Seminário Carmelita, Sameiro


Seminário Carmelita do Sameiro
Seminário Carmelita, Sameiro
Vista panorâmica da estrutura e do espaço envolvente
Nomes alternativos Seminário Missionário Carmelita do Sameiro
Estilo dominante Seminário
Arquiteto Ernest Erich Wolfgang Corsepius
Início da construção 31 de Maio de 1964
Fim da construção 1974
Inauguração 08 de Dezembro de 1967
Função inicial Centro de formação de candidatos à Ordem
Função atual Atividades da Comunidade
Capacidade 12 dormitórios x 10 camas; 16 quartos individuais
Diretor Prior da Comunidade
Religião Católica. Congregação da Ordem do Carmo
Área 2,500,00 m2 m²
Geografia
Cidade Braga
Av. do Santuārio 15, 4715-616 Braga
Coordenadas 41° 32' 24" S 8° 22' 21" O

Seminário Carmelita, Sameiro editar

O Seminário Carmelita do Sameiro, ou Seminário Missionário Carmelita do Sameiro, é uma Congregação religiosa pertencente á Ordem religiosa Católica Carmelita em Portugal.[1]


Ordem do Carmo editar

O que é? editar

A Ordem Carmelita ou Ordem do Carmo terá tido a sua raiz entre 1153 e 1159. É uma Ordem Religiosa Católica de homens e mulheres que, no Monte Carmelo (monte que deu origem ao nome da Ordem do Carmo) inspirados pela Bem – Aventurada Virgem Maria e pelo Profeta Elias, aquele que fez o povo desacreditar nos profetas de Baal e voltar a sua fé para o Senhor, dedicam a sua vida ao seguimento de Jesus Cristo, tendo uma missão de fraternidade e serviço para com o povo, através da ternura, mística e solidariedade[2].


Em Portugal editar

 

A origem da Ordem do Carmo em Portugal, remonta, de acordo com vários historiadores[3], para a Idade Média. Os Carmelitas terão chegado a Portugal como capelães dos Militares de São João de Jerusalém, nas suas cruzadas, vindos da Terra Santa, onde defendiam os Lugares Santos, como peregrinos e também como eremitas. Em 1251, é datada a primeira fundação dos carmelitas em terras de Portugal [4]. Foi-lhes doado, aos militantes, o convento construído pelos mesmos, em Moura [5]. Deste ponto começa a expansão dos Carmelitas até ao Brasil. Um outro momento de relevância seria referir a restauração da ordem do Carmo em Portugal, que dado a extinção das Ordens Religiosas, ordenada por Joaquim António de Aguiar, em 1834 e o terramoto de Lisboa, este previamente, em 1755, entrou em extinção (durante 96 anos) o que fez com que os Carmelitas partissem para o Brasil para lá ficarem quase um século sem voltarem a Portugal.[6]

Em Braga editar

Neste contexto de reintegração, os carmelitas chegam a Braga depois de uma tentativa de assentamento em Miranda do Douro (1949) – por falta de condições estruturais. Inauguram o primeiro seminário em 1951 em Braga ( São Bernardo de Sequeira). Tendo esta casa em Braga não cumprido as dimensões necessárias para dar resposta á continuidade de estudantes e noviciados que estavam a ser formados e recrutados, tornou-se imperativo procurar um outro espaço. Em 1954 , depois de uma procura exaustiva, o frei Crillo Alleman, pertencente á Província Fluminense ( Rio de Janeiro, Brasil) comissário responsável pela restauração do Carmelo português, aluga a Casa da Falperra em Braga[4].

No Sameiro editar

No entanto, os carmelitas de Braga ainda não estariam na sua posição final. Por motivos de praticidade e como viver numa casa arrendada seria uma situação provisória, procurou-se uma nova solução. A confraria do Sameiro, ofereceu-se para doar uma parte do terreno que viria a se tornar o novo Seminário Carmelita do Sameiro, os restantes donativos surgiram de um peditório Internacional que teve os seus Benfeitores provenientes principalmente da Alemanha e da Holanda[7]. O novo seminário, o primeiro construído de raiz em Braga, foi benzido em 31 de Maio de 1964. A inauguração contou com o Senhor Arcebispo Primaz de Braga, Francisco Maria Silva em 8 de dezembro de 1967. Por esta data ainda teria sido construída a primeira parte do Seminário, o segundo sector tomou partido em 1969, tendo a obra sido finalizada em 1974, transferindo assim todos os alunos para o novo espaço no Sameiro.[8]

