Satom (em armênio/arménio: Սատոն; romaniz.: Saton) foi um nobre armênio do século V da família Gabeliano, ativo durante o reinado do xainxá Perozes I (r. 459–484).

Satom
Morte século V
Nacionalidade Império Sassânida
Etnia Armênia
Religião Catolicismo

De acordo com Hračʻya Ačaṙyan, o nome Satom (Սատոն, Saton)[1] é uma variante de Satoi (ՍատոՅ, Satoy; *Sat-ōy), que por sua vez é a forma armênia contraída do iraniano Sataspe (Satāsp), que significa "aquele que tem centenas de cavalos".[2] Em sua forma antiga foi registrado em grego (Σατάσπης, Satáspēs) e latim como Sataspes, em soguediano como Sataspe (stʾsp, Satāsp), em acadiano como Sataspa (*Šatašpa-) e em elamita como Sadasba / Sadisba (Šād(d)āšba / Šād(d)išba).[3] Assume-se que suas formas em persa antigo e iraniano antigo foram, respectivamente, Sataspa (*Satāspa-) e Sat(a)uia (*Sat-(a)uya-).[2]

Contexto

editar
 
Dracma de Isdigerdes II (r. 438–457)

Após 387, o Reino da Armênia foi dividido em duas zonas de influência, a bizantina e a persa. Além disso, em 428, o último rei arsácida, Artaxias IV (r. 423-428), foi deposto pelo xainxá Vararanes V (r. 420–438) a pedido dos nacarares, inaugurando o Marzobanato da Armênia.[4] Muito rapidamente, os armênios desiludiram: em 449, Isdigerdes II (r. 438–457) ordenou que eles apostatassem e se convertessem ao zoroastrismo.[5] Sob a liderança de Vardanes II, se revoltaram, mas foram derrotados em junho (ou 26 de maio) de 451 na Batalha de Avarair; a maioria dos nacarares que participaram da revolta foram então deportados à capital persa de Ctesifonte.[6] Após Avarair, os armênios foram constantemente chamados pelos persas para expedições militares distantes e foram obrigados a aceitar o crescente poder dos apóstatas. No contexto, receberam bem o apelo da revolta de Vactangue I (r. 447/9–502/22), que sublevou contra os persas.[7]

 
Dracma de Perozes I (r. 459–484)

Gabal foi membro da família Gabeliano, mas sua parentela é desconhecida.[8] Quando Vaanes I aceitou apoiar a revolta de Vactangue contra o xainxá Perozes I (r. 459–484), Gabal o acompanhou como soldado. Em 482, participou da Batalha de Aquesga que opôs o pequeno contingente soldados liderado por Vaanes e seus aliados contra um grande exército liderado pelo general Sapor Mirranes. Satom ficou responsável pela ala direita do exército rebelde, que estava em desvantagem numérica e foi vencido pelo exército invasor.[9]

Referências

Bibliografia

editar
  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «ՍատոՅ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot 
  • Lázaro de Farpe (1985). Bedrosian, Robert, ed. Ghazar P'arpec'i's History of the Armenians. Nova Iorque: Sources of the Armenian Tradition 
  • Martirosyan, Hrach (2021). «Faszikel 3: Iranian Personal Names in Armenian Collateral Tradition». In: Schmitt, Rudiger; Eichner, Heiner; Fragner, Bert G.; Sadovski, Velizar. Iranisches Personennamenbuch. Iranische namen in nebenüberlieferungen indogermanischer sprachen. Viena: Academia Austríaca de Ciências 
  • Mutafian, Claude; Éric Van Lauwe (2005). Atlas historique et culturel de l'Arménie : Proche-Orient et Sud-Caucase du 8e au 20e siècle. Paris: Autrement. ISBN 978-2746701007 
  • Schmitt, Rüdiger (2014). «Sataspes». Enciclopédia Irânica. Nova Iorque: Editora da Universidade de Colúmba