Satanas (filme)

(Redirecionado de Satanás (filme de 1920))

Satanás (Satanas, no original alemão) é um filme mudo rodado em 1919 e lançado em 1920, o segundo dirigido por F. W. Murnau.[1]

Satanas
Satanás (BRA)
Satanas (filme)
 Alemanha
1920 •  p&b •  60 min 
Género drama
Direção F. W. Murnau
Roteiro Robert Wiene
Elenco Conrad Veidt
Idioma mudo, legendas em alemão

O filme, nitidamente influenciado por Intolerância, do cineasta estado-unidense D. W. Griffith, é atualmente considerado perdido, porém um pequeno fragmento está conservado na Cinématheque Française[1].

Sinopse

editar

O filme consta de três partes, em cada qual o protagonista representa uma encarnação distinta de Satanás.[2]

 
O triângulo amoroso Amenhotep, Nouri e Jorab, na parte O Tirano

A primeira delas, intitulada O Tirano, passa-se no antigo Egito. O faraó Amenhotep está apaixonado por Nouri, uma jovem tocadora de harpa. Nouri usa sua influência para empregar Jorab, seu verdadeiro amor, como serviçal do faraó. Contudo, Jorab ama, em realidade, Phahi, uma das esposas do faraó, a qual impediu, no passado, que a mãe de Nouri fosse morta por apedrejamento. O faraó acaba por descobrir o adultério e condena Phahi à morte, desposando Nouri em seu lugar.

 
Lucrécia Bórgia, na parte O Príncipe

A segunda parte, O Príncipe, decorre no palácio da família Bórgia. Corresponde a uma truculenta história de crime e paixão adaptada a partir da peça teatral Lucrécia Bórgia, do escritor francês Victor Hugo.

 
Hans e outros esquerdistas revolucionários em uma barricada, na parte O Ditador

A terceira, O Ditador, acontece em 1917, ao fim da Revolução Russa. Hans é um estudante de direito em Zurique, na Suíça, que lidera jovens extremistas de ideologia esquerdista em uma revolução cujo objetivo é submeter sua cidade natal na Alemanha à influência de Grodski. Aos poucos, Hans vai ficando fascinado com o poder, tanto que ordena a execução de sua namorada Irene após ela ter sido detida atentando contra a vida do revolucionário Grodski.

Fragmento Conservado

editar

Há apenas um curto trecho remanescente do filme. Com forte carga erótica para a época, o trecho mostra os amantes Amenhotep e Nouri deitados em uma almofada. Eles conversam (não há legendas) enquanto trocam carícias.[3]

 
Amenhotep e Nouri trocam carícias sensuais em um dos raros fragmentos conservados do filme

Dados de Produção

editar
  • direção - F. W. Murnau
  • produção - Viktoria Film GmbH
  • roteiro - Robert Wiene
  • fotografia - Karl Freund
  • gênero - drama histórico
  • duração - 60 minutos
  • país de origem - Alemanha
  • formato - preto e branco, mudo, tamanho 1,33:1,0

Local das filmagens

editar

Bioscop Atelier, em Brandemburgo, Alemanha.

Elenco

editar

Conrad Veidt interpreta Lúcifer, Hermit, Gubetta e Grodski, as encarnações de Satanás que protagonizam cada parte.

Parte 1 - O Tirano

editar
  • Fritz Kortner - faraó Amenhotep
  • Sadjah Gezza - Nouri
  • Ernst Hofmann - Jorab
  • Margit Barnay - Phahi, uma das esposas do faraó

Parte 2 - O Príncipe

editar
  • Else Berna - Lucrécia Bórgia
  • Kurt Ehrle - Gennaro
  • Jaro Fürth - Rustinghella
  • Ernst Stahl-Nachbaur - príncipe Alfonso d'Este

Parte 3 - O Ditador

editar
  • Martin Wolfgang - Hans Conrad
  • Marija Leiko - Irene
  • Elsa Wagner - Mutter Conrad
  • Max Kronert - Vater Conrad

Exibições Comerciais

editar

O filme estreou em Berlim no dia 30 de janeiro de 1920.

Referências

  1. LLOYD, Ann. 70 years at the movies: from silent films to today’s screen hits. Nova Iorque, EUA: Crescent Books, 1988.
  2. Eisner, Lotte H. Murnau: shadows book. S.I., EUA: University of California Press, 1973.
  3. BERRIATÚA, Luciano. Die Sprache der Schatten ― Friedrich Wilhelm Murnau und seine Filme, die frühen Jahre und Nosferatu, documentário. Madri, Espanha: F. W. Murnau-Stiftung, 2007, 53min.

Ligações externas

editar