Renato Hélios Migliorini

médico, biomédico, bioquímico, pesquisador e professor universitário brasileiro

Renato Hélios Migliorini (Jaú, 26 de junho de 1926Ribeirão Preto, 26 de janeiro de 2008) foi um pioneiro médico, bioquímico, pesquisador e professor universitário brasileiro.

Renato Hélios Migliorini
Conhecido(a) por pioneiro na pesquisa em ácidos graxos no Brasil
Nascimento 26 de junho de 1926
Jaú, SP, Brasil
Morte 26 de janeiro de 2008 (81 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Emília Blat Migliorini
Alma mater
Prêmios Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (1998)
Instituições Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)
Campo(s) Biomedicina e Bioquímica
Tese Efeito de estrógenos no diabetes produzido por pancreatectomia total em ratos (1959)

Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, Renato era professor emérito da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).

Biografia editar

Renato nasceu na cidade de Jaú, no interior de São Paulo, em 1926. Era filho de Pedro Migliorini e Amelide Lunardi. Veio para a capital paulista para estudar medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde se formou em 1949. Em 1953, foi o primeiro contratado em dedicação exclusiva do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, onde ficou até se aposentar.[1]

O doutorado foi defendido em 1959 e neste mesmo ano, com bolsa da Fundação Rockefeller, fez estágio de pós-doutorado na Universidade da Califórnia. Em 1962, defendeu tese de livre-docência. Foi professor associado e titular da faculdade de medicina, tendo se dedicado em tempo integral ao ensino e pesquisa nas áreas de Bioquímica e Fisiologia.[1]

Sua pesquisa se concentrava nos mecanismos de controle hormonal, neural e nutricional de processos metabólicos envolvidos na homeostase calórica. Algumas de suas contribuições foram a demonstração da existência de glicoreceptores no hipotálamo, sensíveis à insulina e ativados em situações de demanda brusca de energia e durante o jejum prolongado, que estimulam a lipólise do tecido adiposo por meio de uma ativação direta das fibras simpáticas do tecido; a verificação de que aves e mamíferos carnívoros e mamíferos onívoros adaptados a dietas hiperproteicas apresentam aspectos característicos do metabolismo de carboidratos e de lipídeos, especialmente dos mecanismos de adaptação ao jejum, que são diferentes daqueles observados em animais sob dieta balanceada; a demonstração de que a neoglicogênese hepática pode ser ativada por estimulação química do hipotálamo e a verificação de que a hiperglicemia produzida por estimulação de sinapses colinérgicas hipotalâmicas resulta de uma ativação da gliconeogênese e da glicogenólise hepáticas mediada pela secreção de adrenalina pela medula adrenal, e representa um dos mecanismos de controle da glicemia pelo sistema nervoso central.[1][2]

Formou boa parte da mão de obra especializada em fisiologia e ácidos graxos do país enquanto professor da faculdade de medicina.[1]

Morte editar

Renato morreu em 16 de janeiro de 2008, em Ribeirão Preto, aos 81 anos. Foi casado desde 1953 com Emília Blat Migliorini, e deixou quatro filhos: Renato, Maria Cecilia, Vera Lucia e Valéria, e seis netos.[2][3]

Referências

  1. a b c d «Renato Hélios Migliorini». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  2. a b Quintão, Eder C. R. (2008). «Professor Renato Helios Migliorini, pioneiro na investigação em ácidos graxos». São Paulo. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. 52 (3). Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  3. «Renato Helios Migliorini». Instituto de Estudos Avançados da USP. Consultado em 19 de fevereiro de 2021