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O Furacão de Cuba de 1910, popularmente chamado de Ciclone dos Cinco Dias, foi um ciclone tropical altamente destrutivo e de trajetória incomum que atingiu Cuba e a Região Sudeste dos Estados Unidos em outubro daquele ano. A tempestade formou-se no sul do Mar do Caribe, ao norte do Panamá, em 9 de outubro e intensificou-se ao mesmo tempo em que se movia em sentido noroeste, tornando-se um furacão apenas três dias mais tarde. Depois de atravessar o extremo oeste de Cuba pela primeira vez, o sistema meteorológico atingiu seu pico máximo em 16 de outubro, correspondente a um furacão de categoria 4, a segunda mais forte na escala de Saffir-Simpson. Após concluir um giro em sentido anti-horário, ele adentrou novamente em solo cubano, provocando mais destruição. Em seguida, seguiu para a Flórida, aproximando-se do litoral na altura de Cabo Romano. Também passou pela costa sudeste dos Estados Unidos antes de ir para o Oceano Atlântico e finalmente se dissipar.

Devido a sua trajetória incomum, alguns relatórios iniciais sugeriram a existência de duas tempestades, ao invés de um só sistema. Na época, essa controvérsia foi objeto de muitos debates entre especialistas, mas posteriormente ficou constatado que se tratou de um único ciclone. A análise desse fenômeno meteorológico proporcionou uma maior compreensão de sistemas tropicais que tomaram caminhos semelhantes.

A tempestade é considerada um dos piores desastres naturais da história cubana. Os danos foram enormes e milhares de pessoas ficaram desabrigadas, além de ter provocado prejuízos para a agricultura local, especialmente para as lavouras de tabaco. Ela também teve grande impacto na Flórida, incluindo a destruição de casas e diversos pontos de alagamentos. Embora o dano monetário total causado pelo ciclone seja desconhecido, as estimativas de perdas em Havana, a capital de Cuba, ultrapassam um milhão de dólares e, em Florida Keys, 250 mil. Pelo menos 100 mortes em Cuba foram relacionadas ao furacão.