O Tempo (álbum de Oficina G3)
O Tempo é o quarto álbum de estúdio da banda brasileira de rock Oficina G3, lançado em outubro de 2000.[2] É o primeiro disco da banda pela gravadora MK Music. A obra representou uma mudança de fase na carreira da banda, já que o estilo pop rock foi definitivamente adotado naquela época.
O Tempo | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Álbum de estúdio de Oficina G3 | |||||||
Lançamento | Outubro de 2000[1] | ||||||
Gravação | Junho a agosto de 2000 | ||||||
Estúdio(s) | Lord G, São Paulo | ||||||
Gênero(s) | Pop rock, hard rock, rock experimental, rock cristão | ||||||
Duração | 45:57 | ||||||
Formato(s) | CD, download digital | ||||||
Gravadora(s) | MK Music | ||||||
Produção | Geraldo Penna | ||||||
Arranjos | Geraldo Penna e Oficina G3 | ||||||
Cronologia de Oficina G3 | |||||||
|
Apesar de este estilo estar presente nos dois álbuns passados, aqueles eram exceções por serem álbuns acústicos, não diferindo muito da maioria dos trabalhos acústicos seculares da época. O álbum mantém certas características do Oficina G3, como solos na maioria das faixas, e as participações já conhecidas de Juninho Afram nos vocais, mas o fato de o hard rock ter sido parcialmente abandonado no álbum desagradou à maioria dos antigos fãs da banda. É o último álbum com Walter Lopes na bateria desde a primeira formação, sendo que desde então Juninho Afram é o único membro da formação original.[3]
Se, com essa mudança desagradou os antigos admiradores que optavam pelo hard rock, o Oficina ganhou vários outros fãs. O disco conquistou avaliações favoráveis da crítica e foi eleito o 25º melhor disco da década de 2000, de acordo com lista publicada pelo Super Gospel.[4]
Antecedentes
editarNos dois anos que antecederam O Tempo, a banda Oficina G3 esteve focada nos álbuns Acústico (1998) e Acústico ao Vivo (1999), com a tendência de álbuns acústicos de rock, sobretudo Acústico MTV, dos Titãs. Do ponto de vista musical, esses projetos representaram um afastamento de influências como o heavy metal e aproximaram o grupo de uma estética mais pop. Ao mesmo tempo, os projetos garantiram o êxito do grupo com o novo vocalista PG.[5][6]
Até 1999, o Oficina G3 manteve relações contratuais com a gravadora Gospel Records, que distribuía toda a discografia do grupo. Mas as relações entre a banda e a gravadora não era das melhores. O Oficina G3, naquela época, era o grupo que mais vendia álbuns no selo, alcançou a marca de mais de 100 mil cópias comercializadas de Acústico, mas ainda sim contava com limitações. Além do fato de ser uma gravadora ligada a Igreja Renascer em Cristo, o modelo comercial da Gospel Records não era considerado o mais profissional perto de outros selos. Na mesma época, a banda Catedral foi alvo de uma negociação entre a MK Publicitá e a Warner Music Brasil. Com a ausência de um representante de rock na gravadora, a MK começou a sondar a Oficina G3 ainda em 1999.[7][8][9]
O ex-vocalista Túlio Régis, em 2008, disse que os responsáveis pela Gospel Records "nos deram um contrato animalesco contra a gente e assinamos, inocentes" e que tinham receio de deixar a gravadora por medo de retaliação da liderança da igreja e das consequências de perder o apoio midiático da Renascer. A situação mudou quando o cantor decidiu intermediar por meio de um amigo do Rio de Janeiro.[7] Jean Carllos lembrou, anos mais tarde, que a assinatura de contrato com a MK interessava o Oficina G3 por três razões: 1) Diferentemente da Gospel Records, a MK não era ligada a nenhuma igreja e tinha um modelo de negócios mais estruturado; 2) A gravadora tinha uma alta relevância no Rio de Janeiro, estado em que o Oficina G3 não era popular; 3) A distribuição de álbuns da gravadora era eficiente, sobretudo em regiões como o nordeste, o que poderia fazer com que a banda deixasse de ser um fenômeno limitado a São Paulo para ganhar uma dimensão nacional definitiva. O tecladista também disse que a assinatura com a MK atendeu todas essas expectativas que a banda tinha e que, em poucos meses, o Oficina G3 se tornou uma banda de sucesso no Rio.[8]
