O Grupo do Leão (Columbano)
O Grupo do Leão é uma pintura a óleo sobre tela do pintor naturalista português Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) datada de 1885 e conservada no Museu Nacional de Arte Contemporânea em Lisboa.
O Grupo do Leão | |
---|---|
Autor | Columbano Bordalo Pinheiro |
Data | 1885 |
Técnica | Pintura a óleo sobre tela |
Dimensões | 201 cm × 376 cm |
Localização | Museu Nacional de Arte Contemporânea em Lisboa |
A pintura de grandes dimensões representa um grupo de artistas e escritores amigos e conhecidos que frequentavam havia cerca de uma década a cervejaria Leão de Ouro,[1] localizada na rua 1º de Dezembro, em Lisboa,[2] e daí o título da obra e a designação do próprio conjunto de intelectuais como o Grupo do Leão. O quadro foi pintado para ser exposto na própria cervejaria, no âmbito de uma nova decoração a que foi sujeita. O retrato do grupo, o único desta geração naturalista de Lisboa, esteve exposto na dita cervejaria até 1945.[3]
Descrição
editarNo quadro estão representados, da esquerda para a direitaː[4]
- Sentados: Henrique Pinto (1853-1912), pintor, José Malhoa (1855-1933), pintor, João Vaz (1859-1931), pintor, Silva Porto (1850-1893), pintor, António Ramalho (1859-1916), pintor, Moura Girão (1840-1916), pintor, Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), caricaturista, logo abaixo do irmão/autor da obra; e por fim com a mão apoiada no quadril Rodrigues Vieira (1856-1898), escultor;
- De pé: Ribeiro Cristino (1858-1948), pintor, Alberto d'Oliveira (1861-1922), escritor, o empregado de mesa Manuel Fidalgo, Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), pintor, de cartola (autoretrato), António Monteiro, o proprietário da cervejaria, e Cipriano Martins (?-1886/7), pintor.
Segundo Pedro Lapa, Columbano terá visto, em Paris, a Homenagem a Delacroix (1864) e a Esquina de mesa (1872), ambos de Fantin-Latour (e em Galeria), e certamente que estes retratos colectivos o terão inspirado. O fundo claro e abstracto realça o recorte das figuras, tendo o Autor seguido uma economia tonal monocromática. Ainda segundo Pedro Lapa, as figuras apresentam-se com poses individuais de retrato ou trazidas de outras fontes para inserção no conjunto, como se de montagem, ou mesmo colagem, se tratasse. Para o desenvolvimento da obra, Columbano terá recorrido a uma fotografia de 1883 em que constam alguns dos representados, bem como alguns personagens terão posado propositadamente, e até mesmo, talvez no caso do empregado de mesa, o artista tenha desenhado e tirado apontamentos ao natural e posteriormente pintado.[3]
História
editarA obra foi adquirida em 1953 pelo Estado a Ramos da Costa, por 400.000$00 na moeda de então, tendo na altura Assis Chateaubriand, fundador do Museu de Arte de São Paulo, e o banqueiro Artur Cupertino de Miranda, manifestado também interesse na sua aquisição.[4]
Faziam ainda parte do Grupo do Leão, mas não foram representados no quadro de Columbano, os seguintes artistasː Abel Botelho (1854-1917), escritor; Bulhão Pato (1829-1912), poeta; Emídio de Brito, escritor; Fialho de Almeida (1857-1911), escritor; João Anastácio Rosa (1812-1884), actor e escultor; Leandro Braga (1839-1897), entalhador; Mariano Pina (1860-1899), escritor; Monteiro Ramalho (1862-1949), escritor.
Galeria
editarReferências
editarLigações externas
editarPágina do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiadoː [5]