Renato Machado Cotta

Renato Machado Cotta (5/03/1960) é um cientista e engenheiro brasileiro, membro titular da Academia Brasileira de Ciências na área de Ciências da Engenharia desde 4/05/2010.[1] É também membro da The World Academy of Sciences (TWAS) [2] e da Academia Nacional de Engenharia (ANE).Membro titular do Scientific Council of the International Center for Heat and Mass Transfer, ICHMT, desde 1993.

Renato Machado Cotta
Nascimento 5 de março de 1960 (64 anos)
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação pesquisador
Prêmios
Empregador(a) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Comissão Nacional de Energia Nuclear, Instituto Tecnológico de Aeronáutica
Prof. Renato M. Cotta (2018)

Concluiu o curso de graduação em Engenharia Mecânica com Ênfase Nuclear na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1981, e a seguir cursou o PhD em Engenharia Mecânica-Aeroespacial, com minor em Engenharia Nuclear, na North Carolina State University, EUA, concluído em 1985. Iniciou sua carreira no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, SP, tendo se transferido em 1988 para o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação em Engenharia, COPPE/UFRJ, posteriormente prestando concurso público para a Escola Politécnica, Centro de Tecnologia, da mesma Universidade, onde atualmente é Professor Titular do Departamento de Engenharia Mecânica. Desde 2019 encontra-se cedido à Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (AMAZUL), em cargo comissionado como Consultor Técnico na Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), Ministério da Defesa.

Presidiu a Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM) no biênio 2000-2001 e foi Membro do Comitê Executivo da Academia Brasileira de Ciências de 2012 a 2015. Também presidiu o Comitê Executivo do International Center for Heat and Mass Transfer (ICHMT) de 2016 a 2018. Foi presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) de 2015 a 2017 [3][4] e de 2020 a 2022 foi membro designado do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), Ministério de Minas e Energia. Atualmente é membro do Technical Working Group in Nuclear Desalination (TWG-ND) da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) da ONU, em Viena, Áustria, e membro do Comitê Técnico-Científico da empresa estatal Amazul.

Foi condecorado como Comendador (2007) e com a Grã-Cruz (2018) da Ordem Nacional do Mérito Científico[5] e é Comendador da Ordem do Mérito Naval[6] desde 2018. Recebeu a Leverhulme Visiting Professorship Award, para atuação na University College London, UK, em 2017-2018. Também em 2018 foi agraciado com o título de Doctor Honoris Causae da Université de Reims Champagne-Ardennes (URCA), em Reims, França, e com a Fellowship Award, do International Center for Heat and Mass Transfer, ICHMT. Em 2023, recebeu a prestigiosa Luikov Medal 2022, principal honraria do ICHMT. Também em 2023, recebeu o Prêmio Nuclear Legacy em P&D da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, ABDAN, e o Prêmio Prof. Leonardo Goldstein Jr., principal honraria da Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas, ABCM, em sua terceira edição.

