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O Mosteiro de Arcádi (em grego: Μονή Αρκαδίου; romaniz.: Moní Arcadíou) é um mosteiro ortodoxo situado num planalto fértil 23 km a sudeste de Retimno na ilha de Creta, Grécia, na unidade regional de Retimno. A atual construção data do século XVI e é marcada pela influência renascentista, devido ao facto de Creta ser então uma possessão da República de Veneza.
A influência veneziana manifesta-se na arquitetura, que mistura elementos românicos e barroca. A igreja, situada no centro do complexo principal do mosteiro, tem duas naves e foi destruída pelos otomanos em 1866, tendo sido reconstruída depois. Desde o século XVI que o mosteiro foi um lugar de ciência e de arte, dispondo de uma escola e de uma rica biblioteca, onde se guardam numerosos livros antigos. Rodeada de muros altos e espessos, no cimo de um planalto de difícil acesso, o mosteiro é uma verdadeira fortaleza.
Arcádi foi um dos centros mais importantes e ativos da resistência contra a ocupação otomana e por isso é muito célebre. Durante a revolta cretense de 1866-1869, 943 gregos refugiaram-se no mosteiro. Entre eles havia muitos resistentes, mas na sua maioria eram mulheres e crianças. Depois de três dias de combates, sob o comando do hegúmeno (abade) Gabriel Marinaquis, os cretenses fizeram explodir os barris de pólvora, preferindo sacrificarem-se a renderem-se. Todos os ocupantes e refugiados morreram exceto uma centena no assalto final das tropas otomanas. Nos combates morreram também cerca de 1 500 turcos e egípcios (ou o dobro disso segundo algumas fontes). A explosão não pôs fim à insurreição, que acabaria reprimida três anos depois, mas atraiu a atenção da Europa Ocidental sobre um povo que se batia destemidamente pela sua independência.
O mosteiro é atualmente um santuário nacional em honra da resistência cretense. O dia 8 de novembro, aniversário do massacre de 1866, é comemorado no mosteiro e em Retimno.