 

O edifício possui uma caraterística pouco convencional, já não se trata de um mosteiro, possui uma estrutura muito alargada no espaço e bastante ampla. Está dividido pela parte dos dormitórios que fora primeiramente edificada, com uma capacidade para um média de 100 estudantes. Uma parte escolar, consolidada como sendo a segunda fase da construção do Seminário, e, por final a zona de lazer e parte convencional. O seminário conta ainda com capelas, refeitório, bar, bibliotecas, jardim interior, campo de futebol, uma pequena estrutura subjacente para ajudar no cultivo da horta, uma outra conectada à mesma para a criação de animais, um amplo jardim e um espaço verde envolvente conectado com a paisagem característica dos Montes do Sameiro e da Rampa da Falperra.


 
Na Atualidade editar

Este seminário funcionou durante muitos anos como um colégio interno, um centro de estudos, principalmente para jovens com dificuldades financeiras. A média de frequência foi de noventa alunos, tendo começado com setenta em 1954. A partir dos anos oitenta a frequência foi diminuindo, tendo atualmente apenas um seminarista.[9] De 2000 a 2010 parte das instalações do seminário foi alugada pela escola profissional Exprominho. [10] Mais tarde, outras instituições acabaram por alugar parte desta estrutura, sendo ainda maior a que se encontra em desuso.

Atividades da Comunidade editar
  • Ministério Vocacional;
  • Acompanhamento dos jovens do Seminário;
  • Período da Profissão Simples;
  • Assistência religiosa ao Santuário do Sameiro, Igreja de Santa Maria Madalena e à Confraria de Nossa Senhora do Carmo em Braga;
  • Orientação de exercícios espirituais;
  • Ajuda em paróquias e comunidades religiosas;
  • Acolhimento de Grupos.

Ligações externas editar

Bibliografia editar

  • WERMERS, Manuel Maria; A Ordem Carmelita e o Carmo em Portugal. Lisboa: Uniäo Gráfica, 1963.
  • BAYÓN, Balbino Velasco; História da Ordem do Carmo em Portugal. Prior Velho: Paulinas Editora
  • CASADEVALL, Pe. Pau Maria; O Carmelo – Um projeto de Vida; Maio 2013: Diário do Minho Lda

Referências

  1. Frei António de Jesus Lourenço, O. Carm. Historia. Acesso: 70786 em 21 de Março de 2022. https://www.ordem-do-carmo.pt/index.php/os-carmelitas/historia
  2. CASADEVALL, Pe. Pau Maria; O Carmelo – Um projeto de Vida; 5 pp. Maio 2013: Diário do Minho Lda
  3. • BAYÓN, Balbino Velasco; História da Ordem do Carmo em Portugal. 18 pp. Prior Velho: Paulinas Editora.
  4. a b BAYÓN, Balbino Velasco; História da Ordem do Carmo em Portugal. 30 pp. Prior Velho: Paulinas Editora.
  5. BAYÓN, Balbino Velasco; História da Ordem do Carmo em Portugal. 31 pp. Prior Velho: Paulinas Editora.
  6. BAYÓN, Balbino Velasco; História da Ordem do Carmo em Portugal. 616 pp. Prior Velho: Paulinas Editora.
  7. Frei António de Jesus Lourenço, O. Carm. Historia. Acesso: 70786 em 21 de Março de 2022. https://www.ordem-do-carmo.pt/index.php/os-carmelitas/historia
  8. O Seminário Missionário Carmelita. Acessos: 14444 em 21 de Março de 2022. https://ordem-do-carmo.pt/index.php/familia-carmelita/seminario-carmelita
  9. Sobre nós. AAACARMELITAS 2013. Acesso em 21 de Março de 2022. https://aaacarmelitas2013.webnode.pt/sobre-nos/.
  10. O Seminário Missionário Carmelita. Acessos: 14443 em 21 de Março de 2022. https://ordem-do-carmo.pt/index.php/familia-carmelita/seminario-carmelita