Andorinha-de-sobre-branco

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A andorinha-de-sobre-branco ou andorinha-de-rabadilha-branca (Tachycineta leucorrhoa) é uma espécie de ave da família Hirundinidae. Primeiramente descrita pelo ornitólogo francês Louis Vieillot, que também deu seu nome binomial em 1817, foi considerada por muitos anos uma subespécie da andorinha-chilena. A espécie é monotípica, sem variações populacionais conhecidas. Tem uma listra supraloral branca, característica que pode ser usada para distingui-la da andorinha-chilena. Os loros, coberturas auriculares, cauda e asas são pretas, com pontas brancas nas rêmiges secundarias, terciárias e nas coberturas maiores das asas. O resto das partes superiores são de um azul brilhante. Suas partes inferiores e coberturas abaixo das asas são brancas, assim como sua rabadilha, como o nome sugere. Os sexos são similares, e os jovens são mais monótonos e marrons com um peito escuro.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAndorinha-de-sobre-branco
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Cordados
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Hirundinidae
Gênero: Tachycineta
Espécie: T. leucorrhoa
Distribuição geográfica
Distribuição de T. leucorrhoa   Área de residência   Visita para reprodução   Visita ao inverno
Distribuição de T. leucorrhoa
  Área de residência
  Visita para reprodução
  Visita ao inverno

Taxonomia e etimologia editar

A andorinha-de-sobre-branco foi formalmente descrita pela primeira vez como Hirundo leucorrhoa pelo ornitólogo francês Louis Vieillot, em 1817, em Nouveau Dictionnaire d'Histoire Naturelle.[2] Depois foi movida ao seu gênero atual, Tachycineta, que foi criado em 1850 por Jean Cabanis.[3] O nome binomial deriva do grego antigo. Tachycineta é de takhukinetos, "movendo-se rapidamente", e o específico leucorrhoa é de leukos, "branco", e orrhos, "traseira, rabadilha".[4]

A espécie foi anteriormente considerada uma subespécie da andorinha-chilena, provavelmente devido à semelhança na morfologia e no canto. Ocasionalmente é colocada no gênero Iridoprocne com a andorinha-das-árvores, Tachycineta albilinea, andorinha-do-rio e a andorinha-chilena.[5] Um estudo de DNA mitocondrial do gênero Tachycineta apoia esta divisão, ainda que estudos mostrem que a andorinha-de-sobre-branco forma uma superespécie, leucorrhoa, com a andorinha-chilena.[6][7] Esta espécie é monotípica, sem subespécies conhecidas.[5]

Descrição editar

 
Andorinha-de-sobre-branco empoleirada.

A andorinha-de-sobre-branco mede 13 centímetros de comprimento e pesa de 17 a 21 gramas. Em média, tem 115,7 milímetros de envergadura. Tem uma listra supraloral branca,[5] uma listra branca acima de seu olho, e loros cobertura dos ouvidos pretos. Os loros e coberturas dos ouvidos têm um brilho verde-azulado. Tem asas pretas, com pontas brancas nas rêmiges secundárias e terciárias, e nas coberturas maiores das ases. As pontas brancas correm-se com a idade. A cauda é preta e tem uma bifurcação rasa. Tem uma rabadilha branca, como diz um dos nomes por que é conhecida.As demais partes superiores são de um azul brilhante. Estas características, quando o pássaro não está procriando, são mais azul-esverdeadas. As partes inferiores e coberturas abaixo da asa são brancas.[6] O bico, as pernas e pés são pretos, e as íris são marrons. Os sexos são similares, e os jovens podem ser distinguidos pelo seu peito escuro e pelo fato de que são mais monótonos e marrons.[5][8]

