Relações entre Brasil e União Europeia

Brasil e União Europeia estabeleceram relações diplomáticas em 1960. A União Europeia e o Brasil mantêm estreitos laços históricos, culturais, econômicos e políticos. Na 1ª cúpula UE-Brasil, em 2007, o Brasil firmou parceria estratégica com a UE, fortalecendo seus laços.[1] Esse novo relacionamento coloca o Brasil no topo do mapa político da UE.

Relações entre Brasil e Europeia
Bandeira do Brasil   Bandeira da Europeia
Mapa indicando localização do Brasil e da Europeia.
Mapa indicando localização do Brasil e da Europeia.
  Brasil

Acordos editar

A presente relação é regida pelo Acordo de Cooperação CE-Brasil[2] (1992), pelo Acordo de Cooperação UE-Mercosul[3] (1995) e pelo Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica (2004). Atualmente, a UE busca um acordo de livre comércio com o Mercosul, cujo bloco comercial regional faz parte do Brasil.[4]

Comércio editar

A UE é o principal parceiro comercial do Brasil e representou 18,3% do comércio total do Brasil em 2017.[4] Em 2007, a UE importou 32,3 bilhões de euros em mercadorias brasileiras e exportou 21,2 bilhões de euros em mercadorias para o Brasil.[5] As exportações brasileiras para a UE são principalmente produtos primários (principalmente agrícolas), mas um terço é composto por produtos manufaturados. As exportações da UE para o Brasil são principalmente máquinas, equipamentos de transporte e produtos químicos. Em termos de bens, o Brasil possui um superávit comercial com a UE; no entanto, incluindo serviços, apresenta déficit. A UE também é um grande investidor no Brasil, com capital de investimento de 88 bilhões de euros em 2006 tornando-o o maior investidor único no país.

Comércio UE-Brasil em 2007[4]
Direção do comércio Mercadorias Serviços Fluxo de investimento Ações de investimento
UE para o Brasil 21,2 bilhões de euros 5,1 bilhões de euros 5,1 bilhões de euros 88 bilhões de euros
Brasil para UE 32,3 bilhões de euros 4,6 bilhões de euros 1,1 bilhões de euros 10,5 bilhões de euros

Cooperação transfronteiriça editar

 
A Ponte Binacional Franco-Brasileira

O Brasil e a UE compartilham um 673 km da fronteira entre o estado do Amapá e o departamento ultramarino francês da Guiana Francesa.[6] A cooperação transfronteiriça entre os dois países desfrutou de maior vitalidade. Essa cooperação permite integrar melhor a Guiana Francesa em seu ambiente geográfico, responder às preocupações de ambas as partes sobre os vários riscos transfronteiriços, incentivar o intercâmbio e o comércio humano e desenvolver a economia da região amazônica, respeitando o local. populações e ambiente extraordinário. A concessão à França, por iniciativa do Brasil, de status de observador na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, fortalecerá essa cooperação. A construção da Ponte Binacional Franco-Brasileira sobre o rio Oiapoque, decidida durante a visita do presidente Lula à França, viabilizou a ligação rodoviária entre Caiena e Macapá.[7] A ponte foi aberta em 2017.

História editar

 
Presidente do Conselho Europeu Herman Van Rompuy (esquerda) com Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (direita)

Desde o final do período colonial, o Brasil mantém até hoje uma herança de boas relações com todos os países europeus.[8] O único elemento novo na ideia de estruturar as relações UE-Brasil é, portanto, a própria UE, que incorpora, valoriza e deseja desenvolver ainda mais a organização sistemática e contínua de cooperação de longa data entre as duas áreas. Várias iniciativas procuraram formalizar esses vínculos estreitos em todos os níveis, começando com o Acordo de Cooperação entre a Comunidade Econômica Europeia e o Brasil em 1992.

Em 4 de julho de 2007, a União Europeia, sob presidência portuguesa, e o Brasil realizaram a 1ª cúpula UE-Brasil.[9] A UE e o Brasil trocaram opiniões sobre diversas questões bilaterais, regionais e globais. Eles concordaram em aprimorar seu relacionamento bilateral de longa data e, em particular, em reforçar o diálogo político no mais alto nível político. Na cúpula, a UE e o Brasil estabeleceram uma parceria estratégica abrangente, baseada em seus estreitos laços históricos, culturais e econômicos.

Em 2007, o Brasil e a UE estabeleceram uma parceria energética.[10] O acordo visa desenvolver a cooperação bilateral em áreas de interesse comum, principalmente em biocombustíveis e outras fontes de energia renováveis, tecnologias de baixo carbono e tecnologias para melhorar a eficiência energética. Também ajudará ambas as partes a trabalhar no sentido de aumentar a ação internacional conjunta no campo da energia.

A 2ª cúpula Brasil-União Europeia foi realizada no Rio de Janeiro em 22 de dezembro de 2008, presidida pelo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo Presidente do Conselho da União Européia, Nicolas Sarkozy, Presidente da a Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e Javier Solana, Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum.[11] Os líderes discutiram questões globais, situações regionais e o fortalecimento das relações UE-Brasil.

Em 30 de junho de 2009, o Comitê Econômico e Social Europeu e o Conselho Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social realizaram a 1ª Mesa Redonda da Sociedade Civil UE-Brasil.[12] A cúpula discutiu as consequências sociais da crise financeira, bem como os recursos energéticos e as mudanças climáticas.

Ver também editar

Referências

Ligações externas editar