milhares de artefatos. O DNA mitocondrial de dois espécimes desta caverna foi sequenciado em 2009, a sequência completa de ambas as amostras foi concluída.

História editar

Em agosto de 1856 um grupo de trabalhadores de pedreira na exploração de calcário, deparou-se com uma gruta parcialmente bloqueada por argila. Após a retirada de 1,5 metros a dentro de argila, Os trabalhadores encontraram ossos. O dono imaginou serem ossos de urso das cavernas. Ordenou aos empregados a manter distância e avisou o professor Johann Carl Fuhlrott (1803-1877) da escola de ginásio em Elberfeld e apaixonado pelas ciências naturais.

Fuhlrott iniciou uma escavação, encontrando a parte superior de crânio, uma clavícula, uma escápula, dois ombros, dois quadris, uma pelve, várias costelas. Interrogou os trabalhadores, para recolher todas as notícias sobre as circunstâncias da descoberta. A caverna tinha somente aqueles fragmentos ósseos, e provável pertenciam a um enterro simples.

Fuhlrott analisou os ossos do crânio e desconfiava ser de um tipo humano primitivo. Procurou Hermann Schaffhausen (1816-1893), professor de anatomia na Universidade de Bonn, para analisar sua descoberta.

Em junho 1857 ambos apresentam sua descoberta na reunião da Sociedade de História Natural da Renânia Prussiana e Vestefália, em Bona. Fuhlrott apoiou a antiguidade do homem de Neandertal, com base em dois argumentos, a profundidade em que foi encontrada, um critério incerto, e a profunda mineralização dos ossos, argumento de maior peso, pois mostrava o estado fóssil.

A ausência de qualquer contexto, pela falta de ossos de animais ou artefatos manufaturados, ainda representam dificuldades insuperáveis para a datação precisa. Schaffhausen, era convencido que não foi provado o conceito de fixidez das espécies, embora o esqueleto encontrado era diferente de qualquer outro esqueleto conhecido. O aspeto mais impressionante era a calota craniana, de grande dimensão, mas baixa e equipado com resultados incomuns supraorbital que são encontrados apenas em gorilas, além da robustez dos ossos. A conclusão foi que os ossos pertenciam a um homem antigo, de aspeto primitivo e selvagem que habitava a região, assim como outros animais extintos, em épocas anteriores dos atuais habitantes.

Após a segunda publicação Schaaffhausen, com de diagramas detalhados dos ossos, atraiu a atenção de vários estudiosos, ocorrendo em 1860 a visita na caverna do geólogo inglês Charles Lyell e a publicação do artigo de Schaaffhausen em 1861, a partir de George Busk (1807-1886).

Imagens editar

 
parte superior de crânio encontrada por Fuhlrott
 Anatomia craniana do Neanderthal

Reconstituição de criança Neanderthal de Gibraltar, (Universidade de Zurique)
 
crânio encontrado em 1908 em Chapelle aux saints (França)
 
Primeira reconstituição da anatomia craniana do Neanderthal

Informações Externas editar

 
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esqueleto de Neanderthal

Bibliografia editar

Referências