Ninon de Lenclos

uma cortesã francesa patrona das artes e escritora

Anne «Ninon» de l'Enclos, também chamada Ninon de Lenclos ou Ninon de Lanclos (Paris, 10 de novembro de 1620Paris, 17 de outubro de 1705) foi uma cortesã, escritora e patrona de artes.

Ninon de Lenclos
Ninon de Lenclos
Gravura de Ninon de Lenclos, por Antoine-Jean-Baptiste Coupé
Nome completo Anne Ninon de l'Enclos
Nascimento 10 de novembro de 1620
Paris, França
Morte 17 de outubro de 1705 (84 anos)
Paris, França
Nacionalidade francesa
Ocupação salonista, escritora, mecenas
Religião ateísta

Aspectos interessantes de sua vida

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Anne, conhecida como Ninon de Lenclos, era uma mulher de letras, influenciada pelas ideias epicuristas, que conhecia o italiano e o espanhol e era versada em ciências. Criança prodígio no alaúde, que citava Montaigne e os grandes autores clássicos, percorreu, levada por sua mãe, os salões, onde fazia sensação. Mais tarde, aprendeu a tocar o cravo.

A bela Ninon[1] colecionou, durante toda a vida, uma infinidade de amantes, ao ponto de ser chamada mais tarde por Walpole de «Nossa Senhora dos Amores». Teve filhos,[2] entre os quais destaca-se o Cavaleiro Louis de la Boissière, que se tornará um brilhante oficial da marinha, fruto de seu relacionamento com Louis de Mornay, Marquês de Villarceaux e íntimo do Rei Luís XIV de França. Ela vivera esta paixão com o marquês durante três anos, nos domínios de Villarceaux, na comuna de Chaussy (Val d'Oise). Próxima a Molière, ela corrige, a pedido do autor, a primeira versão da peça Tartufo, encenada pela primeira vez em 1664.

Em sua primeira viagem a Paris, a Rainha Cristina da Suécia concede apenas um encontro privado e é a Ninon, de quem tem a mais elevada opinião. Grande amante da sabedoria, Luís XIV procurava muitas vezes saber, através de intermediários, as opiniões de Ninon.

No dia de seus 77 anos, Ninon teve uma aventura com o Abade de Châteauneuf. Nesta mesma época, ela encara outra ligação com o cônego Nicolas Gédoyn. Alguns meses antes de sua morte, com quase 90 anos, Ninon se faz apresentar ao jovem Arouet (Voltaire), então com cerca de 13 anos[3] e educado no Colégio Jesuíta Lycée Louis-le-Grand de Paris. Em seu testamento, ela lhe lega 2000 libras (o equivalente a 7800 € em 2008)[4] para que ele possa comprar livros.

O salão de Ninon

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Ninon de Lenclos

Ninon manteve um salão literário desde 1667 no Hôtel de Sagonne, n.º 36 da Rua des Tournelles em Paris. Seus célebres "das Cinco às Nove" tinham lugar diariamente. Ninon de Lenclos era o símbolo da mulher culta e independente, rainha dos salões parisienses, mulher de espírito e de coração, representante da evolução dos costumes dos séculos XVII e XVIII na França e precursora da mulher livre e independente.

Entre seus convidados, figuram muitos homens:

E também muitas mulheres:

Sua obra

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Conhecem-se muitas de suas coleções de cartas. Dentre elas:

  • Cartas de Ninon de L'Enclos ao Marquês de Sévigné, coletadas por Damours, 1750, Edições Francois Joly.
  • Cartas de Ninon de L'Enclos ao Marquês de Sévigné, coletadas por Crébillon Fils, ed. François Joly, Amsterdam, 1750.[5]
  • Biblioteca Epistolar, ou Coletânea das Mais Belas Cartas das Mulheres Mais Célebres do Século de Luís XIV. Cartas de Ninon de l'Enclos, de Mme de Maintenon, des Ursins, de Caylus, etc., recolhidas por A. Delanoue.
  • Em 1659, na "La Coquette Vengée" ("A Elegante Vingada"), ela responde a diversos ataques a sua pessoa. Ela defende aí, como mulher de letras, a possibilidade de uma vida boa e moral na ausência da ostentação religiosa. Também declara aí, com algum humor : « é preciso bem mais talento para fazer amor que para comandar exércitos  » e « devemos prestar atenção ao montante de nossas provisões, mas não ao de nossos prazeres ; estes devem ser recolhidos dia após dia. »

Diversos

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Commons
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Muitas peças teatrais tomaram Ninon l'Enclos como tema:

  • Ninon de l'Enclos, comédia histórica em um ato, misturada com vaudevilles por Henrion, Armand Henri Ragueneau de la Chainaye. Editor Mad. Cavanagh, Paris, Ano XII [i.e. 1804].
  • o grande Huyghens, que figura entre seus amantes, compôs alguns versos em sua homenagem :
Elle a cinq instruments dont je suis amoureux :
Les deux premiers, ses mains ; les deux autres, ses yeux ;
Pour le plus beau de tous, le cinquième qui reste,
Il faut être fringant et leste.

Referências

  1. Ou, mais exatamente, a «sedutora» Ninon, ver principalmente as "Cartas de Mme de Coulanges e de Ninon de l'Enclos" - Edição Chaumerot jeune - 1823- passagem 198, em [1].
  2. Segundo numerosas referências, entre elas as mesmas "Cartas de Mme de] Coulanges e de Ninon de l'Enclos", ver em [2].
  3. O Abade de Chàteauneuf ´levou-me até sua casa, eu tinha cerca de 13 anos, tinha feito alguns versos..., ver Jean Orieux, "Voltaire", p.85, ed.Flammarion 1966 Livre de Poche.
  4. para ter acesso ao valor da herança ver Jean Orieux, Idem.
  5. Na verdade, a primeira edição destas cartas é atribuída, errôneamente, a Gay à Damours, mas Tchemerzine restitui a autoria a Crébillon Filho. Ver Gay II, 828. Tchemerzine IV, 197.

Bibliografia (em francês)

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  • Roger Duchêne, "Ninon de Lenclos ou a Maneira Bonita de Fazer Amor", ed. Fayard, 1984 e 1987, isbn=2213606633.
  • Martial Debriffe, "Ninon de Lenclos - A Bela Rebelde", 2002, isbn=2704809399.
  • Martine Amsili ([3]) "Chez Ninon de Lenclos" peça editada nas Editions de la Librairie théâtrale (2004)
  • Paul Gordeaux, Ninon de Lenclos, éditions Minerva Genève,1970, coll. Les Amours Célèbres

Ligações externas

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