The Misfits (filme)

filme de 1961 dirigido por John Huston
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The Misfits (bra: Os Desajustados; prt: Os Inadaptados) é um filme estadunidense de 1961, do gênero drama, dirigido por John Huston e com roteiro de Arthur Miller.[3]

The Misfits
Os Inadaptados[1] (PRT)
Os Desajustados[2] (BRA)
The Misfits (filme)
Marilyn Monroe em uma cena do filme.
 Estados Unidos
1961 •  pb •  120 min 
Género drama
Direção John Huston
Roteiro Arthur Miller
Elenco Clark Gable
Marilyn Monroe
Montgomery Clift
Idioma inglês

Sinopse editar

A história inicia em Reno, Nevada quando as amigas Roslyn Taber e Isabelle Steers encontram num bar os cowboys de meia-idade Gay Langland e Guido. Roslyn é recém-divorciada e está deprimida, mas acaba atraída por Gay e vai morar com ele numa casa afastada, de propriedade de Guido. Este fica amigo de Isabelle. Os dois casais vão para um rodeio, onde Gay encontra o seu amigo peão Perce Howland, que está completamente sem dinheiro. Guido conta à Gay que ao sobrevoar a região selvagem com seu aeroplano, ele avistara cerca de quinze cavalos selvagens Mustang. Gay se entusiasma e convida Perce para ir com ele e Guido caçarem os cavalos. Roslyn vai junto com os cowboys, mas se desespera quando lhe contam que os cavalos capturados serão vendidos para abatedouros para servirem de alimento para cães.

Elenco editar

Produção editar

 
Marilyn Monroe e Clark Gable, em The Misfits.

The Misfits marcou o primeiro roteiro original do dramaturgo Arthur Miller, como mencionado em um artigo do New York Times de 21 de agosto de 1960. Foi supostamente baseado em um conto de Miller, publicado na Esquire anos antes. O personagem de “Roslyn Taber” foi fortemente expandida no roteiro, descrito como um veículo para a então esposa de Miller, Marilyn Monroe, em 17 de janeiro de 1960 no New York Times, e como um “poema de amor” para ela, segundo o produtor Frank E. Taylor no Los Angeles Times de 22 de janeiro de 1961. Um rascunho do roteiro foi concluído no outono de 1958. O envolvimento do diretor John Huston foi anunciado em maio de 1959. Dizia-se que Huston estava considerando o México, onde ele estava em produção com O Passado Não Perdoa, como um local de filmagem. No entanto, Reno, Nevada, foi finalmente escolhido para o cenário.

As filmagens prosseguiram dentro do cronograma até o final de agosto de 1960, quando Marilyn adoeceu de exaustão e foi internada no Hospital Westside, em Los Angeles, ela recebeu alta do hospital em 4 de setembro de 1960, e as filmagens foram definidas para retomar dois dias depois.

Clark Gable foi atingido por uma trombose coronária em 6 de novembro de 1960, apenas dois dias após o término da produção. Gable foi levado para o Hospital Presbiteriano de Hollywood, onde sofreu um ataque cardíaco fatal dez dias depois, em 16 de novembro de 1960.[4] De acordo com Frank E. Taylor, depois de ver uma cena do filme na sala de cortes dias antes de ter dado entrada no hospital, Gable chegou à conclusão de que “Gay Langland” foi um dos seus dois maiores papéis, junto com “Rhett Butler” de ...E o Vento Levou (1939).

O filme marcou o fim do casamento de Marilyn e seria o último filme completado da atriz, que morreu no ano seguinte.

Em 2018, foi descoberta uma cena de nudez de Marilyn no filme. Na cena Monroe contracena com Clark Gable e deixa cair o lençol que lhe cobria o corpo. O que por si só seria notícia, não fosse este um dos primeiros, se não mesmo o primeiro, registo nu de uma atriz americana na história do cinema caso tivesse entrado no filme. O escritor Charles Casillo entrevistou Curtice Taylor, filho do produtor Frank Taylor, e descobriu que ele guardou a icônica gravação numa gaveta trancada desde a morte do pai em 1999. O diretor do filme, John Huston, recusou incluir a cena de nudez, alegadamente por considerar que "não era necessária para a história". Por outro lado, o produtor Frank Taylor achou o momento tão importante que decidiu guardá-lo.[5]

Recepção editar

No agregador de críticas Rotten Tomatoes, na pontuação onde a equipe do site categoriza as opiniões da grande mídia e da mídia independente apenas como positivas ou negativas, tem um índice de aprovação de 97% calculado com base em 31 comentários dos críticos. Por comparação, com as mesmas opiniões sendo calculadas usando uma média aritmética ponderada, a nota alcançada é 8,1/10.[6]

Uma revisão na Variety de 1º de fevereiro de 1961 sugeriu que a estrutura do “drama de aventura” do filme estava enraizada em “um labirinto complexo de conflitos introspectivos” que não atrairia o público em geral.[7] O Los Angeles Times de 2 de fevereiro de 1961 chamou The Misfits de “um dos filmes mais estranhos já feitos", e a performance de Monroe foi criticada como “completamente vazia e insondável” na resenha do New York Times na mesma data.[8]

Bilheteria editar

Os primeiros resultados de bilheteria foram positivos em Los Angeles, onde o filme arrecadou US$ 215.000 durante sua primeira semana. Em Nova York, apesar de uma nevasca, o filme rendeu US$ 74 mil em ingressos vendidos no Capitol Theatre. No geral, o filme arrecadou US$ 4,1 milhões, de acordo com um artigo da Variety de 8 de agosto de 1962.[9]

Referências

  1. «Os Inadaptados». no CineCartaz (Portugal) 
  2. Os Desajustados no AdoroCinema
  3. The Misfits Encyclopædia Britannica (em inglês)
  4. «BEHIND THE CAMERA ON THE MISFITS». TCM.com. Consultado em 15 de fevereiro de 2019 
  5. «Cena de nudez de Marilyn Monroe descoberta em gaveta trancada há 19 anos» 
  6. «The Misfits». Rotten Tomatoes (em inglês). Fandango. Consultado em 2 de outubro de 2022 
  7. «The Misfits (1961)». Variety. Consultado em 15 de fevereiro de 2019 
  8. BOSLEY CROWTHER (2 de fevereiro de 1961). «Gable and Monroe Star in Script by Miller». New York Times. Consultado em 15 de fevereiro de 2019 
  9. «The Misfits (1961)». catalog.afi.com. Consultado em 15 de fevereiro de 2019