Receptor D2 de dopamina

gene da espécie Homo sapiens

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DRD2
Estruturas disponíveis
PDBPesquisa Human UniProt: PDBe RCSB
Identificadores
Nomes alternativosDRD2
IDs externosOMIM: 126450 HomoloGene: 22561 GeneCards: DRD2
Doenças Geneticamente Relacionadas
depressão nervosa[1]
Targeted by Drug
remoxipride[2]
benzquinamide, LP-12, LP-211, LP-44, Ropinirol, Rotigotina, Vilazodona, 7-hydroxy-2-(di-N-propylamino)tetralin, bromocriptina, dopamina, pergolide, pramipexole, quinelorane, quinpirole, sumanirole, apomorfina, aripiprazol, Brexpiprazol, cabergolina, lisurida, piribedil, roxindole, Tergurida, amissulprida, blonanserin, (+)-butaclamol, clorpromazina, clozapina, domperidona, eticlopride, Flupentixol, flufenazina, haloperidol, L-741,626, loxapina, mesoridazine, nafadotride, olanzapina, perospirone, perphenazine, pimozida, pipotiazine, prochlorperazine, promazina, quetiapina, raclopride, risperidona, sertindole, (RS)-sulpiride, levosulpiride, trifluoperazina, ziprasidona, zotepina[3]
Wikidata
Ver/Editar Humano

O receptor D2 de dopamina, também conhecido por D2R, é uma proteína que, em seres humanos, é codificada pelo gene DRD2.

Não só é o principal receptor da maioria dos medicamentos antipsicóticos, como foi através destes medicamentos que foi identificado em 1975. Na busca pelo mecanismo fisiopatológico da psicose, a equipe procurou identificar os locais que se ligavam ao medicamento antipsicótico haloperidol.[5]

Este gene codifica o subtipo D2 dos receptores de dopamina. Este receptor acoplado à proteína G inibe a actividade da adenilato ciclase, sendo portanto associado à variante Gi. Uma mutação missence neste gene causa distonia mioclónica; outras mutações têm sido associadas com a esquizofrenia.[6]

O splicing alternativo deste gene resulta em duas variantes de trancriptos que codificam diferentes isoformas[7], D2S (D2-short) e D2L (D2-long).[5][8]

A variante longa (D2L) funciona como um tradicional receptor pós-sináptico. Já a versão curta (D2S) trata-se de um receptor pré-sináptico, que funciona como um autoreceptor, ou seja, pode aumentar ou reduzir a quantidade de dopamina libertada para o espaço extracelular, dependendo da quantidade presente.[8]

Funções editar

A ativação do Receptor de Dopamina D2S costuma causar queda na liberação de Dopamina e consequentemente uma inibição sob a atividade locomotora. A ativação de seu splicing alternativo, D2L estimula a locomoção. O Receptor de Dopamina D2 é o principal autoreceptor de Dopamina e está envolvido na regulação da cadência de disparos neuronais, síntese de dopamina e liberação de dopamina[9][10]

  • Dentro do sistema nervoso central os receptores D2 parecem desempenhar diversos papéis, são extremamente envolvidos na via de recompensa e reforço. Isso faz destes receptores, importantes tópicos em pesquisas sobre dependência química.[11][12][13][14] Aparentam também serem de extrema importância para os mecanismos de aprendizado e memória.[15][16] E por fim demonstra ter um papel central em reações psicóticas observadas em Esquizofrenia e Transtorno bipolar.[17][18]
  • Fora do Sistema Nervoso Central apresenta funções como a regulação hormonal, atuando na secreção de prolactina e de aldosterona. Além de regulação hormonal também atua na regulação da função renal junto aos receptores D1 e D4, na pressão sanguínea; vasodilatação; e motilidade gastrointestinal.[19][20][21]

