Pintassilgo-de-chapéu-preto

O Pintassilgo-de-chapéu-preto (Spinus atriceps[1] ou Carduelis atriceps) é um passeriforme da família Fringillidae.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPintassilgo-de-chapéu-preto

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Fringillidae
Género: Spinus
Espécie: S. atriceps
Nome binomial
Spinus atriceps
Salvin, 1863
Distribuição geográfica

Sinónimos
Carduelis atriceps

Descrição editar

Salvin, em 1863, descreve-o como um pássaro oliváceo, com o dorso e o uropígio amarelo-esverdeados, a coroa e a garganta negras, a cauda preta com penas amarelas, as asas pretas com uma barra amarela, o abdómen acinzentado, as patas e o bico, parte superior, escuros, quase negros, a parte inferior do bico mais pálida, e um comprimento de 12 cm.[2] Semelhante descrição é feita por Howell & Webb (1995), que descrevem ainda a fêmea como sendo parecida com o macho, mas com cores mais baças e os juvenis como tendo as partes inferiores cor de limão com listas castanho-escuras, a coroa, a nuca e as partes superiores cinzento-oliva com listas pretas e as barras alares amarelo-camurça.[3]

Já Arnaiz-Villena et al. (2012), descrevem-no como sendo um pássaro no geral cinzento,[4] tal como Preston Edwards (2003).[5]

 
Carduelis atriceps[4]


Distribuição editar

É uma espécie endémica das montanhas de Chiapas (México) e da Guatemala.[3]

Taxonomia editar

Primeira descrição por Salvin, em 1863, com o nome de Chrysomitris atriceps, de duas aves capturadas em Agosto de 1862, perto de Quetzaltenango (Guatemala), a 2440m de altitude.[2]

Segundo Arnaiz-Villena et al. (2012), o pintassilgo-de-chapéu-preto faz parte da radiação norte-americana de spinus/carduelis, juntamente com o pintassilgo-pinheiro (carduelis pinus) e o pintassilgo-das-antilhas (C. dominicensis).[4] Hibridiza com o carduelis pinus da subespécie perplexa. Não tem subespécies.[6]

Habitat editar

O pintassilgo-de-chapéu-preto é um pássaro de montanha que frequenta as zonas abertas ou semi-abertas, com arbustos e árvores dispersas, as florestas húmidas e semi-húmidas mistas de pinheiros e carvalhos, as florestas de coníferas,[3][7] as pastagens, os terrenos cultivados, os jardins rurais[7] e os bosques de alnus nas margens dos cursos de água, a altitudes entre os 2000 e os 3500m. Juntam-se em bandos que podem ter 30 ou mais indivíduos.[3]

Alimentação editar

Alimenta-se de sementes de árvores, como os pinheiros ou alnus, e de sementes de plantas herbáceas. Segundo uma foto de Ottaviani (2011), consome também uma asterácea do género cirsium, possivelmente o cirsium radians.

Nidificação editar

A fêmea constrói o ninho, numa árvore ou arbusto, com a forma de taça, feito com ervas secas, raízes, musgos, líquens e forrado com penugem vegetal e pêlos, onde põe 4-5 ovos esbranquiçados, que incuba durante 12-13 dias.

Filogenia editar

A filogenia foi obtida por Antonio Arnaiz-Villena et al.[4][8][9]

Referências editar

  1. Frank Gill & David Donsker (Eds) (8 de janeiro de 2017). «Finches, euphonias» (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2017 
  2. a b Salvin O. Proceedings of the scientific meetings of the zoological society of London. London: Academic Press 1863; p. 190. Chrysomitris atriceps
  3. a b c d Howell, Steve N. G. & Webb, Sophie(1995) A guide to the birds of Mexico and northern Central America , Oxford University Press, p.759, ISBN 0-19-854012-4
  4. a b c d Arnaiz-Villena, A; Areces C, Rey D, Enríquez-de-Salamanca M, Alonso-Rubio J and Ruiz-del-Valle V (2012). «Three Different North American Siskin/Goldfinch Evolutionary Radiations (Genus Carduelis): Pine Siskin Green Morphs and European Siskins in America» (PDF). The Open Ornithology Journal. 5: 73–81. doi:10.2174/1874453201205010073. Consultado em 23 de janeiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 21 de setembro de 2013 
  5. Preston Edwards E. A field guide to the birds of Mexico and Adjacent Areas: Belize, Guatemala and El Salvador. 3ª ed. Austin, Texas: University of Texas Press 2003, pp. 41 e 182 Black-capped siskin
  6. The Internet Bird Collection Black-capped Siskin. Acesso a 21-01-2013.
  7. a b Zipcodezoo carduelis atriceps Acesso a 21-01-2013.
  8. Arnaiz-Villena, A.; Ruiz-del-Valle, V.; Moscoso, J.; Serrano-Vela, J. I.; Zamora, J. (2007). «mtDNA phylogeny of North American Carduelis pinus group» (PDF). Ardeola. 54 (1): 1–14 
  9. Arnaiz-Villena, A; Ruiz-del-Valle V, Reguera R, Gomez-Prieto P and Serrano-Vela JI (2008). «What Might have been the Ancestor of New World Siskins?» (PDF). The Open Ornithology Journal. 1: 46–47. doi:10.2174/1874453200801010046. Consultado em 23 de janeiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 1 de outubro de 2013 

Ligações Externas editar