Recursos madeireiros

Recursos Madeireiros são a madeira em tora, que é utilizada para produção de papel, celulose e outras finalidades, o carvão vegetal e a lenha. A madeira é o xilema secundário da planta, que cresce a partir do cambio vascular, que é um conjunto de células indiferenciadas que formam um anel, que vão se dividindo e se diferenciando ao passar do tempo e dando origem ao sistema vascular; quando a célula se divide na parte inferior se diferencia em xilema e quando se divide na parte inferior se diferencia em floema. Recursos não Madeireiros são produtos extraídos de florestas nativas, sistemas agroflorestais e plantações, incluindo plantas medicinais e comestíveis, frutas, castanhas, resinas, látex, gomas, óleos essenciais, fibras, corantes, forragem, fungos, fauna e madeira para fabricação de artesanato (SHANLEY et al., 2005) (excluindo madeira em tora, carvão e lenha).  Sendo assim os Recursos não madeireiros tem uma grande importância economia pelo proveniente de recursos e materiais importantes para a sociedade, e também por promover uma importante fonte de renda para as comunidades rurais.

Tronco de árvore, um dos principais recursos madeireiros, depois do processamento podem se tornar toras, carvão ou lenha.

Alguns exemplos, as fibras são células geralmente alongadas, afiladas e geralmente dispostas em cordões ou feixes. O linho, por exemplo, é extraído da planta Linum usitatissimum, fazendo o corte e secagem para extrair suas fibras; Tem também o algodão, a lã, a seda e outros como exemplos de fibras naturais. Já as fibras artificiais (viscose, por exemplo) são produzidas pelo homem utilizando matéria prima da natureza, como a celulose e outros. E tem também as fibras sintéticas, que é usado produtos químicos da indústria petroquímica como matéria prima. As fibras naturais são 35% da utilização do mercado.

As gomas são misturas de polissacarídeos compostos de açucares, que não a glicose, mas principalmente arabinose, galactose, manose e xilose; são solúveis ou capazes de absorver água; insolúveis em óleos ou solventes orgânicos e formam géis. É utilizado para alimentos dietéticos, emulsificantes, evitar formação de cristais, produtos de higiene, veículos para medicamentos, e na indústria de papel e têxtil. A goma arábica é uma goma extraída da Acacia senegal (pertencente á família Fabaceae), de seu tecido lenhoso ferido, e compõe 90% da produção mundial pela atividade extrativista. Já a goma guar é extraída da semente da Cyamopsis tetragonolubus (Fabaceae) e utilizada para gomas, pastilhas, marchmallows e caramelos; emulsão de aromas em bebidas e para encapsulamento de aromas.

Extração de látex de árvores de seringueira, Hevea brasiliensis.

As resinas são sintetizadas em canais ou ductos especializados da planta localizados no xilema, floema e na casca. São insolúveis em água, devido aos terpenos polimerizados, seu uso tradicional está ligado a incensos e embalsamentos. O Âmbar, que forma uma resinas fossilizadas e pode ser utilizado para joias vegetais. Atualmente grande parte da resina utilizada é sintética.

O látex é uma mistura de compostos orgânicos produzidos em laticíferos, podendo ser elásticos e não elásticos. A borracha natural é obtida principalmente a partir do látex da Hevea brasiliensis, uma seringueira nativa das Américas, mas a outras espécies que também produzem o látex para a produção de borracha, como o dente-de-leão (Taraxum), o guaiúle (Parthenium argentatum), a virgaurea (Solidago virgaurens), a maclura (Maclura pomifera), e outros, porém nenhum tem a mesma eficiência de produção da Hevea brasiliensis.[1]

Extrativismo vegetal editar

O extrativismo vegetal é a obtenção de recursos madeireiros e não madeireiros pelo processo de exploração de áreas já existentes (que se desenvolve espontaneamente no ambiente natural), o que na maioria das vezes possibilita apenas uma única produção, uma vez que sua extração não acontece no mesmo ritmo da recomposição. Desde 2009 os produtos madeireiros vem caindo e os produtos não madeireiros vem ganhando mais força no extrativismo vegetal devido a políticas de incentivo ao extrativismo sustentável, havendo um aumento dos valores arrecadados com os produtos não madeireiros, o que contribui para a conservação das florestas, geração/aumento da renda para comunidades tradicionais, pequenos agricultores e agricultores familiares, havendo uma promoção do desenvolvimento local.[2][3]

Dos produtos madeireiros a madeira em tora representa 71,5% do faturamento, enquanto dos produtos não madeireiros os produtos alimentícios são predominantes, representando 77,2%, segundo o IBGE (2021). Tendo o açaí com 46,3% da participação do valor de produção no grupo dos alimentícios e a erva-mate com 36,7% (proveniente principalmente do Sul), seguido da castanha do pará com 10,2% (IBGE 2018). Em relação a 2019, a extração vegetal avançou 31,5%, chegando a uma valor de R$ 6,2 bilhões de produção, segundo o IBGE 2022.[4]

Silvicultura editar

A silvcultura é o processo de florestamento e reflorestamento (com métodos naturais e /ou artificiais para a retirada dos recursos madeireiros, havendo assim um abastecimento do mercado e uma possibilidade de mais de uma única produção. Sendo possível também a aplicação de estudos para a manutenção, o aproveitamento e o uso racional das florestas.

A partir de 2000 a silvicultura vem ganhando cada vez mais força no Brasil em valor de produção alcançando R$ 23,8 bilhões em 2021, tendo uma alta de 21,3% em relação a 2019. A área total da silvicultura é de 9,5 milhões de hectares, dos quais, 7,3 milhões, ou 76,9% são de eucalipto, usado na indústria de celulose. O Pinus é responsável por 19,1% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais no País; tendo o Sul e o Sudeste com 70,6% dos hectares da área de florestas plantadas e Minas Gerais apresentando o maior valor da produção com 30,2% do setor. (IBGE 2022)[4][2]

A questão do valor de produção alcançado pela silvicultura não quer dizer que a extração esteja caindo, mas sim que o valor dos produtos provenientes da silvicultura estão aumentando.[4]

Referências

  1. AFONSO, Sandra Regina. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL A POLÍTICA PÚBLICA DE INCENTIVO À ESTRUTURAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO PEQUI (Caryocar brasiliense) (páginas 56-60) – acessado em 09 /11 /2022
  2. a b Agro, Canal (22 de dezembro de 2021). «Silvicultura e extrativismo vegetal: quais são as diferenças?». Canal Agro Estadão. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  3. Agro, Canal (1 de novembro de 2021). «Extrativismo: o que é e qual sua aplicação no agronegócio». Canal Agro Estadão. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  4. a b c Nery, Carmem (29 de setembro de 2022). «Valor de produção da silvicultura e da extração vegetal cresce 27,1% e chega ao recorde de R$ 30,1 bilhões». Agência IBGE Notícicas. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022