Como consequência, o Oficina G3 deixou a Gospel Records com a condição de que os integrantes não teriam direitos sobre as músicas e obras produzidas na fase Gospel Records.[7] O cantor Zé Bruno, vocalista do Resgate, relembrou o ocorrido em entrevista de 2012:[10]
A saída do G3 da gravadora foi discutida direto com o Felipe Hernandes que na época era o executivo responsável e pelo próprio Ap. Estevam. A MK tinha uma excelente proposta pra eles, era uma oportunidade irrecusável.[10]
Faixas
editarN.º | Título | Compositor(es) | Vocais | Duração | |
---|---|---|---|---|---|
1. | "Introdução" | Oficina G3 | PG | 0:31 | |
2. | "O Caminho" | Juninho Afram e PG | PG | 4:05 | |
3. | "Atitude" | PG e Juninho Afram | PG | 3:19 | |
4. | "Ele Vive" | Juninho Afram | PG | 4:00 | |
5. | "O Tempo" | Juninho Afram | PG e Juninho Afram | 4:28 | |
6. | "Preciso Voltar" | Juninho Afram e Duca Tambasco | Juninho Afram | 4:24 | |
7. | "Perfeito Amor" | Juninho Afram, Duca Tambasco e PG | PG e Juninho Afram | 3:38 | |
8. | "Necessário" | PG e Daniel Rodrigues da Silva | PG | 3:42 | |
9. | "Hey Você!" | Duca Tambasco e Juninho Afram | PG | 3:02 | |
10. | "Brasil" | Juninho Afram, Duca Tambasco e PG | PG | 3:05 | |
11. | "Sempre Mais" | PG e Juninho Afram | PG | 4:40 | |
12. | "Ingratidão" | Duca Tambasco | PG | 3:57 | |
13. | "Tua Voz" | PG | PG e Juninho Afram | 3:05 | |
Duração total: |
45:57 |
Ficha técnica
editarCríticas profissionais | |
---|---|
Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
O Propagador | [3] |
Super Gospel | (positiva)[11] |
- Banda
- PG - vocais
- Juninho Afram - vocais, violão, guitarra
- Duca Tambasco - baixo
- Jean Carllos - teclado
- Walter Lopes - bateria
- Músicos convidados
- Geraldo Penna - produção musical, arranjos, mixagem e engenharia de áudio
- Coral Kadmiel - vocal em "O Tempo"
- Projeto gráfico
- Marco Bernardes - design
- Welison Calandria - fotografia
Referências
- ↑ «Oficina G3/O Tempo». Terra Sonora. Consultado em 4 de Junho de 2012
- ↑ «Discografia Oficina G3». Super Gospel. Consultado em 25 de maio de 2012
- ↑ a b «Oficina G3 - discografia e obra». O Propagador. Consultado em 25 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 8 de fevereiro de 2015
- ↑ «100 melhores álbuns dos anos 2000». Super Gospel. Consultado em 29 de abril de 2017
- ↑ Tiago Abreu. «Rocklogia - Oficina G3, O Tempo e Rock in Rio». O Propagador. Consultado em 17 de junho de 2024. Arquivado do original em 24 de maio de 2015
- ↑ Tiago Abreu. «Rocklogia - Acústicos, acústicos e mais acústicos». O Propagador. Consultado em 17 de junho de 2024. Arquivado do original em 21 de maio de 2015
- ↑ a b c «Entrevista com Túlio Regis, ex-Oficina G3». Ruben Mukama. Consultado em 9 de maio de 2013. Arquivado do original em 10 de dezembro de 2014
- ↑ a b Jean Carllos (Oficina G3) - PAPO de A a ZOLLA #34. Papo de A a Zolla. 28 de abril de 2023. Consultado em 2 de junho de 2024 – via YouTube
- ↑ Tiago Abreu. «Rocklogia - Catedral e a mudança de mercado». O Propagador. Consultado em 17 de junho de 2024. Arquivado do original em 5 de abril de 2015
- ↑ a b Mukama, Ruben (18 de outubro de 2012). «Entrevista exclusiva: Resgate». Ruben Mukama. Consultado em 27 de maio de 2024. Arquivado do original em 7 de julho de 2015
- ↑ «CD O tempo (Oficina G3) - Análise». Super Gospel. Consultado em 1 de fevereiro de 2015