Thylacomyidae é uma família marsupial da ordem Peramelemorphia, composta por um único gênero, o Macrotis, e duas espécies. São popularmente denominados bilbies (bilby no singular).[a] Atualmente existe uma única espécie de bilby, o bilby-grande (Macrotis lagotis), que corre perigo de extinção. A outra espécie, o bilby-pequeno (Macrotis leucura) extinguiu-se em 1931.

Thylacomyidae
Bilby-grande
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Peramelemorphia
Família: Thylacomyidae
Bensley, 1903
Gênero: Macrotis
Reid, 1837
Espécie-tipo
Macrotis lagotis
Reid, 1837[1]
Species

Macrotis lagotis
Macrotis leucura

Sinónimos
  • Paragalia Gray, 1841
  • Peragale Lydekker, 1887
  • Phalacomys anon., 1854
  • Thalaconus Richardson, Dallas, Cobbold, Baird e White, 1862
  • Thylacomys Blyth, 1840[2]

O bilby pertence ao grupo dos bandicoots, os animais com que está mais proximamente relacionado. Tem o focinho característico longo do grupo, mas as orelhas grandes fazem lembrar as do coelho. Esta semelhança e a natureza destrutiva dos coelhos, uma espécie invasora no ecossistema australiano, inspiraram na Austrália a adaptação da história do Coelho da Páscoa para o Bilby da Páscoa para sensibilizar as crianças para a proteção da espécie.

Taxonomia

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Macrotis significa "orelha grande" (macro- + ōt- "orelha") em grego, referindo-se às orelhas grandes e longas do animal.[3] O nome do gênero foi proposto pela primeira vez como uma classificação subgenérica que, após um século de confusão taxonômica, acabou sendo estabilizada como o nome aceito em uma revisão de 1932 por Ellis Troughton. Ao revisar o arranjo sistemático do gênero, Troughton reconheceu três nomes de espécies, incluindo uma população altamente variável com seis subespécies.[4]

O nome atual da família Thylacomyidae é derivado de um sinônimo inválido Thylacomys, que significa "rato com bolsa", do grego antigo thýlakos (θύλακος, "bolsa, saco") e mys (μῦς, "rato, músculo"),[5] às vezes escrito erroneamente como Thalacomys.[6][7]

O termo bilby é um empréstimo do idioma aborígine Yuwaalaraay do norte de Nova Gales do Sul, que significa rato de nariz comprido. É conhecido como dalgite na Austrália Ocidental e, na Austrália Meridional, às vezes é usado o termo pinkie.[8] Os Wiradjuri de Nova Gales do Sul também o chamam de "bilby".[9] Gerard Krefft registrou o nome Jacko usado pelos povos do baixo Darling em 1864, alterado para Jecko em 1866, juntamente com Wuirrapur dos povos do baixo rio Murray.[4]

Notas

  1. O termo "bilby/bilbies" constitui um estrangeirismo, não possuindo termo equivalente em português, sendo assim os nomes comuns constituem vernáculos artificiais, por derivarem dos nomes populares em língua inglesa.

Referências

  1. Reid, J. (1837). «Description of a new species of the genus Perameles (P. lagotis. Proceedings of the Zoological Society of London. 1836: 129–131. Consultado em 27 de julho de 2019. Cópia arquivada em 14 de julho de 2021 
  2. Wilson & Reeder. «Genus Macrotis». Mammal Species of the World. Consultado em 14 de agosto de 2014. Cópia arquivada em 27 de agosto de 2017 
  3. Turner, Jim (2004). Mammals of Australia. [S.l.]: Pensoft Publishers. p. 39. ISBN 978-954-642-198-2 
  4. a b Troughton, E. (1932). «A revision of the rabbit-bandicoots. Family Peramelidae, genus Macrotis». The Australian Zoologist. 7: 219–236. Consultado em 28 de julho de 2019. Cópia arquivada em 28 de julho de 2019 
  5. «Thylacomys». Merriam-Webster Dictionary  Não abreviado (inscrição necessária)
  6. «Thalacomys». Nomenclator Zoologicus Record. The Marine Biological Laboratory. Consultado em 25 de setembro de 2014. Arquivado do original em 1 de janeiro de 2015. err. pro Thyl- Owen 1838 
  7. Waite, Edgar R. (1900). «The generic name Thylacomys». Annals and Magazine of Natural History. Series 7. 5 (26): 222–223. doi:10.1080/00222930008678272. Consultado em 27 de junho de 2019. Cópia arquivada em 14 de julho de 2021 
  8. «bilby». Australian Words. Australian National Dictionary Centre. Consultado em 22 de abril de 2014. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2007 
  9. Yokose, Hiroyuki (2001). Aboriginal Words in Australian English (PDF). [S.l.: s.n.] pp. 169–180. Cópia arquivada (PDF) em 28 de setembro de 2006 

Bibliografia

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  • GROVES, C. P. Order Peramelemorphia. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 1, p. 38-42.


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