Silvino Olavo Martins da Costa (Esperança-PB, 27 de julho de 1897 - Campina Grande-PB, 26 de outubro de 1969) foi um advogado, jornalista e poeta paraibano.

Silvino Olavo
Silvino Olavo
Silvino Olavo.
Nome completo Silvino Olavo da Costa
Nascimento 27 de julho de 1897
Fazenda Lagoa do Açude, Alagoa Nova, PB (atualmente em Esperança, PB)
Morte 26 de outubro de 1969 (72 anos)
Campina Grande, PB
Nacionalidade brasileiro
Ocupação escritor, advogado, jornalista
Magnum opus Cisnes (1924), Sombra Iluminada (1927)

Biografia

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Nasceu na fazenda Lagoa do Açude, que então pertencia ao município de Alagoa Nova, filho do comerciante Coronel Manoel Joaquim Cândido e de Josefa Martins Costa. Mudou-se ainda na adolescência para a capital Paraíba, onde concluiu o secundário em 1920 no Colégio Marista Pio X.

Ainda em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro para cursar direito, diplomando-se em 1924. Retorna à Paraíba no ano seguinte, desempenhando um papel de destaque na campanha pela emancipação política de sua terra natal, Esperança. Em maio de 1925, por ocasião da inauguração do sistema de luz elétrica naquele município, Silvino profere, na presença do presidente de estado João Suassuna, o discurso Esperança - Lírio Verde da Borborema, publicado posteriormente. Em dezembro daquele ano a campanha obteve sucesso com a publicação da lei nº 624 criando o município de Esperança.[1]

Com o tempo, Silvino Olavo torna-se um respeitado funcionário público e homem de letras, colaborando com publicações como o jornal A União e a revista Era Nova. Foi uma das figuras mais destacadas do meio literário paraibano em sua época, participando ativamente do que foi chamado "Grupo dos Novos", que promovia tertúlias das quais participavam escritores como Peryllo Doliveira, Eudes Barros e Américo Falcão.[2]

Destacando-se também na vida política, chegou a ser chefe de gabinete do presidente estadual João Pessoa, engajando-se em 1930 na campanha da Aliança Liberal na qual seu chefe era vice-presidente da chapa de Getúlio Vargas.[3] Devido a seu destaque na produção literária, Silvino Olavo foi um dos que recepcionou o escritor Mário de Andrade em janeiro de 1929, junto a José Américo de Almeida e Ademar Vidal. [4].

Nesse período começou a apresentar os primeiros sinais de esquizofrenia. Com o assassinato de João Pessoa e a subsequente Revolução de 1930, seu quadro apresenta uma piora e ele é internado na Colônia Juliano Moreira em João Pessoa. Lá ficou, em completo ostracismo, até ser resgatado em 1952 por seu cunhado Valdemar Cavalcanti. [5]

Passou seus últimos anos sob os cuidados do cunhado, com a saúde mental fortemente abalada. Morreu em 26 de outubro de 1969, vítima de complicações renais, no Hospital João Ribeiro na cidade de Campina Grande. [6] A coletânea de poesias que lançou a chamada Geração 59 foi originalmente dedicada "a dois grandes poetas, Augusto dos Anjos e Silvino Olavo". [7]


Obras publicadas

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  • Cisnes, 1924. Poesia
  • Estética do Direito, 1924. Ensaio
  • Esperança - Lírio Verde da Borborema, 1925. Discurso
  • Cordialidade, estudo literário, 1ª série, 1927. Ensaio
  • Sombra Iluminada, 1927. Poesia

Bibliografia

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ANDRADE, Mário de. O turista aprendiz. São Paulo: Duas Cidades, 1983.

BATISTA, Simone Vieira. A trajetória intelectual de Silvino Olavo: uma análise histórica, cultural e educacional. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) - Centro de Educação, Universidade Federal da Paraíba.

BRITO, Vanildo Ribeiro de (org.). Geração 59. João Pessoa: Edições Linha D'Água, 2009.

OLAVO, Silvino. Cisnes - Sombra Iluminada. João Pessoa: Secretaria da Educação e Cultura do Estado, 1985.

  1. OLAVO, 1985, p. 5
  2. BATISTA, 2011, p. 70
  3. BATISTA, 2011, p. 76
  4. ANDRADE, 1983, p. 307
  5. OLAVO, 1985, p. 6
  6. OLAVO, 1985, p. 6
  7. BRITO, 2009, p. 5