Pirâmide de Cacaré Ibi

A Pirâmide de Cacaré Ibi é uma pirâmide do Antigo Egito erigida no Primeiro Período Intermediário em nome do faraó Cacaré Ibi, o 14º da VIII dinastia.[2][3] É pequena e está ao sul de Sacará. Foi descoberta por Karl Richard Lepsius no século XIX que a listou como o número XL em sua lista pioneira. A pirâmide foi escavada de 1929 até 1931 por Gustave Jéquier.[4] Foi a última construída em Sacará, situada a nordeste da tumba de Seberquerés (r. 2503–2498 a.C.) e perto da pirâmide de Pepi II (r. 2278–2284 a.C.), o último faraó do Reino Antigo (2686–2181 a.C.).[5] É muito semelhante em plano, dimensões e decorações às pirâmides de rainhas de Pepi. Foi proposto, então, que era de Anquessenpepi IV, uma esposa dele, e só depois foi apropriada por Cacaré.[6]

Pirâmide de Cacaré Ibi
Pirâmide de Cacaré Ibi
Diagrama da Pirâmide de Cacaré Ibi
Cacaré Ibi
Localização Sacará, Egito
Construção c. século XXI a.C. (8ª Dinastia)
Tipo Pirâmide verdadeira[nota 1]
Material Calcário
Altura 21 m
Base 31,5 m
Inclinação 53°07'
Coordenadas 29° 50' 30" N 31° 13' 04" E
Pirâmide de Cacaré Ibi está localizado em: Egito
Pirâmide de Cacaré Ibi

A pirâmide não é orientada para nenhum ponto cardeal, mas sim no eixo noroeste-sudeste. Teria cerca de 31,5 metros de largura e 21 metros de altura com inclinação de 53°7′ no momento de sua ereção.[2] O núcleo foi feito com blocos de calcário de Tora, a maioria hoje perdidos, provavelmente reutilizados em construções posteriores. Como resultado, o monumento aparece hoje como uma pilha de lama e pedras calcárias de 3 metros nas areias de Sacará. Parece que, embora as fundações para o revestimento externo da pirâmide tenham sido colocadas, a carcaça em si nunca foi montada.[7]

No lado norte do edifício, Jéquier encontrou um corredor revestido de calcário de 8 metros de comprimento que descia com uma inclinação de 25° para uma grande ponte levadiça de granito. Atrás dessa ponte levadiça estava a câmara mortuária do rei. Tanto o corredor quanto as paredes da câmara funerária foram inscritos com o último exemplo conhecido dos Textos da Pirâmide,[2] cuja colocação dos enunciados parece relativamente indiscriminada.[6]

No lado oeste da pirâmide, uma pequena capela de tijolo foi construída, aproximadamente em seu eixo central. Uma entrada no lado norte da capela dá acesso indireto a uma sala de oferendas com uma bacia retangular colocada num andar em frente a uma estela ou porta falsa. Uma bandeja de alabastro e ferramentas de argamassa de obsidiana também foram descobertas lá. A parte sul da capela é ocupada por salas de armazéns.[7]

Notas

  1. O termo "pirâmide verdadeira" se refere a pirâmides com a forma geométrica de uma pirâmide. Ou seja, elas possuem uma base quadrada com quatro faces triangulares convergindo em um único ponto no ápice.[1]

Referências

  1. Verner 2001b, pp. 87, 89
  2. a b c Baker 2008, p. 302.
  3. Beckerath 1999, p. 68-69.
  4. Verner 2001a, p. 377.
  5. Kinnaer 2014.
  6. a b Stadelmann 1997, p. 203-204.
  7. a b Lehner 2008, p. 164.

Bibliografia

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  • Baker, Darrell D. (2008). The Encyclopedia of the Pharaohs: Volume I - Predynastic to the Twentieth Dynasty 3300–1069 BC. Londres: Stacey International. ISBN 978-1-905299-37-9 
  • Beckerath, Jürgen von (1999). Handbuch der ägyptischen Königsnamen, Münchner ägyptologische Studien. Mogúncia: Philip von Zabern. ISBN 3-8053-2591-6 
  • Lehner, Mark (2008). The Complete Pyramids. Solving the Ancient Mysteries. Londres: Thames & Hudson 
  • Stadelmann, Rainer (1997). The Egyptian pyramids. From brick to the wonders of the world. Mogúncia: Saverne. ISBN 3-8053-1142-7 
  • Verner, Miroslav (2001a). The Pyramids: The Mystery, Culture, and Science of Egypt's Great Monuments. Nova Iorque: Grove Press 
  • Verner, Miroslav (2001b). «Pyramid». In: Redford, Donald B. The Oxford Encyclopedia of Ancient Egypt. 3. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-510234-5