Paulino António Pereira Montez OCOSE (Peniche, 1897 - Lisboa, 1988) foi um arquitecto português, cuja obra foi fundamentalmente feita durante o Estado Novo.

Paulino Montez
Nascimento 1897
Morte 1988 (91 anos)
Nacionalidade Portugal portuguesa
Ocupação arquitecto
Obras notáveis Bairro da Encarnação

Biografia editar

Foi Director da Escola de Belas Artes de Lisboa.[1]

Arquitecto e aguarelista, concluiu o Curso Especial de Arquitectura Civil na Escola de Belas-Artes de Lisboa, em 1923. Trabalhou na Repartição das Construções Escolares / Ministério da Instrução Pública e foi docente em vários liceus da capital. Deixou um percurso essencialmente ligado ao ensino e ao urbanismo, participando activamente na resolução de questões essenciais para a reforma dessas áreas. Foi vereador e vogal da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa (1935-37), deputado da Assembleia Nacional (1935-36) e integrou a Comissão Executiva do Gabinete do Plano de Urbanização da Costa do Sol, do Ministério das Obras Públicas. A 12 de Abril de 1937 foi feito Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 4 de Dezembro de 1943 foi feito Oficial da Ordem Militar de Cristo.[2]

Professor de Urbanologia na Escola de Belas-Artes de Lisboa (1946-67) e seu director desde 1949. Foi também autor de vários planos de urbanização: bairros económicos do Alto da Ajuda (1937), do Alvito (1938-47) e da Encarnação (1940-46), em Lisboa; planos de urbanização da Costa do Sol, de Mafra, Caldas da Rainha, Peniche, Foz do Arelho, praias da Consolação, de S. Bernardino e do Baleal.

Foi também da sua responsabilidade a organização artística de feiras e comemorações: Ano X da Revolução Nacional (1936), no Parque Eduardo VII, em Lisboa; V Exposição “Agrícola, Pecuária, Industrial e de Automóveis” (1927), nas Caldas da Rainha. Para esta última cidade, realizou ainda o pedestal do Monumento ao Pintor José Malhoa (1928), foi membro do júri do Concurso para o Monumento à Rainha D. Leonor e gizou o anteprojecto para o edifício do Museu José Malhoa (1934), erguido apenas em 1940, com desenvolvimento do arquitecto Eugénio Corrêa.

Ganhou vários prémios em concursos para pavilhões e monumentos e apresentou-se nos salões da Sociedade Nacional de Belas-Artes (3ª medalha de arquitectura, 1924), onde realizou uma exposição individual em 1926. Como aguarelista, a sua obra pautou-se essencialmente por temas filiados na observação naturalista de temática regional, também expondo na Sociedade Nacional de Belas-Artes.

Foi membro do Conselho Superior de Belas Artes, da Junta Nacional de Educação e da Academia Nacional de Belas-Artes. Integrou as direcções da Sociedade Nacional de Belas-Artes (presidente em 1933 e presidente da Assembleia Geral em 1941).

Deixou obra teórica relevante, de que se destaca a colecção Estudos de Urbanismo em Portugal (1933-78).[3]

Obras editar

Notas

  1. Rodrigues, Francisco Castro e Dionísio, Eduarda em "Um cesto de cerejas", Lisboa 2009; edição Casa da Achada - Centro Mário Dionísio; ISBN 978-989-96341-1-4
  2. «Ordens Honoríficas Portuguesas». Presidência da República Portuguesa. Ordens.presidencia.pt 
  3. “MONTÊS (Paulino)”, Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. XVII, Lisboa / Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia Limitada, s.d.
  4. «Rua Cinco (Bairro da Encarnação)». Câmara Municipal de Lisboa. Toponímia de Lisboa. Consultado em 18 de Julho de 2012 [ligação inativa]
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