Príncipe de Condé
A Sereníssima Casa de Bourbon-Condé ou simplesmente Casa de Condé foi uma casa dinástica principesca francesa e um ramo cadete da Casa de Bourbon. O nome da casa está relacionado ao título de Príncipe de Condé (em francês: Prince de Condé), criado em referência à cidade de Condé-sur-l'Escaut.[1] O título foi assumido originalmente em meados de 1557 por Luís de Bourbon, líder dos Huguenotes e tio de Henrique IV de França.
Casa de Condé | |
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Maison de Condé (fr) | |
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Estado | ![]() |
Título | Príncipe de Condé |
Origem | |
Fundador | Luís de Bourbon |
Fundação | 1546 |
Casa originária | Casa de Bourbon |
Atual soberano | |
Último soberano | Luís Filipe |
Dissolução | 1866 |
Linhagem secundária |
Esta linhagem da Casa de Bourbon foi extinta em 1830, quando seu descendente de oitava geração, Luís Henrique de Bourbon-Condé, morreu sem deixar herdeiros do sexo masculino. O título, então, foi ostentado ultimamente por Luís Filipe d'Orleães até sua morte em 1866.
História Editar
O primeiro a assumir o título foi o líder huguenote Luís I de Bourbon-Condé, quinto filho de Carlos de Bourbon. Seu filho Henrique I também pertencia ao partido huguenote. Fugindo ao Sacro Império Romano-Germânico, criou um pequeno exército com o qual em 1575 se juntou a Alençon. Se tornou líder huguenote, mas após vários anos de luta foi levado prisioneiro de guerra. Pouco tempo depois morreu de envenenamento, segundo a crença à época, pelas mãos de sua esposa Catarina. O evento despertou fortes suspeitas acerca da legitimidade de Henrique II. O rei Henrique IV, contudo, não usou o escândalo e em 1609, o fez se casar com Carlota Margarida de Montmorency, com quem, para evitar os galanteios do rei, o príncipe foi à Espanha e então Itália.[1]
Com a morte do rei, retornou à França e intrigou-se com a regente, Maria de Médici, mas foi confinado por três anos (1616–1619). Durante o resto de sua vida, Condé foi um servo fiel do rei, se esforçando para apagar a memória das conexão huguenote de sua casa, e zelando pela perseguição aos protestantes. Sua ambição transformou-se no desejo pelo engrandecimento seguro de sua família e com esse fim se curvou diante do cardeal de Richelieu, cuja sobrinha Clara Clemência de Maillé-Brézé casou com seu filho Luís II. Henrique Júlio, o sucessor, lutou com distinção sob Luís no Franco Condado e Países Baixos. O fim de sua vida foi marcado por fantasias hipocondríacas singulares. Seu neto, Luís Henrique, ministro de Luís XV, não assumiu o título que lhe pertencia.[1]
O filho do duque de Bourbon, Luís V, depois de receber boa educação, destacou-se na Guerra dos Sete Anos e, acima de tudo, pela sua vitória em Joanisberga. Como governador da Borgonha, fez muito para melhorar as indústrias e meios de comunicação daquela província. Na Revolução, pegou em armas em nome do rei, tornou-se comandante do "exército de Condé" e lutou em conjunto com os austríacos até o Tratado de Campoformio em 1797, sendo durante o último ano sob o pagamento da Inglaterra. Então serviu o imperador da Rússia na Polônia, e depois disso (1800) retornou ao pagamento da Inglaterra, e lutou na Baviera. Em 1800, chegou à Inglaterra, onde viveu por vários anos. Com a restauração de Luís XVIII, voltou à França, morrendo em Paris em 1818.[1]
Luís VI, filho do último, foi o último príncipe. Vários dos primeiros eventos de sua vida, especialmente seu casamento com a princesa Batilda de Orleães, e o duelo com o conde de Artois por ter erguido o véu da princesa num baile de máscaras, causaram muito escândalo. Na Revolução, lutou com o exército dos emigrados em Liége. Entre o retorno de Napoleão de Elba e a Batalha de Waterloo, liderou sem sucesso um revolta monarquista em La Vendée. Em 1829, fez um testamento pelo qual nomeou como seu herdeiro o duque de Aumale e fez alguns legados consideráveis à sua amante, a baronesa de Feuchères. Em 27 de agosto de 1830, foi encontrado enforcado na abertura de sua janela. Pensou-se em crime, e os príncipes de Rohan, que eram parentes do falecido, contestaram o testamento. Sua petição, no entanto, foi rejeitada pelos tribunais.[1]
Lista dos príncipes de Condé Editar
Retrato | Nome | Data de «reinado» | Notas | Brasões |
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Luís I |
(1530-1569)
(cerca de 39 ans) |
Irmão de António de Bourbon, Rei de Navarra e tio de Henrique IV, Rei de França | ||
Henrique I | (1569-1588)
(19 anos)
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Filho do anterior | ||
Henrique II | (1588-1646)
(58 anos) |
Filho do anterior | ||
Luís II | (1646-1686)
(40 anos) |
Chamado de le Grand Condé [2] Filho do anterior |
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Henrique III | (1686-1709)
(22 anos) |
Filho do anterior | ||
Luís III | (1709-1710)
(1 ano) |
Filho do anterior | ||
Luís IV | (1710-1740)
(30 anos) |
Filho do anterior | ||
Luís V | (1740-1818)
(78 anos) |
Filho do anterior Entre todos os seus predecessores, foi o que deteve o título durante mais tempo, mais de 78 anos, para além de ser o príncipe de Condé que viveu mais tempo, dado que morreu com 81 anos. |
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Luís VI | (1818-1830)
(12 anos) |
Filho do anterior |
Referências Editar
Bibliografia Editar
- «Princes of Condé». Enciclopédia Britânica Vol. VI. Nova Iorque: Encyclopædia Britannica, Inc. 1911