Perre

freguesia do município de Viana do Castelo, Portugal
(Redirecionado de São Gil de Perre)
 Nota: Para a cidade da Antiguidade, veja Adıyaman.

Perre é uma freguesia portuguesa do município de Viana do Castelo, com 13,09 km² de área[1] e 2772 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 211,8 hab./km².

Portugal Portugal Perre 
  Freguesia  
Símbolos
Bandeira de Perre
Bandeira
Brasão de armas de Perre
Brasão de armas
Gentílico Perrense
Localização
Localização no município de Viana do Castelo
Localização no município de Viana do Castelo
Localização no município de Viana do Castelo
Perre está localizado em: Portugal Continental
Perre
Localização de Perre em Portugal
Coordenadas 41° 43' 58" N 8° 47' 18" O
Região Norte
Sub-região Alto Minho
Distrito Viana do Castelo
Município Viana do Castelo
Código 160926
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 13,09 km²
População total (2021) 2 772 hab.
Densidade 211,8 hab./km²
Código postal 4925
Outras informações
Orago Arcanjo São Miguel
Sítio http://www.jf-perre.com

A freguesia de Perre está situada na margem direita do rio Lima, a cerca de 5 Km da cidade de Viana do Castelo, confronta com Outeiro a norte, a nascente com Nogueira e Santa Marta de Portuzelo, a sul com Santa Marta de Portuzelo e Meadela e a poente com Meadela e Areosa, todas estas também freguesias do concelho de Viana do Castelo.

Demografia editar

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Perre[3]
AnoPop.±%
1864 1 293—    
1878 1 398+8.1%
1890 1 668+19.3%
1900 1 843+10.5%
1911 2 043+10.9%
1920 2 080+1.8%
1930 2 082+0.1%
1940 2 276+9.3%
1950 2 580+13.4%
1960 2 916+13.0%
1970 2 810−3.6%
1981 3 003+6.9%
1991 3 095+3.1%
2001 3 007−2.8%
2011 2 956−1.7%
2021 2 772−6.2%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 451 459 1615 482
2011 348 327 1687 594
2021 317 230 1490 735

História editar

No centro da área da freguesia, há um suave relevo que acentua a forma de vale em seu redor e que são as terras baixas e férteis das encostas das serras de Perre, Santa Luzia, Amonde e Agra. Muitos destes cumes foram povoados por povos castrejos e de certa forma isso traduz um razoável índice de povoamento demográfico.

No livro "Inventário Colectivo dos Registros Paroquiais", encontramos a seguinte descrição referente a esta freguesia: «Em 1258, na lista das igrejas situadas no território ao norte do rio Lima, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, Perre aparece como uma das igrejas subordinadas ao bispado de Tui. No catálogo das mesmas igrejas de 1320, mandado elaborar, para pagamento de taxa, São Miguel de Perre foi taxada em 50 libras. Pertencia, ao tempo, à Terra de Vinha. Em 1444, D. João I conseguiu do papa que aquele território de entre Lima e Minho fosse desmembrado do bispado de Tui passando a pertencer ao de Ceuta, onde se manteve até 1312.

Nesse ano, no tempo do arcebispo de Braga D. Diogo de Sousa, S. Miguel de Perre foi anexada a esta diocese de Braga, por troca com o bispo de Ceuta pela comarca eclesiástica de Olivença. Esta permuta foi aprovada, em 1513, pelo papa Leão X. Em 1546, no registo da avaliação dos benefícios eclesiásticos incorporados na diocese de Braga, São Miguel de Perre foi avaliada em 50 mil réis. Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, sobre a situação canónica daqueles benefícios eclesiásticos, diz-se que São Miguel de Perre era da apresentação do mosteiro de São Salvador da Torre pela terça parte, sendo pelas restantes duas terças da apresentação dos descendentes de João Velho e de sua mulher Leonor Gomes. Segundo Américo Costa, São Miguel de Perre foi, mais tarde, abadia da apresen­tação da Mitra

Perre tem um significado de grande relevo na história do traje à lavradeira. Os seus fatos eram tecidos e confecionados pelas raparigas. Ainda hoje vivem senhoras, de avançada idade que se dedicam a esta atividade. Também na área do artesanato assumem importância de relevo os bordados e a tecelagem no linho. Em Perre, efetivamente a cultura da planta do linho faz com que se mantenham estas tradições seculares dos bordados e tecelagens.

Turismo editar

No património edificado, para além da importante Igreja Paroquial e das Capelas de: N. Senhora das Dores, N. Senhora do Olival, S. Francisco, N. Senhora da Conceição, têm-se duas belas pontes românicas, castros e moinhos.

Existem boas potencialidades turísticas, quer ao nível das paisagens, por exemplo, das que se observam do alto do Monte do Calvário, as belezas junto ao rio Moçambique, o artesanato, a gastronomia, com realce para os Rojões à Moda de Perre.

Museus editar

O centro interpretativo do Castro do Vieito abriu ao público no dia 16 de Setembro de 2017. Foi instalado na antiga escola primária de Perre, cerca de três quilómetros de distância do sítio arqueológico, como foi prometido à população da freguesia de Perre em 2005. É constituído por duas salas onde se podem ver conteúdos relativos ao Castro e a sua história, os habitantes, o quotidiano doméstico, o trabalho da pedra, a decoração da cerâmica castreja e o trabalho dos metais[5]. Porém, esse projeto museológico não contempla a reconstituição da área do castro, desmontada durante os trabalhos arqueológicos de 2004/2005, conforme acordado no protocolo assinado pelas Estradas de Portugal, o Ex-IGESPAR e a Câmara Municipal de Viana do Castelo [6].

Ligações externas editar

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  5. Câmara Municipal de Viana do Castelo. «/inaugurado centro de interpretacao do Castro do Vieito em Perre)» 
  6. "De qualquer modo, a obra não importava inexoravelmente a destruição do sítio arqueológico: nos termos de um protocolo firmado entre o ex-IGESPAR, o município de Viana do Castelo e a Estradas de Portugal S.A., foi acordada a criação do Núcleo Museológico e Centro de Interpretação do Castro do Vieito, prevendo-se a reconstrução de algumas estruturas arquitetónicas do povoado, a musealização do espólio exumado e a sua divulgação por meios audiovisuais", in O Provedor de Justiça: Património e direitos culturais, 2013, p. 86 . [1][ligação inativa]
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