Perbundo (em grego: Περβοῦνδος; romaniz.:Perboundos; m. anos 670) foi um rei do século VII dos rinquinos, um grupo eslavo na Macedônia. Em ca. 675 foi levado como prisioneiro pelo Império Bizantino devido a suas intenções hostis contra Tessalônica, e transportado para Constantinopla. Perbundo conseguiu escapar, mas foi recapturado e executado, após o que as tribos eslavas da Macedônia ergueram-se em revolta e cercaram Tessalônica.

Perbundo
Rei dos rinquinos
Reinado fl. anos 670
Morte anos 670

Biografia editar

 
Soldo de Constantino IV Pogonato (r. 668–685)

Perbundo é atestado apenas nos Milagres de São Demétrio, uma coleção de homilias do século VII em louvor de São Demétrio, o santo patrono de Tessalônica, que fornece a única informação histórica sobre a o colapso da autoridade imperial bizantino e o assentamento eslavo nos Bálcãs.[1] No segundo livro dos Milagres, Perbundo é chamado "rei dos rinquinos" (ὀ τῶν Ῥυγχίνων ρῆξ), um tribo eslava aparentemente relativamente poderosa que viveu próximo de Tessalônica.[2] De acordo com os Milagres, em ca. 675/676, ele chamou a atenção do arconte bizantino de Tessalônica com sua hostilidade e intenção de atacar a cidade. Quando informado, o imperador Constantino IV Pogonato (r. 668–685) ordenou sua prisão, e durante uma visita à cidade, Perbundo foi capturado, posto nas correntes e enviado para a capital bizantina, Constantinopla. Os rinquinos, junto com outras tribos eslavas que viviam no vale do Estrimão (estrimonitas), enviaram emissários para o imperador pedindo sua libertação, e Constantino prometeu deixá-lo ir uma vez que a guerra com os árabes acabasse.[3]

No meio tempo, contudo, Perbundo conseguiu que um tradutor imperial o ajudasse a escapar. Ao passar-se por bizantino (ele falava grego fluente e estava vestido à moda bizantina) Perbundo simplesmente saiu da cidade através do Portão Blaquerna, e encontrou refúgio na propriedade do tradutor, nas proximidades de Bizie. Enfurecido, o imperador lançou uma caçada ao prisioneiro fujão, e notificou Tessalônica que a cidade podia logo ser atacada. A busca terminou após 40 dias, quando a esposa de tradutor foi pega levando comida para o esconderijo de Perbundo. O tradutor e sua família foram executados, enquanto Perbundo foi interrogado. Após tentar mais uma vez escapar, e havendo claras intenções de sua parte em levantar todas as tribos eslavas em revolta contra o império, ele também foi executado. Quando cientes da execução de Perbundo, os rinquinos, os estrimonitas e os sagudatas fizeram causa comum, se ergueram e colocaram Tessalônia sob cerco durante dois anos.[3][4]

Referências

  1. Curta 2006, p. 65ff.
  2. Curta 2006, p. 96–97.
  3. a b Winkelmann 1998, p. 556–557.
  4. Curta 2006, p. 97.

Bibliografia editar

  • Curta, Florin (2006). Southeastern Europe in the Middle Ages, 500-1250. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 0521815398 
  • Winkelmann, Friedhelm; Ralph-Johannes Lilie; Claudia Ludwig, Rochow Pratsch; Zielke Ilse (1998). «Perbundos (#5901)». Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit: I. Abteilung (641–867), 3. Band: Leon (#4271) – Placentius (#6265). Berlim e Nova Iorque: Brill. ISBN 978-3-11-016673-6