Spodoptera frugiperda

espécie de inseto

A lagarta-do-cartucho (nome científico: Spodoptera frugiperda, do grego Spodo, cinza de madeira + ptera, asas e frugi, fruta + perda, perdida) é uma espécie de mariposa da ordem Lepidoptera, família Noctuidae, muito conhecida como uma das principais pragas agrícolas de importância econômica atacando culturas agrícolas e cultivares, como o milho (Zea mays), a soja (Glycine max) e o algodão (Gossypium spp.), dentre muitas outras plantações.[1]​ As lagartas recém-eclodidas raspam a superfície das folhas e depois alojam-se no cartucho, de onde pode-se observar seus excrementos. Causa danos expressivos, principalmente por atingirem o florescimento ao ao destruírem o cartucho das plantas. Seu epíteto científico provém da capacidade destrutiva da espécie, onde frugiperda vem do Latim para "fruta perdida".

Como ler uma infocaixa de taxonomiaLagarta-do-cartucho
Larva de Spodoptera frugiperda
Larva de Spodoptera frugiperda
Adulto de Spodoptera frugiperda
Adulto de Spodoptera frugiperda
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Superfamília: Noctuoidea
Família: Noctuidae
Género: Spodoptera
Espécie: S. frugiperda
Nome binomial
Spodoptera frugiperda
(J. E. Smith, 1797)
Commons
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As mariposas adultas medem entre 32 e 40 mm de envergadura, apresentando asas dianteiras castanho-acinzentadas e as posteriores brancas. Apresentam um discreto dimorfismo sexual, em que os machos apresentam desenhos mais marcados nas asas e uma mancha branca marcante nas asas anteriores. Com relação às lagartas, a coloração pode variar consideravelmente de acordo com as condições ambientais e linhagens, mas geralmente as recém-eclodidas apresentam uma cabeça escura contrastando com um corpo bem claro, e os estádios maiores apresentam-se mais escuros, em geral amarronzados com linhas brancas, podendo desenvolver manchas escuras e algumas pintas. Foram registrados 6 diferentes ínstares larvais para esta espécie.[2][3]

Esta espécie apresenta, hoje, uma ampla distribuição geográfica. São particularmente prevalentes nas Américas, em zonas mais quentes. Não são capazes de persistir em localidades em que a temperatura baixe além de 0°C.[4]​​ No entanto, os adultos são capazes de voar longas distâncias em movimentos migratórios, a exemplo de chegarem ao Canadá a partir do sul dos EUA, quando não encontram recursos alimentares suficientes.​ Foram detectadas pela primeira vez no continente Africano em 2016, onde estão causando danos consideráveis no cultivo de milho. Lá, estão presentes em cerca de 28 diferentes países, difundindo-se rapidamente.​ Mais recentemente, em 2018 foram detectadas no sul da Índia e, em início de 2019, na China.[5]

Referências

  1. Montezano, D.G.; Specht, A.; Sosa-Gómez, D.R.; Roque-Specht, V.F.; Sousa-Silva, J.C.; Paula-Moraes, S.V.; Peterson, J.A.; Hunt, T.E. (setembro de 2018). «Host Plants of Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) in the Americas». African Entomology (em inglês) (2): 286–300. ISSN 1021-3589. doi:10.4001/003.026.0286. Consultado em 21 de agosto de 2023 
  2. Ashok, K; Kennedy, J S; Geethalakshmi, V; Jeyakumar, P; Sathiah, N; Balasubramani, V (2020). «Lifetable study of fall army worm Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) on maize». Indian Journal of Entomology (3). 574 páginas. ISSN 0367-8288. doi:10.5958/0974-8172.2020.00143.1. Consultado em 21 de agosto de 2023 
  3. Barros, Eduardo M.; Torres, Jorge B.; Bueno, Adeney F. (dezembro de 2010). «Oviposição, desenvolvimento e reprodução de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) em diferentes hospedeiros de importância econômica». Neotropical Entomology: 996–1001. ISSN 1519-566X. doi:10.1590/S1519-566X2010000600023. Consultado em 21 de agosto de 2023 
  4. Du Plessis, Hannalene; Schlemmer, Marie-Louise; Van den Berg, Johnnie (abril de 2020). «The Effect of Temperature on the Development of Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)». Insects (em inglês) (4). 228 páginas. ISSN 2075-4450. PMC PMC7240686  Verifique |pmc= (ajuda). PMID 32272548. doi:10.3390/insects11040228. Consultado em 21 de agosto de 2023 
  5. Abdel-Rahman, Elfatih M.; Kimathi, Emily; Mudereri, Bester Tawona; Tonnang, Henri E.Z.; Mongare, Raphael; Niassy, Saliou; Subramanian, Sevgan (junho de 2023). «Computational biogeographic distribution of the fall armyworm (Spodoptera frugiperda J.E. Smith) moth in eastern Africa». Heliyon (6): e16144. ISSN 2405-8440. doi:10.1016/j.heliyon.2023.e16144. Consultado em 21 de agosto de 2023