Em sua contribuição científica, destacam-se os desenvolvimentos da Técnica da Transformada Integral Generalizada, GITT, e da Técnica das Equações Integrais Acopladas, CIEA, que se notabilizaram primeiro na área de Transferência de Calor e Massa, mas foram depois estendidos para problemas fundamentais em outras áreas, como Mecânica dos Fluidos, Dinâmica e Vibrações, Eletromagnetismo, Teoria de Transporte, Física de Solos, Física Atmosférica, Problemas Multiescala e Formulações Multifísica, não apenas em problemas diretos, mas também em tarefas mais intensivas computacionalmente, como problemas inversos, otimização ou simulação sob incerteza, quando as vantagens relativas do enfoque hibrido ficam mais evidentes. A GITT é um método híbrido de solução de equações diferenciais parciais de convecção-difusão lineares e não-lineares, baseado no método clássico de transformação integral que tem sua raiz nas descobertas de J.B. Fourier na primeira metade do século XIX, quando introduziu a teoria geral da Transferência de Calor. A idéia central consiste em seguir o percurso tradicional de solução analítica em todas as variáveis independentes menos uma, reduzindo a tarefa numérica à solução de um sistema de equações diferenciais ordinárias nessa única variável, de baixo custo computacional e controle de erro bem definido. Já a CIEA é uma técnica de reformulação de problemas por meio do emprego de fórmulas de Hermite para aproximação de integrais, também propostas no século XIX, aqui aplicadas em processos de média das equações de balanço, que permite a redução de modelos por eliminação de variáveis espaciais da formulação original do problema, mas levando em conta os efeitos das condições de contorno nessas direções. Por serem novas abordagens, não alinhadas com a corrente principal reinante de desenvolvimentos em métodos puramente discretos, foi necessário um intenso trabalho de divulgação nas várias frentes, revistas, congressos e livros (monografias e edições), ao longo dos anos. Também foi necessário construir códigos abertos multipropósito (código UNIT, registrado no INPI), para facilitar e disseminar o uso dessas metodologias inovadoras. Todo esse desenvolvimento científico autóctone só foi viabilizado em função dos esforços na formação de mais de uma centena de mestres, doutores e pós-doutores, hoje distribuídos e atuantes em instituições científicas em todo o país e no exterior, e uma contínua e profícua cooperação nacional e internacional.

Sua motivação para avançar na pesquisa fundamental nunca esteve dissociada da pesquisa aplicada. Ao contrário, sempre buscou a desejada simbiose entre ciência e tecnologia, esta última naturalmente gerando novos desafios em problemas cada vez mais complexos. As técnicas desenvolvidas foram aplicadas nas engenharias mecânica, nuclear, naval, química, aeroespacial, de petróleo, de meio ambiente, civil e biomédica, entre outras. As contribuições científicas e tecnológicas incluem a coordenação de grandes projetos nacionais estratégicos, dentre os quais: i) ultracentrífugas para enriquecimento isotópico de urânio (CTMSP/Marinha); ii) análise térmica de veículos lançadores de satélites - VLS (IAE/CTA); iii) projeto do repositório de rejeitos radioativos do acidente com Césio-137 em Goiânia (CNEN); iv) desenvolvimento da proteção térmica de satélite de reentrada atmosférica - SARA (AEB); v) impacto ambiental de instalações de mineração de urânio em Caetité, BA (INB); vi) análise da dispersão de contaminantes em solos heterogêneos, rochas fraturadas, rios e correntes (EPRI & Tetra Tech, EUA); vii) tubulações pipe-in-pipe para isolamento térmico na produção de petróleo em águas ultra-profundas (Petrobras); viii) fluidos térmicos nanoestruturados (nanofluidos) para o setor de petróleo e gás (Petrobras); ix) análise e projeto de sistemas anti-gelo e de degelo para estruturas e sensores aeronáuticos (FAPERJ, ATS4i e Marinha do Brasil); x) sistemas passivos de armazenamento de elementos combustíveis nucleares exauridos (Eletronuclear); xi) projeto de uma instalação de alta pressão e baixa temperatura para pesquisa em sistemas de isolamento para produção ultra profunda de petróleo (Tenaris/CONFAB); xii) sistemas sustentáveis de dessalinização de água com recuperação de calor (Min. Defesa, Petrogal/ANP, EMBRAPII).

Ver também editar

Referências

  1. «Renato Machado Cotta – ABC». Consultado em 12 de janeiro de 2021 
  2. «Cotta, Renato Machado». TWAS (em inglês). Consultado em 13 de janeiro de 2021 
  3. «Renato Machado Cotta é o novo presidente da CNEN». antigo.cnen.gov.br. Consultado em 13 de janeiro de 2021 
  4. «ABC e SBPC criticam demissão de presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear – SBPC». Consultado em 13 de janeiro de 2021 
  5. «Ordem Nacional do Mérito Científico». Consultado em 10 de janeiro de 2021 
  6. «Ordem do Mérito Naval». Wikipédia, a enciclopédia livre. 14 de outubro de 2020. Consultado em 17 de junho de 2021 

Ligações externas editar

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