Onocleaceae é uma pequena família de pteridófitas terrestres da ordem Polypodiales.[1] É colocada na subordem Aspleniineae na classificação do Pteridophyte Phylogeny Group de 2016 (PPG I). [2] Alternativamente, a família, juntamente com Blechnaceae, pode ser colocada numa família Aspleniaceae muito amplamente definida, como a subfamília Blechnoideae.[3] A família pode conter de um a quatro géneros, consistindo em cinco espécies em grande parte com distribuição natural em regiões com climas temperados do norte. Os quatro géneros, Matteuccia, Onoclea, Onocleopsis e Pentarhizidium, podem ser incluídos no único género Onoclea.[4]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaOnocleaceae
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Polypodiophyta
Clado: Tracheophyta
Classe: Polypodiopsida
Ordem: Polypodiales
Subordem: Aspleniineae
Família: Onocleaceae
Pic.Serm.
Géneros

Descrição

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Os membros da família Onocleaceae distinguem-se por apresentarem frondes fortemente dimórficas, com as frondes férteis diferentes das frondes estéreis. Os rizomas são longos a curtos, rastejantes a ascendentes, e por vezes estoloníferos (Matteuccia e Onocleopsis). As lâminas foliares são fortemente dimórficas e o pecíolo tem dois feixes vasculares que se unem distalmente em forma de calha. As lâminas são pinatifidas ou pinadas-pinatifidas. As nervuras são livres ou anastomosadas, sem veios inclusos.[1]

Os esporos são reniformes, acastanhados a verdes. Os soros são fechados (às vezes firmemente) por margens laminares reflexas, também com indúsios verdadeiros membranosos, muitas vezes fugazes.[1]

Taxonomia e filogenia

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Anteriormente, as duas espécies do género Pentarhizidium eram consideradas membros de Matteuccia, mas a análise genética determinou que elas compõem um clado irmão basal do resto da família. A análise genética determinou que esta família está intimamente relacionada com as Blechnaceae, dentro do clado de famílias por vezes conhecido como Blechnales (que inclui também os fetos atyrioides e os fetos asplenioides), formando um clado que é frequentemente tratado como parte da ordem Polypodiales. Matteuccia struthiopteris foi anteriormente classificada nas Dryopteridaceae, e ainda o é pelo USDA.[5]

Relações filogenéticas

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O cladograma proposto para a subordem Aspleniineae (como eupólipodios II), baseado em Lehtonen (2011),[6] e Rothfels & al. (2012),[7] mostra uma provável relação filogenética entre as Onocleaceae e as demais famílias do clado. O cladograma é o seguinte:

 eupolypods II  

Cystopteridaceae

Rhachidosoraceae

Diplaziopsidaceae

Aspleniaceae

Hemidictyaceae

Thelypteridaceae

Woodsiaceae

Onocleaceae

Blechnaceae

Athyriaceae

Espécies

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A família, na sua presente circunscrição taxonómica, inclui quatro géneros, com um total de cinco espécies.[2][8]

Uma análise de filogenética molecular realizada em 2011 sugeriu que os quatro géneros de Onocleacae estão tão intimamente relacionados e que poderiam ser incluídos no único género Onoclea. Uma possível relação filogénica entre as espécies de Onocleaceae (os comprimentos das linhas não são significativos) é mostrada abaixo.[4] O Pteridophyte Phylogeny Group, na sua classificação de 2016 (PPG I), manteve os quatro géneros.[2]

Onocleaceae

Matteuccia struthiopteris (ou Onoclea struthiopteris)

Onocleopsis hintonii (ou Onoclea hintonii)

Onoclea sensibilis var interrupta

Onoclea sensibilis var sensibilis

Pentarhizidium orientale (ou Onoclea orientalis)

Pentarhizidium intermedium (ou Onoclea intermedia)

Referências

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  1. a b c Alan R. Smith; Kathleen M. Pryer; Eric Schuettpelz; Petra Korall; Harald Schneider; Paul G. Wolf (2006). «A classification for extant ferns» (PDF). Taxon. 55 (3): 705–731. JSTOR 25065646. doi:10.2307/25065646 
  2. a b c PPG I (2016). «A community-derived classification for extant lycophytes and ferns». Journal of Systematics and Evolution. 54 (6): 563–603. doi:10.1111/jse.12229  
  3. Christenhusz, Maarten J.M.; Chase, Mark W. (2014). «Trends and concepts in fern classification». Annals of Botany. 113 (9): 571–594. PMC 3936591 . PMID 24532607. doi:10.1093/aob/mct299 
  4. a b Maarten J. M. Christenhusz, Xian-Chun Zhang & Harald Schneider (2011). «A linear sequence of extant families and genera of lycophytes and ferns» (PDF). Phytotaxa. 19: 7–54. doi:10.11646/phytotaxa.19.1.2 
  5. US Department of Agriculture. Natural Resources Conservation Service. Matteuccia struthiopteris
  6. Samuli Lehtonen (2011). «Towards Resolving the Complete Fern Tree of Life» (PDF). PLOS ONE. 6 (10): e24851. Bibcode:2011PLoSO...624851L. PMC 3192703 . PMID 22022365. doi:10.1371/journal.pone.0024851  
  7. Carl J. Rothfels; Anders Larsson; Li-Yaung Kuo; Petra Korall; Wen- Liang Chiou; Kathleen M. Pryer (2012). «Overcoming Deep Roots, Fast Rates, and Short Internodes to Resolve the Ancient Rapid Radiation of Eupolypod II Ferns». Systematic Biology. 61 (1): 490–509. PMID 22223449. doi:10.1093/sysbio/sys001  
  8. GJ Gastony; MC Ungerer (1997), «Molecular systematics and a revised taxonomy of the onocleoid ferns (Dryopteridaceae: Onocleeae)», Botanical Society of America, American Journal of Botany, 84 (6): 840–849, JSTOR 2445820, PMID 21708636, doi:10.2307/2445820 

Ligações externas

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