Distribuição editar

Esta andorinha é nativa da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Peru e Uruguai.[1] Habita campos abertos e semiabertos perto da água, da margem da floresta, e dos assentamentos humanos.[5] Também habita savanas secas, florestas degradadas, e pastagens inundadas sazonalmente tanto tropicais quanto subtropicais.[1] Além disso, é sabido que habita os pampas da Argentina e Uruguai. Durante o inverno austral, os pássaros na população do sul geralmente deslocam-se para as partes mais ao norte da área que habita.[9] Este pássaro pode ser encontrado em altitudes que variam desde o nível do mar a 1 100 metros (3 600 pés).[1]

Parasitas editar

O chupim é um parasita de ninhada que ocasionalmente põe seus ovos no ninho da andorinha-de-sobre-branco. Depois que um chupim empluma-se, exibe um comportamento que faz com que seja alimentado muito mais que os filhotes da andorinha. Este tipo de parasitismo ocorre em seis porcento dos ninhos. Esta andorinha é conhecida por perder ninhos para a curruíra.[5]

Estado de conservação editar

A andorinha-de-rabadilha-branca é classificada como espécie pouco preocupante pela UICN. Isto é devido à sua grande área de distribuição, estimada em 5,580,000 de quilômetros quadrados (2,150,000 sq mi), seu aumento populacional, e sua grande população.[1] O aumento da disponibilidade de ninhos artificiais pode beneficiar este pássaro,[5] e pode ser um fator que contribui para o crescimento de sua população.[1] É descrito como sendo bastante comum em sua área.[5]

Referências

  1. a b c d e f BirdLife International (2016). «Tachycineta leucorrhoa». IUCN. IUCN Red List of Threatened Species. 2016: e.T22712068A94317424. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22712068A94317424.en. Consultado em 1 de maio de 2017 
  2. Vieillot, Louis Jean Pierre (1817). Nouveau Dictionnaire d'Histoire Naturelle, nouvelle édition (em francês). 14. [S.l.: s.n.] p. 519 
  3. Cabanis, Jean (1850). Museum Heineanum : Verzeichniss der ornithologischen Sammlung des Oberamtmann Ferdinand Heine auf Gut St. Burchard vor Halberstatdt (em alemão). 1. [S.l.]: Independently commissioned by R. Frantz. p. 48 
  4. Jobling, James A. (2010). The Helm Dictionary of Scientific Bird Names. [S.l.]: Christopher Helm. pp. 225, 377. ISBN 978-1-4081-2501-4 
  5. a b c d e f g h Turner, Angela (2017). del Hoyo, Josep; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A.; de Juana, Eduardo, eds. «White-rumped Swallow (Tachycineta leucorrhoa. Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions. Consultado em 14 de janeiro de 2017. (pede subscrição (ajuda)) 
  6. a b Whittingham, Linda A.; Slikas, Beth; Winkler, David W.; Sheldon, Frederick H. (2002). «Phylogeny of the tree swallow genus, Tachycineta (Aves: Hirundinidae), by Bayesian analysis of mitochondrial DNA sequences». Molecular Phylogenetics and Evolution. 22 (3): 430–441. PMID 11884168. doi:10.1006/mpev.2001.1073 
  7. Dor, Roi; Carling, Matthew D.; Lovette, Irby J.; Sheldon, Frederick H.; Winkler, David W. (2012). «Species trees for the tree swallows (Genus Tachycineta): An alternative phylogenetic hypothesis to the mitochondrial gene tree». Molecular Phylogenetics and Evolution. 65 (1): 317–322. PMID 22750631. doi:10.1016/j.ympev.2012.06.020 
  8. Turner, Angela; Rose, Chris (30 de junho de 2010). A Handbook to the Swallows and Martins of the World. [S.l.]: Bloomsbury Publishing. pp. 106–108. ISBN 978-1-4081-3172-5 
  9. Ridgely, Robert S.; Guy, Tudor (1989). The Birds of South America: Volume 1: The Oscine Passerines. [S.l.]: University of Texas Press. p. 55. ISBN 978-0-292-70756-6