Rauda Morcos
Rauda Morcos é uma poetisa palestina e ativista LGBTIQ que vive em Haifa, em Israel.[1] Em 2003, ela foi declarada lésbica por um jornal nacional, levando à demissão de seu emprego, agressões físicas e ataques ao seu carro. Ela então criou o Aswat, o primeiro grupo palestino dedicado a apoiar lésbicas.
Rauda Morcos | |
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Nascimento | 1974 Distrito Norte |
Cidadania | Estado da Palestina |
Ocupação | jurista, poeta, professora, mediante |
Carreira
editarEm 2003, Morcos perdeu o emprego como educadora de jovens depois de ser entrevistada pelo Yedioth Ahronoth (tabloide israelense) sobre sua poesia.[2] A jornalista prometeu não revelar sua orientação sexual, mas depois a denunciou como lésbica, o que a levou a ser agredida fisicamente e seu carro ser danificado várias vezes.[3] Ela recebeu ameaças anônimas e estava preocupada com sua vida.[1]
Morcos então criou a Aswat ("Vozes") em 2003 como uma organização de apoio a lésbicas e mulheres bissexuais, intersexuais, queer, transexuais, transgêneros e questionadoras.[2] A organização é sediada em Haifa e foi o primeiro grupo regional a oferecer apoio a lésbicas palestinas.[3] A Comissão Internacional de Direitos Humanos de Gays e Lésbicas (agora OutRight Action International) entregou seu Prêmio Felipa de Souza a Morcos em maio de 2006, reconhecendo seu trabalho com Aswat. Ela foi a primeira pessoa árabe a receber o prêmio.[4] A Aswat realizou sua primeira conferência em Haifa em 2007, com 350 participantes.[1]
Assumindo uma postura pós-colonial, Morcos argumentou que organizações de ajuda aos direitos humanos dos Estados Unidos e da Europa Ocidental podem ser condescendentes com as comunidades árabes.[5] Ela também chamou a atenção para as ligações entre a repressão israelense de palestinos e gays, criticando o movimento israelense pelos direitos LGBT por não se concentrar mais nisso.[6][3]
Morcos trabalhou como consultora regional para organizações como a Astraea Lesbian Foundation for Justice, a Coalition of Women for Peace, o Fundo Global para Mulheres, Human Rights Watch e Mama Cash. Em 2012, ela trabalhava como freelancer para a Hivos, uma organização holandesa de ajuda ao desenvolvimento, e estudava direito no Carmel Academic Center em Haifa.[3]
Ativismo
editarMorcos disse em 2008 que palestinos gays às vezes são chantageados pelo serviço de inteligência a colaborarem ou são denunciados por sua sexualidade.[7]
Em agosto de 2020, Morcos falou sobre uma mudança positiva no tratamento da comunidade palestina aos membros LBGTQ após o funeral de Ayman Safieh, que era um dos principais membros da comunidade queer palestina.[8]
Referências
- ↑ a b c Baird, Vanessa (2007). The No-Nonsense Guide to Sexual Diversity (em inglês). [S.l.]: New Internationalist. ISBN 978-1-906523-64-0. Consultado em 8 de julho de 2020
- ↑ a b Aburawa, Arwa (27 de julho de 2009). «Sexuality and the National Struggle: Being Palestinian and Gay in Israel». Menassat. MR Online. Consultado em 8 de julho de 2020. Arquivado do original em 22 de agosto de 2017
- ↑ a b c d Habib, Samar; Moujaes, Nayla (2012–2013). «Between Patriarchy and Occupation: Rauda Morcos and Palestinian Lesbian Activism for Bodily Rights». Al-Raida Journal: 58–64. doi:10.32380/alrj.v0i0.92 . Consultado em 8 de julho de 2020. Cópia arquivada em 29 de dezembro de 2019
- ↑ «A Celebration of Courage: Rauda Morcos, Founder of ASWAT, the First Palestinian Lesbian Group, Receives Felipa Award». OutRight Action International (em inglês). 22 de março de 2006. Consultado em 8 de julho de 2020. Arquivado do original em 15 de julho de 2019
- ↑ «Obama uses embassies to push for LGBT rights abroad». The Guardian. Associated Press in Warsaw. 28 de junho de 2014. Consultado em 8 de julho de 2020. Arquivado do original em 22 de outubro de 2019
- ↑ Gerstner, David A. (2006). Routledge International Encyclopedia of Queer Culture (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-0-415-30651-5. Consultado em 8 de julho de 2020
- ↑ Harrison, Rebecca (25 de março de 2008). «Gay Palestinian gets OK to live with Israeli lover». Reuters (em inglês). Consultado em 18 de maio de 2021
- ↑ «'A queer cry for freedom': Meet the LGBTQ Palestinians demanding liberation». +972 Magazine (em inglês). 2 de agosto de 2020. Consultado em 18 de maio de 2021