Públio Cornélio Rufino (cônsul em 290 a.C.)

 Nota: Não confundir com Públio Cornélio Rufino, ditador em 333 a.C..

Públio Cornélio Rufino (em latim: Publius Cornelius Rufinus) foi um político da gente Cornélia da República Romana, eleito cônsul por duas vezes, em 290 e 277 a.C., com Lúcio Postúmio Megelo e Caio Júnio Bubulco Bruto respectivamente.

Públio Cornélio Rufino
Cônsul da República Romana
Consulado 290 a.C.
277 a.C.

Primeiro consulado (290 a.C.) editar

Foi eleito cônsul em 290 a.C. com Mânio Cúrio Dentato. Naquele ano, venceram os samnitas e acabaram com a Terceira Guerra Samnita, encerrando um ciclo de guerras que já durava quase cinquenta anos. O feito lhes valeu um grande triunfo. Além disso, depois de pouquíssimo tempo, conseguiram outro importante sucesso ao submeter definitivamente os sabinos, que eram uma constante ameaça à segurança de Roma. Ao fim desta guerra, os sabinos receberam a cidadania romana, mas sem direito a voto ("civitas sine suffragio"), e grande parte de seu território foi repartida entre o povo romano.[1][2]

Ditador romano (280 a.C.)? editar

Como Pirro havia deixado a Itália em meados de 279 a.C., Niebuhr comenta[3] que o apoio de Fabrício à eleição de Rufino deve ter sido no primeiro consulado ou, talvez, com probabilidade ainda maior, que este apoio teria sido durante a sua ditadura, cujo ano não se menciona, mas que Niebuhr defende ter sido em 280 a.C., depois da derrota romana às margens do rio Siris (Batalha de Heracleia).

Segundo consulado (277 a.C.) editar

 Ver artigo principal: Guerra Pírrica

Eleito novamente, desta vez com Caio Júnio Bubulco Bruto,[4] foram enviados a Sâmnio e sofreram muito ao atacar os samnitas abrigados nas montanhas. A derrota romana na Batalha do monte Cranita gerou um desentendimento entre os cônsules, que acabaram se separando. Zonaras afirma que Bubulco se manteve em Sâmnio enquanto Rufino invadia Lucânia e Brúcio. Contudo, segundo os Fastos Capitolinos, que atribuem um triunfo sobre lucanos e brútios a Bubulco, é possível que o inverso tenha ocorrido.[5]

O principal acontecimento de seu seguindo consulado foi a conquista da importante cidade de Crotona. Rufino tinha uma má reputação por causa de sua avareza e desonestidade, mas era, ao mesmo tempo, um dos generais mais importantes de seu tempo e, por isso, diz-se que Caio Fabrício Luscino, seu inimigo pessoal, teria apoiado sua candidatura em 277 a.C. (ou 280 a.C.?), pois os romanos precisavam de um general com sua experiência e habilitada para conduzir a guerra contra Pirro de Epiro.[5][6]

Anos finais editar

Em 275 a.C., os censores Caio Fabrício Luscino e Quinto Emílio Papo expulsaram Rufino do Senado afirmando que ele teria se apossado de dez libras de prata.[7] Segundo Plínio, o Velho, Rufino ficou cego dormindo quando sonhava com sua própria desgraça.[8] Seu neto foi o primeiro da família a utilizar o cognome "Sula".

Ver também editar

Cônsul da República Romana
 
Precedido por:
Lúcio Postúmio Megelo III

com Caio Júnio Bubulco Bruto

Mânio Cúrio Dentato
290 a.C.

com Públio Cornélio Rufino

Sucedido por:
Marco Valério Máximo Corvino

com Quinto Cedício Nótua

Precedido por:
Caio Fabrício Luscino II

com Quinto Emílio Papo II

Públio Cornélio Rufino
277 a.C.

com Caio Júnio Bubulco Bruto

Sucedido por:
Quinto Fábio Máximo Gurges II

com Caio Genúcio Clepsina


Referências

  1. Plutarco, Vidas Paralelas, Catão, o Velho, II, 2.
  2. Plutarco, Vidas Paralelas, Sila. 1
  3. Niebuhr, Historia de Roma, vol. III. Nota 903
  4. Lívio, Ab Urbe Condita epit. 11
  5. a b Zonaras VIII 6.
  6. Eutrópio ii. 9; Cícero de Orat. ii. 66; Quintiliano XII. 1. § 43; Dião Cássio Fragm. 37; Veleio Patérculo ii. 17; Frontino Strat. III. 6. § 4; Valério Máximo ii. 9. § 4; Macróbio I. 17;
  7. Lívio, Ab Urbe Condita epit. 14
  8. Plínio, História Natural VII.50

Bibliografia editar

  • Broughton, T. Robert S. (1951). «XV». The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas