Tapeçaria

trabalho têxtil, tradicionalmente produzido num tear vertical

A tapeçaria pode ser definida como a confecção artesanal de um tecido, geralmente encorpado, formado pelo cruzamento de duas estruturas de fios obtidos de fibras flexíveis, como ou algodão.[1]

Tapeçaria, Museus Capitolinos, Roma.

A tapeçaria é relativamente frágil e difícil de fazer, de modo que a maioria das peças históricas deve ser pendurada verticalmente na parede ou, às vezes, horizontalmente sobre uma peça de mobiliário, como uma mesa ou cama. Em alguns períodos, houve criações de peças menores, muitas vezes longas e estreitas, usadas como bordas para outros têxteis. As tapeçarias europeias normalmente são feitas para serem vistas apenas de um lado e, muitas vezes, têm um forro liso no verso. No entanto, outras tradições, como o kesi chinês e a do Peru pré-colombiano, fazem tapeçarias para serem vistas de ambos os lados.[2]

A tapeçaria deve ser diferenciada das diferentes técnicas de bordado,[3] embora grandes peças de bordado com imagens sejam às vezes chamadas de "tapeçaria", como acontece com a famosa Tapeçaria de Bayeux, que na verdade é bordada.

História editar

A prática da tecelagem é milenar, tendo surgido em épocas próximas e de forma semelhante em vários lugares do mundo. Na Antiguidade, foi realizada por diversos povos, inclusive no Oriente Próximo, Egito, Índia, Grécia e China antiga.[1]

 
Tapeçaria de Gobelins.

Na Europa medieval, a tapeçaria era a principal forma de arte decorativa. Nobres, autoridades do clero e monarcas absolutistas utilizavam-nas de forma comemorativa, cerimonial e também, de acordo com Thomas P. Campbell, curador de duas grandes mostras sobre tapeçaria realizadas pelo Metropolitan Museum of Art, de Nova York, como “o mecanismo mais eficaz de propaganda e autopromoção dos poderosos da época”.[3]

A tapeçaria floresceu durante o Renascimento, chegando ao seu auge em território francês, no reinado de Luís XIV. Promovidas pelo Estado, principalmente na famosa manufatura dos Gobelins, as iniciativas tomadas neste período permitiram que a tapeçaria francesa conquistasse um patamar quase impossível de ser transcendido por outros povos. As obras criadas pelos Gobelins hoje são preservadas em vários museus.[4]

Referências

  1. a b Cultural, Instituto Itaú. «Tapeçaria». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 9 de abril de 2021 
  2. Osborne, Harold. "Tapestry", in The Oxford Companion to the Decorative Arts. [S.l.: s.n.] 
  3. a b «How Medieval and Renaissance Tapestries Were Made». www.metmuseum.org. Consultado em 9 de abril de 2021 
  4. Imbroisi, Margaret (24 de junho de 2016). «Tapeçaria: Obras de arte tecidas». Historia das Artes. Consultado em 13 de março de 2022