Praça Dom Frei Caetano Brandão

praça em Belém, PA

A Praça Dom Frei Caetano Brandão, inicialmente denominado Largo da Sé, fica localizada no bairro Cidade Velha na cidade brasileira de Belém, capital do estado do Pará.

Praça Dom Frei Caetano Brandão
Praça Dom Frei Caetano Brandão
Tipo praça, património histórico
Geografia
Coordenadas 1° 27' 18.76" S 48° 30' 19.497" O
Mapa
Localidade Cidade Velha
Localização Belém - Brasil
Patrimônio bem tombado pelo IPHAN

A praça foi o ponto de partida do encontro entre colonos e indígenas, assim como da colonização de Belém e interior. Marco inicial da civilização, teve seu ápice durante o ciclo da borracha, enriquecendo e modernizando a sociedade belenense. Preserva em sua constituição traços históricos e culturais oriundos dos colonizadores portugueses e que determinaram o seu desenvolvimento.

A edificação faz parte do conjunto arquitetônico, paisagístico e religioso do bairro Cidade Velha, denominado Feliz Lusitânia, núcleo inicial da cidade de Belém do Pará.[1][2]

História

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Cidade

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A cidade de Belém foi fundada, em 1616, a partir do Largo da Matriz, atual Praça Dom Frei Caetano Brandão, tendo como sua primeira construção o Forte do Presépio, atual Forte do Castelo.[3]

Anteriormente ao Ciclo da Borracha, a cidade encontrava-se pouco urbanizada ou ajardinada.[4]

Em 1910, o comércio da borracha representava 40% do total das exportações do Brasil, tornando Belém uma cidade próspera e em pleno desenvolvimento.[5] Um importante nome para a modernização foi o do Intendente Antônio Lemos, responsável por expandir a cidade, alargando avenidas e drenando pântanos, além de construir monumentos em ferro no Mercado Ver-o-Peso e em direção ao Largo da Pólvora, atual Praça da República, além de empreender o tratamento de parques, praças e jardins, através de políticas higienistas em Belém.[6]

Em 1912, com a queda do preço da borracha e sem o estímulo modernizador, resta, como marco da antiga prosperidade, a Praça Dom Frei Caetano Brandão.[5]

Construção da Praça

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O Largo da Matriz, definiu o traçado urbano de Belém a partir da construção das primeiras ruas e casas da colônia, de onde nasceram os primeiros caminhos abertos na mata em direção ao interior.

Entretanto, durante cinco anos, Belém não se estendeu além do Forte do Presépio e do Largo da Matriz. Até que, em 1621, a primeira rua documentada foi construída, a Rua do norte, atualmente Rua Siqueira Mendes.

Com o desenvolver da cidade, construções humildes e edifícios mais relevantes passaram a compartilhar o mesmo espaço. Dentre os mais significativos estão: a capelinha dedicada a São Francisco Xavier e o Colégio de Santo Alexandre, construídos em 1953, pela Companhia Missionária Jesuítica, atualmente conhecidos como Igreja e Colégio de Santo Alexandre, que atualmente abriga o Museu de Arte Sacra.

Em 1748, iniciou-se a construção da atual Catedral da Sé e, com isso, a praça passou a chamar-se Largo da Sé.[7]

Em 1897, a praça passou a ser denominada de Praça Frei Caetano Brandão em homenagem ao 4º Bispo do Pará, Dom Frei Caetano Brandão, ressaltando a sua importante atuação na criação de escolas e colégios de cunho social, no desenvolvimento das artes e ofícios e em sua participação política.[8]

Paisagismo

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Uma estátua de bronze em homenagem a Dom Frei Caetano Brandão é circundada por alamedas que, por sua vez, são contornadas por canteiros de flores, calçadas em pedra de ardósia e compostas por palmeiras, que substituiram as mangueiras devido ao fato de suas copas dificultarem a visibilidade da paisagem e arredores.[7][4]

Projeto Feliz Lusitânia

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Com acervo datado dos séculos XVII, XVIII e XIX, o patrimônio da praça representa, histórica e culturalmente, a sociedade belenense, tendo início na relação dos colonos com os indígenas e negros.[9] Dessa forma, o complexo Feliz Lusitânia, desenvolvido a fim de valorizar a área histórica de Belém, inseriu a praça em seu projeto, que resultou na revitalização e restauração da região. Tais intervenções tornaram a praça um local de referência ao passado colonial.

Tombamento

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A praça foi tombada em 28/07/1964, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Os bens tombados no perimetro são:

  • Igreja da Sé, 234-T-40
  • Colégio dos Jesuítas e Igreja de Santo Alexandre, 235-T-40
  • Forte do Castelo, 644-T-61
  • Hospital Militar (antigo Hospital Real), 707 – T – 63. [3]

Função Cultural

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A Catedral da Sé é o ponto inicial da procissão do Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações religiosas do país.[10]

A partir de 2003, com o alongamento do percurso dos barcos que possibilitou a chegada do Círio Fluvial até o Complexo Feliz Lusitânia, criou-se os espaços chamados “Janelas para o Rio”. A orla aberta do Forte do Presépio e da Casa das Onze Janelas abriram uma nova oportunidade para os visitantes entrarem em contato com a história local e participarem de eventos culturais.[11]

Atualidades

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Podem-se encontrar, na praça, comerciantes de água de coco, lanches e comidas típicas dispostos em barracas padronizadas e cadastradas na Secretaria Municipal de Economia.[12]

Referências

  1. «Espaço Cultural Casa das Onze Janelas será reaberto com quatro exposições». Portal da Secretaria de Cultura do Pará (em inglês). Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  2. «Pontos Turísticos Complexo Feliz Lusitânia - Belém». Guia da Semana. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  3. a b Sítios históricos e conjuntos urbanos de monumentos nacionais: sudeste e sul Brasília: Ministério da Cultura, Programa Monumenta, 2005.
  4. a b MIRANDA, Cybelle Salvador Cidade Velha e Feliz Lusitânia: cenários do Patrimônio Cultural em Belém
  5. a b Michelin
  6. MIRANDA, Cybelle Salvador. Santa Casa de Misericórdia e as políticas higienistas em Belém do Pará no final do século XIX]
  7. a b SOARES, Elizabeth Nelo Largos, Coretos e Praças de Belém Iphan 2009
  8. ALMEIDA, Jefferson Dom Frei Caetano Brandão (1740-1805): Historiografia, Memória E Ideias Políticas Diário do Minho, 2005.
  9. GUSMÃO, Raiza. MARQUES, Fernando Potencialidades de musealização na Amazônia: sítio arqueológico “Praça Frei Caetano Brandão”, Belém-PA.[ligação inativa] Revista MUSAS Nº6, 2014
  10. Elizabeth Nelo Soares Largos, Coretos e Praças de Belém Iphan 2009
  11. MIRANDA, Cybelle Salvador A metamorfose do(s) sentidos da Fortaleza, Vitruvius
  12. Agencia Belém Praças do Centro Histórico recebem ações de ordenamento http://www.agenciabelem.com.br/Noticia/147548/pracas-do-centro-historico-recebem-acoes-de-ordenamento

Ligações externas

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