Operação Verde Brasil 2

operação militar no Brasil

A Operação Verde Brasil 2 foi uma operação executada em toda a Amazônia Legal visando ao combate, à prevenção e à repreensão de crimes ambientais, enfatizando-se as ações de combate a focos de incêndio e desmatamento ilegal.[1]A operação foi criticada pelos seus altos custos e baixos resultados[2] e foi, posteriormente classificada como um fracasso pelo vice-presidente Hamilton Mourão.[3] Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais no período entre agosto de 2020 e julho de 2021, o Brasil perdeu a maior área de floresta desde 2006. Neste mesmo período, o total de autuações foi o menor da série histórica.[4]

As atividades foram realizadas de maneira coordenada por integrantes das Agências e Órgãos de Fiscalização e Proteção Ambiental, Órgãos de Segurança Pública e Forças Armadas com o objetivo de preservar e proteger a Floresta Amazônica.[1]

As ações desencadeadas pelas Forças Armadas visaram potencializar as ações dos órgãos de segurança pública e de proteção ambiental. Assim, ao longo da operação, foi prestado o apoio atuando integrados à Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Estaduais, IBAMA, ICMBio, FUNAI, Secretarias Estaduais do Meio Ambiente e correspondentes instituições de proteção ambiental.[carece de fontes?]

A Operação Verde Brasil 2 iniciou-se no dia 11 de maio de 2020, encerrando suas atividades no dia 30 de abril de 2021. Nos 354 dias de atuação ininterrupta, foram empregados cerca de 2,5 mil militares e agentes de órgãos de controle ambiental e de segurança pública. No total, houve mais de 105 mil inspeções, patrulhas navais, terrestres e aéreas.[carece de fontes?]

Resultados editar

De acordo com o Ministério da Defesa, responsável pela Operação, foram apreendidos 506 mil metros cúbicos de madeira, 2.131 embarcações e 990 veículos e tratores. Foram, ainda, emitidos 335 autos de prisões em flagrante, apreendidos 751 Kg de drogas, 123.565 armas e munições. Ao todo, 5.480 multas e termos de infração foram aplicados, somando R$ 3,3 bilhões.[5][não consta na fonte citada] Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no período entre agosto de 2020 e julho de 2021, o Brasil perdeu a maior área de floresta desde 2006. Neste mesmo período, o total de autuações foi o menor da série histórica.[4]

Depois de terem negado o desmatamento e diante dos dados oficiais do INPE, a operação foi classificada como um fracasso pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência general Augusto Heleno.[3] Ao término da Operação, as ações de combate ao desmatamento e queimadas seguiram sob responsabilidade da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, do IBAMA, ICMBio e órgãos estaduais e municipais de proteção ao meio ambiente, com as Forças Armadas permanecendo prestando, mediante solicitação, apoio logístico, de comando e controle, inteligência e de instrução, no contexto do Plano Amazônia 2021/2022.[carece de fontes?]

Críticas editar

Diversas ONGs e ambientalistas criticaram a Operação, argumentando contrariamente ao gasto considerado excessivo, cerca de R$ 410 milhões, de acordo com o Vice-Presidente Hamilton Mourão.[6] Segundo Suely Araújo, ex-presidente do Ibama e especialista em políticas públicas na coalizão Observatório do Clima, “o recurso usado na operação foi mal empregado”, já que "como comparação, os gastos do Ibama para fiscalizações em todo o país não atingiram sequer R$ 80 milhões em 2020".[2]

O editorial do Folha de São Paulo considerou, inclusive, que os resultados da Operação eram um "fiasco".[7]

Referências

  1. a b «Operação Verde Brasil 2 encerra com queda no desmatamento». Ministério da Defesa. 30 de abril de 2021. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  2. a b Brasil, Mongabay (1 de abril de 2021). «'Verde Brasil': qual o real resultado desta ação militar para a proteção da Amazônia?». Conexão Planeta. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  3. a b Alves, Renato (23 de novembro de 2021). «Generais Mourão e Heleno reconhecem fracasso militar na Amazônia». Governo. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  4. a b Dantas, Carolina. «Maior taxa de desmatamento na Amazônia em 15 anos coincide com menor número de autuações do Ibama». G1. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  5. «Amazônia Legal - Avisos de Desmatamento». terrabrasilis.dpi.inpe.br. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  6. «Mourão confirma retirada de militares da Amazônia e fim da operação Verde Brasil 2». Poder360. 10 de fevereiro de 2021. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  7. «O que a Folha pensa: Fiasco amazônico». Folha de S.Paulo. 11 de fevereiro de 2021. Consultado em 27 de novembro de 2021