Mecanismo de Sinalização editar

A classe de receptores D2 produz o efeito inibtório sob a atividade da adenilato ciclase, uma vez que são receptores acoplados à proteína Gαi.[22] A sinalização do receptor D2 pode mediar a atividade da quinase de proteína B, da arrestina beta 2 e do GSK-3, e a inibição dessas proteínas resulta na inibição da hiperlocomoção em ratos tratados com anfetaminas. O recrutamento da arrestina beta é mediada por quinases de proteínas G que fosforilam e inativam os receptores de dopamina após a estimulação. Embora a arrestina beta desempenhe um papel na dessensibilização do receptor, também pode ser essencial na mediação dos efeitos downstream dos receptores de dopamina. Foi demonstrado que a arrestina beta forma complexos com a quinase de proteína ativada por sinais extracelulares (MAP), levando à ativação das quinases reguladas por sinal extracelular. A estimulação do receptor de dopamina D2 resulta na formação de um complexo proteico Akt/Beta-arrestin/PP2A que inibe a Akt por meio da fosforilação da PP2A, desinibindo assim o GSK-3.[23]

Referências

  1. «Doenças geneticamente associadas a DRD2 ver/editar referências no wikidata» 
  2. «Drogas que interagem fisicamente com Dopamine receptor D2, isoform CRA_c ver/editar referências no wikidata» 
  3. «Drogas que interagem fisicamente com dopamine receptor D2 ver/editar referências no wikidata» 
  4. «Human PubMed Reference:» 
  5. a b Madras, Bertha K. (2013). «History of the discovery of the antipsychotic dopamine D2 receptor: a basis for the dopamine hypothesis of schizophrenia». Journal of the History of the Neurosciences. 22 (1): 62–78. ISSN 1744-5213. PMID 23323533. doi:10.1080/0964704X.2012.678199 
  6. Gene Overview of All Published Schizophrenia-Association Studies for DRD2 Arquivado em 21 de fevereiro de 2009, no Wayback Machine. - Schizophrenia Research Forum SZGene database.
  7. «Entrez Gene: DRD2 dopamine receptor D2» 
  8. a b Beaulieu, Jean-Martin; Gainetdinov, Raul R. (Março 2011). «The physiology, signaling, and pharmacology of dopamine receptors». Pharmacological Reviews. 63 (1): 182–217. ISSN 1521-0081. PMID 21303898. doi:10.1124/pr.110.002642 
  9. De Mei, Claudia; Ramos, Maria; Iitaka, Chisato; Borrelli, Emiliana (1 de fevereiro de 2009). «Getting specialized: presynaptic and postsynaptic dopamine D2 receptors». Current Opinion in Pharmacology. Neurosciences (1): 53–58. ISSN 1471-4892. PMC PMC2710814  Verifique |pmc= (ajuda). PMID 19138563. doi:10.1016/j.coph.2008.12.002. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  10. Usiello, Alessandro; Baik, Ja-Hyun; Rougé-Pont, Françoise; Picetti, Roberto; Dierich, Andrée; LeMeur, Marianne; Piazza, Pier Vincenzo; Borrelli, Emiliana (novembro de 2000). «Distinct functions of the two isoforms of dopamine D2 receptors». Nature (em inglês) (6809): 199–203. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/35041572. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  11. Hyman, Steven E.; Malenka, Robert C.; Nestler, Eric J. (21 de julho de 2006). «NEURAL MECHANISMS OF ADDICTION: The Role of Reward-Related Learning and Memory». Annual Review of Neuroscience (em inglês) (1): 565–598. ISSN 0147-006X. doi:10.1146/annurev.neuro.29.051605.113009. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  12. Leriche, L.; Bezard, E.; Gross, C.; Guillin, O.; Foll, B. L.; Diaz, J.; Sokoloff, P. «The Dopamine D3 Receptor: A Therapeutic Target for the Treatment of Neuropsychiatric Disorders». CNS & Neurological Disorders - Drug Targets (em inglês) (1): 25–43. doi:10.2174/187152706784111551. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
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  16. Xu, Tai-Xiang; Sotnikova, Tatyana D.; Liang, Chengyu; Zhang, Jingping; Jung, Jae U.; Spealman, Roger D.; Gainetdinov, Raul R.; Yao, Wei-Dong (11 de novembro de 2009). «Hyperdopaminergic Tone Erodes Prefrontal Long-Term Potential via a D2 Receptor-Operated Protein Phosphatase Gate». Journal of Neuroscience (em inglês) (45): 14086–14099. ISSN 0270-6474. PMC PMC2818669  Verifique |pmc= (ajuda). PMID 19906957. doi:10.1523/JNEUROSCI.0974-09.2009. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
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